Salvar Vidas ou Salvar a Economia

Salvar Vidas ou Salvar a Economia

A crise gerada pelo Coronavírus inicialmente parecia ter um lado neutro. De um lado uma doença viral que se multiplicava de maneira exponencial e de outro lado, nada menos do que o mundo inteiro. Parecia ser romântico e uma grande história para guardarmos no diário mundial, se não fosse o aparecimento repentino de dois lado de uma mesma moeda, De um lado pessoas preocupadas com a saúde pública e na defesa de um lockdown horizontal e de outro lado, pessoas preocupadas com a economia e na defesa do cancelamento do isolamento social. Mais uma vez, a sociedade se encaminhou para tomar uma posição e ter de decidir estar certo enquanto outros estão errados. Mas afinal de contas, quem está realmente certo ?

Vamos aos fatos:

Segundo sites de monitoramento em tempo real, Nova York está se tornando o local com maior caso de covid-19. Mais que China e Itália. Tendo até quinta feira passada 1200 dos 1800 leitos de CTI já utilizados. Esse fato aconteceu pela grande facilidade de ploriferação do vírus. Nova York, China, Itália não foram as únicas afetas. A curva de crescimento continua enorme e seria maior ainda se não fosse uma medida chamada lockdown adotada por diversos governantes, No Brasil a medida adotada foi o isolamento social e fechamento de lugares públicos que gerassem aglomeração a partir do dia 20 de Março. Segundo o Instituto Butantan que fez o acompanhamento junto da Prefeitura de São Paulo, antes do isolamento a média de contaminação era 6 para 1 pessoa infectada, após o dia 20 de Março era de 3 para cada 1 pessoa infectada e após o dia 25 de Março, o resultado levantado era de 2 para 1 pessoa infectada. Mostrando que a medida adotada funciona, pois além desta diminuição de propagação, o estado de São Paulo teve crescimento de 436%. Uma porcentagem baixa quando comparada ao Brasil que viu seus casos aumentarem em 939%.

Muitos outros estados adotaram as mesmas medidas, alguns por 15 dias e outros por tempo indeterminado, com possibilidade de prorrogação e com pessoas inclinadas ao posicionamento de iniciar um lockdown, que diferente do isolamente é realmente manter todo mundo dentro de suas casas. Essa última medida achatará a curva de contaminados mas, agravará um outra necessidade do país, a economia.

Os maiores empregadores do país são os pequenos e médios empresário, que giram numa porcentagem de 75% do saldo total. Porém a realidade desses pequenos e médios empresários tem um diferencial que não lhes faz competitivos. O tempo médio de caixa de uma dessas empresas é 27 dias (dados dos EUA). Sendo assim, essas empresas fechadas por 15 dias garará um problema crônico para seus caixas, essas empresas fechadas por mais de 15 dias é uma quebra eminente da organização. Imagine um país com 50% das empresas quebradas, com índice de desemprego aumentado. Um dado realizado no país traz outra informação importante para nossa resposta, apenas 6% das pessoas possuem algum tipo de poupança ou renda de emergência. Sendo assim, imaginemos um país com 50% das empresas quebrado, um índice enorme de desemprego e falta de dinheiro para as pessoas. Como seria 30 dias depois dessa situação?

Aqui chegamos ao ponto do artigo. Existem dois tipos extremos de pensamento que rondam a opinião pública nesse momento:

  • De um lado temos pessoas que dizem que precisamos lockdown para evitar mortes e não levarmos carreatas de caixões porque morto não faz a economia funcionar
  • De outro lado que precisamos da economia, porque não adianta estar vivo sem poder comer.

Lados extremistas, não é sobre quem tem razão mas sim sobre a melhor forma de tomar atitudes imediatas que gerem os mínimos impactos a curto prazo e gerem um cenário mais positivo a médio longo prazo. Lembrando que nenhuma morte é razoável, que falidos se reerguem e falecidos não. Entretanto precisamos de alguns dados para reforço da resposta;

  • Trabalhadores informais giram em torno de 40 milhões de pessoas no país;
  • Trabalhadores informais não tem mais do que 15 dias de fluxo de caixa;
  • A cada 1% de desemprego, um pouco mais de 32 mil pessoas morrem no Brasil;

Estamos em um momento onde qualquer decisão irá gerar enormes perdas, sejam de saúde ou sejam econômicas. Baixas haverão de qualquer forma, as do covid-19 aparecerão nas grandes mídias de comunicação, as de fome, homicídios, violência e demais fatores gerando pela crise econômica não serão divulgadas mas acontecerão.

Então vamos matar todo mundo ? NÃO

Então vamos trancar todo mundo? NÃO

Quando perguntam para mim, se eu prefiro salvar vidas ou salvar a economia, eu escolho salvar os dois. Adoção de medidas de lockdown horizontal por um tempo de 15 dias e depois vertical, com os grupos de risco em casa e medidas extremas de cuidados para pessoas que não são foco de óbitos. Será a solução? Acredito que por completo não, haverão mais dúvidas, acredito que sim. Lembre-se, nosso problema não se trata de economia ou vida, economia é vida. Quanto melhor economicamente estivermos, melhor nossas condições de viver. Quando mais saudáveis estivermos melhor nossa condição de erguer a economia. O que precisamos agora é encontrar um meio termo.

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