Saúde Mental no Trabalho. Por que isso é crucial?

O tema saúde mental no trabalho tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões do ambiente organizacional. A saúde mental, enquanto estado de bem-estar que possibilita às pessoas lidar com o estresse da vida diária, identificar habilidades, aprender e produzir de modo a contribuir para a comunidade, é essencial para lidar com o ambiente dinâmico e complexo que envolve os processos de trabalho.

Hoje, tem-se maior consciência sobre a importância do trabalho para o bem-estar e a saúde mental dos indivíduos, uma vez que ele está associado à nossa vida financeira, à construção da identidade pessoal e social (como nós definimos e como nos relacionamos com os outros), além de permitir a contribuição para a comunidade, o que reforça nosso senso de pertencimento e utilidade.

Em contrapartida, nas últimas décadas tem-se estruturado um ambiente de trabalho que envolve: alta competitividade, globalização da concorrência, cobrança de metas cada vez mais ambiciosas, novas tecnologias e metodologias, o que torna este cenário complexo e desafiador.

As competições, os desafios na comunicação, as exigências e o excesso de informações convocam o trabalhador a lidar com essas demandas, além das relacionadas à vida pessoal. Para encontrar um ponto de equilíbrio, a promoção de uma saúde mental/emocional é crucial.

Dados sobre saúde mental no trabalho

Os impactos e dados em saúde mental são cada vez mais alarmantes: estima-se que, a cada ano, 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos devido à depressão e ansiedade, custando à economia global quase um trilhão de dólares. Preocupada com as questões de saúde mental e seus impactos na sociedade, a Organização Mundial da Saúde publicou as diretrizes da OMS sobre saúde mental no trabalho (WHO Guidelines on mental health at work) e incluiu em seu cronograma o Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013-2030, que compromete os países com metas globais para promover transformações em saúde mental. Dentro deste plano, as propostas envolvem uma série de ações que se concentram na mudança de atitudes em relação à saúde mental e reorganização dos entornos que influenciam a saúde mental, como os locais de trabalho, por exemplo.

Como um dos pilares da saúde mental, a saúde emocional envolve habilidades para gerenciar as próprias emoções. No ambiente de trabalho, do trajeto ao final do expediente, as pessoas experimentam diferentes emoções – sejam pelas demandas, seja pelo ambiente, ou pelas pessoas com as quais convivem. Além disso, com o ritmo acelerado de informações e responsabilidades, é frequente que as pessoas se sintam sobrecarregadas e/ou que não possuem os recursos necessários para lidar com isso, o que pode desencadear vivências estressantes, podendo ser tanto em períodos breves, quanto persistentes.

Quando não cuidamos da saúde mental, temos uma cascata de efeitos negativos: altera-se a forma e velocidade de processar e reter informações, a regulação emocional, os processos de atenção. Pense nos impactos que, com essas funções prejudicadas, causamos no ambiente de trabalho e na vida pessoal.

Como consequência, o indivíduo é afetado de diversas formas, podendo se sentir desmotivado, ter a percepção de autoestima e autoeficácia prejudicadas, e muitas vezes leva ao isolamento e a formas disfuncionais de enfrentamento de emoções e situações desconfortáveis, como no abuso de substâncias, em comportamentos de risco etc.

Falar sobre saúde mental no trabalho é essencial para que tanto a empresa quanto o trabalhador desenvolvam o autoconhecimento e as habilidades necessárias para gerenciar as emoções e comportamentos de maneira equilibrada para alcançarem seus objetivos. Algumas dicas práticas podem ajudar as pessoas a gerenciar as próprias emoções e comportamentos, estimular a comunicação respeitosa de necessidades e promover ambientes mais seguros e saudáveis. Quando não informamos, discutimos e ofertamos cuidado em saúde mental no ambiente de trabalho, contribuímos para a manutenção de estigmas e obstáculos que impactam negativamente a saúde do trabalhador e, consequentemente, o desenvolvimento da indústria.

Algumas dicas para gerenciar o estresse

1 – Identificar a causa: são os prazos? São os relacionamentos? É o tipo de atividade que você executa? Assim, é possível saber o que fazer a respeito – modificar os fatores estressantes ou desenvolver habilidades ou tomar decisões para lidar com eles. Se as causas ainda não parecem claras para você, adote uma postura de curiosidade: em que momentos eu me sinto mais estressado? O que acontece? Como eu reajo? As respostas podem ser pistas valiosas para você se conhecer.

2 – Estabelecer prioridades/estabelecer limites e organizar a rotina: toda demanda vem com um senso de urgência. Isso porque pode envolver uma resposta sua para prosseguir com uma atividade. Cabe a você e à sua liderança identificar e delimitar a ordem de resolução das demandas do seu setor.

Uma estratégia que ajuda na organização é manter um calendário bem estruturado com tudo aquilo que precisa ser feito e entregue. Caso você não tenha familiaridade com esse processo, procure uma pessoa que possa te ajudar ou ensinar. Respeitar limites: a partir do que você considera possível e dentro dos recursos que você tem, é importante que você negocie prazos, recursos e outros fatores. É importante dizer não. Para saber dos próprios limites, é necessário autoconhecimento.

3. Cuide da sua saúde: dormir bem (uma noite mal dormida é prenúncio para o caos. Estar com a mente descansada ajuda a clarear os pensamentos e ter energia e disposição ao longo do dia), se alimentar de maneira equilibrada, dedicar-se aos relacionamentos importantes e a hobbies que não se restrinjam ao ambiente de trabalho. Deixe o celular de lado um pouco!

O SESI MG realiza diversas ações que contribuem para melhorar as condições de saúde mental no trabalho. Acesse nosso site e saiba mais: www.fiemg.com.br/sesivida