Saúde: Outubro Rosa e o poder da conscientização

O Outubro Rosa é um movimento internacional de mobilização social para reforçar mensagens de prevenção e detecção precoce do câncer de mama e do colo do útero.

Esse movimento começou nos anos 90, quando a Fundação Susan G. Komen for The Cure distribuiu laços cor de rosa para os participantes da primeira corrida da cura. Depois disso, o laço cor de rosa virou um símbolo internacional da luta contra o câncer de mama.

No Brasil, o Outubro Rosa foi celebrado pela primeira vez em 2002 e, em 2018, a Lei n.º13.733 oficializou o Outubro Rosa como uma ação do governo federal.

Um dos maiores medos das mulheres que descobrem o câncer de mama é a possibilidade da mastectomia. Com a descoberta precoce da doença, as chances de cura podem chegar a 95% e a chance da mastectomia é reduzida consideravelmente.

A detecção precoce é realizada através do exame clínico nas mamas, rastreamento mamográfico e o autoexame, que deve ser feito de forma anual em mulheres com 40 anos ou mais.

Para mulheres com risco elevado (história familiar de câncer de mama em pelo menos um parente de primeiro grau antes dos 50 anos, ter história familiar de câncer de mama bilateral ou de ovário em qualquer idade, ter história familiar de câncer de mama masculino e ter diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular) a recomendação é realizar exame clínico das mamas e mamografia anualmente a partir dos 35 anos.

Alguns fatores, como obesidade, exposição à radiação ionizante, exposição a pesticidas, tabagismo e uso excessivo de álcool, são fatores de risco para desenvolver a doença.

A importância de ter hábitos saudáveis como: evitar fumo e álcool, alimentação equilibrada, atividade física e regular e peso na medida certa diminuem o risco para o câncer de mama, bem como exposição ao sol em horários matinais ou fim de tarde, já que a vitamina D é reconhecida na prevenção do câncer, por ter efeito anti-proliferativo.

Na saúde suplementar, múltiplos procedimentos estão disponíveis às beneficiárias de planos de saúde voltados à prevenção, tratamento e reabilitação de mulheres acometidas por essas doenças. Na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde, que constam no rol da ANS, estão contemplados procedimentos preventivos e para diagnóstico precoce, como mamografia, exames laboratoriais, teste de Papanicolau e consultas médicas. Entre os exames para diagnóstico, há ultrassonografias (transvaginal e mamária), tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-TC (este último com diretriz de utilização). No rol de tratamentos, cirurgias convencionais e minimamente invasivas, radioterapias e quimioterapias. E entre os procedimentos reparadores e de reabilitação, destaca-se a reconstrução mamária após mastectomia e a atenção multiprofissional (psicoterapia, fisioterapia e nutrição).

No que concerne a reconstrução mamária, após o advento da Lei 13.770/2018, os procedimentos de simetrização da mama contralateral e de reconstrução do complexo aréola-mamilar passaram a integrar a cirurgia plástica podendo ser feita logo em seguida à retirada do câncer e quando isso não for possível, a paciente deverá ser acompanhada até estar apta a realizar a cirurgia. Esta Lei abrange o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde.

Outubro Rosa destaca a importância da mobilização social na prevenção e detecção precoce do câncer de mama e do colo do útero. Desde sua origem, o movimento não só aumentou a conscientização sobre a doença, mas também promoveu ações que garantem acesso a exames e tratamentos. A detecção precoce é essencial, pois aumenta significativamente as chances de cura e reduz a necessidade de intervenções mais invasivas, como a mastectomia. Além disso, a promoção de hábitos saudáveis e a adequação das políticas de saúde, como as garantidas pela Lei 13.770/2018, são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das mulheres. Com isso, é de suma importância que a sociedade continue a apoiar e participar ativamente do Outubro Rosa, reforçando a mensagem de que a prevenção e a informação são aliadas na luta contra o câncer.

Texto produzido pela sócia Dra. Ana Paula Nader