Saudades Papai
Domingo foi dia dos pais no Canadá. Assim como o dia dos namorados, não coincide com o do Brasil. O que me dá 2 dias no ano pra refletir sobre a existência, a permanência e principalmente a presença do meu pai.
A doideira de tudo isso é que eu sei que ter uma figura paterna na sua vida no Brasil já é um privilégio, imagina um pai não só é constante mas atento. Eu tenho muita sorte e saudades, todos os dias
Meu pai é tudo o que você espera de um pai, mas além de fazer o mínimo quando ele aos 30 anos descobriu que seria pai, eu acho que ele decidiu que ia me conhecer, como pessoa. Nesses 27 anos eu sinto que ele me observa atentamente enquanto eu desenvolvo minha identidade.
Uma parte muito importante da minha história (e dos meus pais) é que minha mãe engravidou quando meu pai estava na faculdade, ele tinha 30 anos e era a segunda graduação que ele fazia. Ele morava em outra cidade e outro estado. Ele trabalhou pra poder estudar.
Meu pai passava a semana toda longe da gente, e mesmo assim nas minhas primeiras memórias importantes ele está la.
As viagens foram uma constante a minha vida toda mas a qualidade do tempo também, eu lembro do meu pai tentando me ensinar a falar o nome dele e lembro do orgulho dele quando eu aprendi a contar.
O orgulho também é constante, das minhas pequenas a grandes conquistas o meu pai sempre tentou me ensinar a celebrar. Com minha dificuldade imensa com autoestima, crescer com um fã como o meu pai foi importante pra que eu um dia eu buscasse ajuda.
Meu pai também sempre foi muito bom em conciliar conflitos, o libriano nele sempre conseguiu equilibrar o meu mapa todo de fogo. A gente é amigo e a gente sempre foi.
Recomendados pelo LinkedIn
Meu pai e eu compartilhamos muitas coisas, mas acho que a maior de todas é essa mania de ser mais que uma coisa tudo ao mesmo tempo. Meu pai é dentista, professor, mestre, ataca de pedreiro, marceneiro, conselheiro e tanta coisa que eu nem saberia listar tudo.
Ele me ensinou tanta coisa nessa vida, e em todas as vezes que eu duvidei de mim ele estava lá pra acreditar que eu conseguia fazer qualquer coisa. Ele segurou minha mão quando eu chorei mas também me ajudou a levantar, ele me viu no meu pior e no meu melhor mas sempre sempre treinou o olhar pra quem eu era e não o que era esperado de mim.
Essa semana na verdade eu estou meio sem indicações, eu assisti Eu nunca e na real fala sobre paternidade de uma forma bem bonita. Também vi Freeridge que fala sobre família no geral, mas não escutei nada nem li. Posso indicar o podcast sobre o livro da Rita Lee, principalmente o episódio como Roberto de Carvalho.
A maior indicação é abrace as pessoas que você ama e deixem elas saber que são amadas. Faz toda a diferença mesmo que seja clichê. A gente se vê logo!