SE VOCÊ FOSSE UM PERSONAGEM DE UM LIVRO, QUEM SERIA?
Para responder essa pergunta eu precisaria me lembrar dos livros que já li e dos personagens com os quais eu tenha me identificado. É mais fácil me lembrar dos personagens de filmes, dos heróis, a gente se identifica mais facilmente com eles porque, geralmente, a imagem visual é mais forte, é mais impressionante, para aqueles que são mais visuais. Então vou criar essas duas categorias: o personagem do filme e o personagem do livro.
O personagem de filme, muitas vezes veem de um livro também, que mais me chama a atenção, é o Homem-Aranha. Eu já o marcara como meu personagem ainda jovem, nas histórias em quadrinhos. Porque já o identificava como alguém próximo, por causa do preço que ele pagava na vida para ser um herói, para ajudar a massa. Pelas suas perdas. Ele tudo perde: seu tutor e tio, o pai da namorada e até sua namorada. A gente torce para que, ao final, ele saia ganhando, mas a única coisa que ele ganha é sua vitória, mesmo que parcial, contra o bandido a quem ele persegue. Alguma justiça é feita, mesmo que para isso ele tenha que se virar emocionalmente com a solidão que vem depois, quando a vida se volta ao normal.
O personagem de livro, eu geralmente me identifico com aquele do livro que estou lendo. Neste caso seria o Riobaldo, de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ele também tem um enorme histórico de perdas ao longo de suas batalhas internas e externas. Já começa perdendo a mãe, ainda menino. Ganha amigos e amores, para perdê-los ao longo de sua travessia, inclusive seu amigo-amor Diadorim, que morre ao final, quando ele fica sabendo que Diadorim é uma mulher e não um jagunço homem. Essa é sua grande perda. Pelo menos ele reconstrói sua vida ao lado de uma outra mulher a quem ele conhecera no caminho, herda as fazendas do seu pai, que o assume como filho apenas na hora de lhe passar a herança.
Perdas e ganhos. Todos no mundo perdem e ganham, mesmo os heróis.