SE NÃO FOR AGORA, QUANDO?
Atrás de muitos sorrisos ou fisionomias serenas e amistosas, estão sentados e encolhidos no chão, em um canto escuro, a frustração, o medo, o arrependimento, o desânimo e a desorientação. São pessoas que ainda não conseguiram atravessar a distância entre a visão do que desejam na vida e a materialização destas imagens mentais. Não conseguiram fazer virar passado a visão de futuro que um dia tiveram. Ainda não conseguiram trazer para o mundo real aquilo que um dia só existia nos próprios pensamentos.
Muitas pessoas sofrem silenciosamente com a inabilidade de atingir o reconhecimento profissional tão sonhado, conquistar a remuneração ambicionada e obter o status social aspirado.
Vivem com uma sensação de embrulho na barriga, pés formigando, apreensão e impotência, diante do abismo à sua frente, que representa a distância entre o como ainda estão hoje e o onde gostariam de já estar. Estas sensações só pioram quando percebem que outras pessoas, muitas vezes com menos experiência e conhecimento, já usufruem de um sucesso financeiro maior e estão em um estágio profissional mais avançado.
Por qual razão alguns profissionais, mesmo sabendo quem querem se tornar, e não raro com a compreensão do que devem fazer para serem quem sempre sonharam ser, acabam patinando, rodando na curva ou com o carro parado no acostamento, assistindo, com cara de desânimo e frustração, outras pessoas passarem e se realizarem na vida pessoal e profissional?
A seguir, algumas possíveis armadilhas, que, ao serem desarmadas, podem deixar o caminho livre para que seja possível ao profissional se levantar e andar, com foco, confiança e a certeza de estar indo ao encontro do futuro que enxerga hoje:
Baixa autoestima
A pessoa se acha menos do que é, se deprecia. Isso é ainda mais complicado quando, ao mesmo tempo em que se subvaloriza, ela sobrevaloriza quem aos olhos dela tem sucesso. Muitas vezes acreditando que essa pessoa nunca errou, nunca teve medos ou dúvidas.
Visão turva do futuro desejado
Em linhas gerais, tem uma ideia do que quer, mas não consegue definir indicadores mensuráveis e prazos, para poder elaborar um plano de ação e acompanhar a evolução destes indicadores.
Acredita que sorte e azar existem
Penso que uma das regras universais da vida é a de causa e efeito. Sempre colhemos no presente o que foi plantado no passado. O que você está recebendo ou vivendo hoje é consequência direta de algo que foi feito, ou que deixou de ser feito, em um tempo que já passou. Ficar dando desculpas e se ver como injustiçado ou vítima, acreditando que tudo isso é fruto de azar, pode em curto prazo ser mais conveniente e confortável, porém ao longo do tempo só aumentará o desconforto, a decepção e o arrependimento.
Imediatismo
Existem pessoas que, quanto mais o tempo passa, mais ficam no aguardo da grande tacada, da iniciativa que compensará a demora no sucesso, bem como os anos de insucesso que já passaram. Essas pessoas normalmente desconhecem ou não dão o devido valor ao poder dos ganhos cumulativos, originados de pequenas e corretas iniciativas diárias. Muitos sucessos que parecem que aconteceram facilmente, e de uma hora para outra, na verdade levaram muito tempo e com muitas pedras no caminho.
Não entende que tudo na vida tem um preço
Não existe almoço grátis. Esta frase ganhou força com a publicação, na década de 1970, do livro “There’s No Such Thing as a Free Lunch”, do economista Milton Friedman. Querer um ganho ou um retorno maior do que o esforço e o investimento de recursos feito é uma ilusão que pode acabar virando um pesadelo. Os atletas de alto rendimento sabem que sem estresse não há crescimento e fortalecimento, e que, mesmo que se pague o “preço” – muito esforço, dedicação e abdicações – por anos, ainda não é garantido que a vitória virá ao final. Sempre pagamos uma conta, isso é inevitável. Nossa escolha está em pagá-la enquanto há tempo para recebermos o que desejamos, ou pagarmos depois, em moedas de arrependimento e dor, por perceber que, se tivéssemos pagado a conta na hora certa, seria possível conseguir o que queríamos na vida. Importante: na vida, sempre pagamos a conta antes, mas não é certo que receberemos pelo que pagamos.
Recomendados pelo LinkedIn
Muito conhecimento
A busca pelo conhecimento atrasa a ação, e muito conhecimento pode dificultar a implementação de soluções rápidas e simples. O mundo intelectual e conceitual permite a perfeição, porém a perfeição não tem lugar no mundo real. O perfeccionismo só existe em nossa mente, não há espaço no mundo tangível – vivemos em um perfeito mundo imperfeito. Ao mesmo tempo em que o conhecimento pode ser um importante combustível para a ação, pode fazer o motor “afogar” e paralisar o carro, quando em excesso.
Muito planejamento
Planejar é muito importante e com certeza pode contribuir para tornar o futuro mais previsível e passível de se tornar realidade. Porém, quando em excesso, pode ser um sabotador, uma desculpa para não iniciar o que se faz necessário, para realizar o que se deseja. Ficar planejando pode ser, em curto prazo, mais confortável e cômodo, do que se levantar e começar a caminhar.
Acreditar que as pessoas reconhecidas como de sucesso não passaram a maior parte do tempo fazendo o que não gostam, se privando da família e dos amigos, em atividades repetitivas, sentindo medo, muito cansaço, se questionando se estavam no caminho certo, com dúvidas e com vários tropeços, é o mesmo que acreditar que a Mulher Maravilha, Super Homem, Homem Aranha ou a Capitã Marvel existem na vida real.
Somos profetas de nossa própria fortuna. Basta analisar o que você faz 24 horas por dia, 7 dias por semana, para predizer como será o seu futuro, que um dia irá ser o seu presente, que, caso seja um presente de grego, não haverá uma outra pessoa com quem reclamar, a não ser você mesmo.
Nós não somos consequência das pessoas e do mundo à nossa volta, como muitos pensam. É o contrário, o mundo à nossa volta e as pessoas com quem nos relacionamos são o fruto do que fazemos e de quem nos tornamos. Não somos vítimas, somos agentes.
Esperar a hora perfeita, que provavelmente nunca chegará, para iniciar ou fazer algo, quando se tenha todo o conhecimento, experiência e recursos necessários, bem como nenhum medo ou dúvida, é muito diferente de esperar a hora certa, a qual pode ser agora.
Cuidado, sonhos têm data de validade, por isso a frase abaixo, do sábio e líder espiritual Hilel, o Ancião – rabino nascido na Babilônia –, pode servir de último empurrão para um pulo, que para muitos pode ser no escuro, mas com grandes chances de iluminar o seu caminho para o destino que você sempre imaginou.
“Se não eu por mim, quem por mim? Se eu for só por mim, quem serei eu? Se não for agora, quando?”
Alexandre Ribas , uma injeção de ânimo, com os cuidados necessários. Disciplina, ética e trabalho sério.
Inteligência em Gestão de Riscos de Assédio Moral, Sexual e Organizacional
2 aMuito bom...É possível ir se enxergando ao longo do texto......talvez isso seja uma prova de que trata-se de verdades que precisamos reconhecer para reposicionar nosso "carro" na direção e sentido mais corretos ou menos incorretos......🤔
Managing Partner at NEO Investimentos
2 aExcelente! Muitas lições de vida condensadas em um texto inspirador!
Mentor de Líderes e Coach Executivo | Especialista em Desenvolvimento Humano e Performance | Educação Corporativa | Transformação da Cultura Organizacional | Professor da FIA, FGV, USP ESALQ
2 aÓtima reflexão Alex! Capturou várias armadilhas que já vi, algumas até já passei por...quem nunca? Penso que a questão de estarmos sempre em divida conosco, e quando vem aquela pergunta "como vai?" respondemos "tá corrido" se não está não é normal. A era da sobrecarga que levou ao burnout está levando algumas pessoas a questionarem o que é realmente importante? O que querem da vida? O autoconhecimento, saber apreciar o que se é bom e estar confortável com as imperfeições é talvez uma premissa para construir um caminho sólido de futuro.
Mentoria de Gestão e Negócios, Consultoria e desenvolvimento de Pessoas, Conselho Consultivo
2 aPerfeito Alexandre! Somos agentes do próprio destino e capazes inclusive, de estender a mão, influenciar positivamente e apoiar aqueles que precisam sair das próprias armadilhas.