Saber desacelerar é a habilidade indispensável do século.

Essa semana já começou diferente. Sinto isso. Decidi escrever aqui. Você tem tempo para ler? Espero que sim. Relaxe um pouco, respire, tome um gole d'água, pois eu amo escrever e quero que embarque comigo nessa bonita jornada que é desacelerar, em plena segunda-feira.

A primeira coisa que você deveria saber sobre mim:

Não sou nenhuma guru de lifestyle relaxamento / meditação / empreendedorismo, não dou palestras, seminários ou cursos – pelo menos ainda não –. Então não espere uma opinião de um especialista. Como boa millennial que sou, acabei por aprender algumas coisinhas sobre a vida graças à belos tapinhas de realidade na cara, no meio da loucura paulista entre trabalho-faculdade-cursos-freelas e com uma boa dose de terapia.

Esse texto é uma explicação de como passei a acordar bem-humorada e inspirada em uma temida segunda-feira. E como é bizarro o fato de que estar relaxada deixou meu trabalho, minhas tarefas do dia e da semana bem mais claras, leves e possíveis.

[...] o fato de que estar relaxada deixou meu trabalho, minhas tarefas do dia e da semana bem mais claras, leves e possíveis.

Eu sempre fui extremamente curiosa, acelerada, hiperativa, ansiosa, ligada no 220v. Sempre fui de fazer um zilhão de cursos online, buscar workshops, exposições, mostras culturais, rolês pela cidade, notícias. Sabe aquele medinho de perder alguma coisa e JUSTO AQUELA COISA ser a próxima novidade do milênio? Essa pessoa ansiosa tomada por medo, sou eu mesma, prazer.

A curiosidade ardente sempre foi (e ainda é) o que me move, é meu gás. O que é ótimo, sou muito grata à esse traço de personalidade, sempre aprendi muitas coisas sendo proativa para pesquisar e aprender. Essa gratidão vem junto de um grande porém que ninguém te conta, meus amigos: é que cansa e muito!

Cansa estar sempre à frente de tudo, cansa acordar todos os dias elétrica, pensando em um milhão de objetivos que muitas vezes não cabem em 24h, mas você quer enfiar goela abaixo da sua rotina, corpo e mente.

Isso é, falando de forma simples e objetiva: um abuso mental. Você coloca mais carga do que seu cérebro consegue suportar. Acredite, seu cérebro não foi feito pra pensar em quatrocentas realidades em que você encaixaria seu trabalho, hackathons, cursos, uma aula online e ainda comeria saudável, beberia dois litros de água, correria umas três vezes por semana, assistiria todas as séries que estão comentando nas redes e ainda dormiria oito horas por noite. Não dá.

Além de ser totalmente o contrário do que você precisa para prosperar e conseguir de fato, concluir seus objetivos. A gente precisa aprender a desacelerar.

Ser e estar elétrico te impede de ver claramente, a gente acaba pensando somente com a adrenalina correndo solta. Aqui vai um teste: Se você é como eu, duvido que se lembre da última vez que parou pra respirar. Não esse entra-e-sai-de-ar robótico. Realmente respirar, puxar calmamente o ar para dentro dos pulmões e soltar devagar, sentir como seu corpo reage, seus batimentos e tudo mais. Tenta agora, vai.

Meu grande aprendizado desse ano (que mal começou) é simplificar. Aprender a desacelerar, aprender a respirar.

Esse papo de mindfullness, meditação, respiração, gratidão tá mais que certo. A gente precisa de calma pra correr atrás, a gente precisa de foco.

Esse final de semana na minha cabeça seria pra tirar alguma certificação de marketing digital online, ler algumas notícias e tentar atualizar meu portfólio. Eu incluí tempo pra relaxar, curtir a família, meus gatos e o namorado? Na minha cabeça não. O final de semana foi totalmente oposto. Arrumei a casa, saí com o boy, comi japonês, andei de bike na paulista e no domingo decidi com meus pais fazer um bate-e-volta na praia, só porque sim.

E era tudo o que eu precisava. Não fiz nada que minha cabeça imaginou que eu faria, fiz o que me faria bem. Acordei e saí de casa hoje pensando no quanto eu estava estranhamente relaxada, no quanto a terapia tem me feito bem. Se você faz terapia mas ainda não sentiu o resultado, se questione! E aguenta firme que um dia ele chega e você simplesmente sente. Como um barulho do universo fazendo ~click~ e tudo se encaixa, tudo faz sentido. Você acorda diferente, acorda bem.

Coloquei algumas músicas calmas pra tocar, ao invés das playlists de músicas-animadas-pra-acordar que geralmente ouço no caminho para o trabalho. E olha só como funcionam as coisas, como a sincronicidade faz as coisas acontecerem na nossa cabeça: quando cheguei no trabalho, abri o e-mail e tinha lá uma newsletter do Think With Google, com um artigo falando exatamente desse processo interno que estou passando. Esse processo de desvincular seu cérebro desse ciclo de informações e estímulos sem fim. Deixei o link no fim desse artigo, por favor leiam! (como designer sou suspeita para dizer que é um infográfico bem bonito também hahaha)

Finalizo este artigo dizendo que assim como eu, imagino que vocês também tenham histórias muito pessoais com essa coisa de desacelerar. Peço que compartilhem! Deixem que outras pessoas se sintam tocadas por sua história.

Ainda estou desenvolvendo essa habilidade, mas acredito com todas as minhas forças que é, de fato, a habilidade do século para que gerações futuras consigam se desenvolver mais felizes, focadas, realizadas e calmas no meio de tanta poluição de conteúdo.