Seguir, curtir, aplaudir... mas não odiar.
foto das logomarcas das redes sociais

Seguir, curtir, aplaudir... mas não odiar.

Sou idoso para ser jovem ou novo para ser velho? Sei lá. Reflexão de final de domingo chuvoso sempre é mais molhada, ou melhor, profunda. Pego-me fitando o vazio.

Ando impaciente ultimamente. Fico pensando que estou meio de saco cheio das redes sociais. Essa coisa de privilegiar polemica e gerar ódio (armadilha?) não é comigo. Coisa de jovem ou de velho?

Outro dia, eu criei uma conta no TikTok. Ouvi em algum lugar que quem está lá é jovem e quem ficou no Face + Insta, sem falar em Twitter, é velho, porque navega em plataformas ultrapassadas. A novidade está no TikTok. Mas quem entrar no Metaverso, seja avatar ou não, será o quê? O Facebook, você já sabe, agora é Meta. Seu código na bolsa é MRVS. Mas você já ouviu falar em Metaverso? Então aguarde cenas dos próximos capítulos.

Afinal de onde saiu essa coisa de jovem ou velho? O que busco é me divertir com as redes sociais e para isso o TikTok é ótimo. Mas falando em redes sociais, como elas surgiram mesmo? Andei lendo um bocadinho sobre o tema. A lista é grande. Citarei algumas.

Bom, sendo curto, mas não grosso, no início deste século, por volta dos anos 2000, a internet começou realmente a vingar, aqui no Brasil, em nosso trabalho e casas. E, com o surgimento de uma infinidade de serviços, as redes sociais (estruturas formadas dentro ou fora da internet, por pessoas e organizações que se conectam a partir de interesses ou valores comuns) alavancaram uma imensa massa de usuários.

O primeiro a receber um status de rede social foi o pouco conhecido Friendster (que coisa é essa?), foi ele, que mais adiante ganhou uma cópia chamada MySpace. Depois, ao longo de 2003, veio o nosso conhecido Linkedin, onde milhões de brasileiros navegam, e onde, vez ou outra, eu posto um textinho ou outro.

Mas foi no ano seguinte, em 2004, que o bicho realmente pegou com o surgimento do Flickr, Orkut (rede social da Google mais usada pelos internautas brasileiros durante anos) e Facebook, este último o grande campeão de audiência. Tudo bem que o FB estourou mesmo entre 2006 - 2007 e hoje consolida +130 milhões de usuários mensais no Brasil. E, claro, não podemos deixar de falar na maior plataforma de vídeos do mundo, o YouTube, nascido oficialmente em 2005 e logo chamou atenção da internet e também de diversas marcas e empresas.

Em seguida, em 2006, surge o Twitter, que na época tinha uma intensão de ser uma espécie de "SMS da internet" com a limitação de caracteres de uma mensagem de celular. Bem, sabemos que foi mais do isso. Aliás, Jack Dorsey, fundador do Twitter, deixou o cargo de CIO. Na última News Leifert (comunicação periódica do Tiago Leifert) ele disseca o assunto. E, então, lá por 2010 surge o Instagram, que estourou em menos de 1 ano e levou menos de 2 para ser adquirido pelo FB.

E nós, e o mundo, seguimos, curtimos, aplaudimos... e alguns odiaram, é claro.

Depois, em 2016, surge o TikTok. A supremacia da China sobre o Ocidente. O maior fenômeno da geração Z. Disponível em 150 mercados e em 75 idiomas. Detém nada menos do que a marca de +1 bilhão de vídeos visualizados diariamente. Vídeos curtos (15 segundos) gravados pelos usuários contendo música, efeitos visuais ou sonoros.

E nós, e o mundo, seguimos, curtimos, aplaudimos... e alguns novamente odiaram, é claro.

Mas fico pensando, afinal do que se trata essa tal rede social? Além do internauta se expor e nos expor, estamos fazendo o quê? Nos informando ou nos comunicando? Tem sociólogo conhecido que afirma que “informar não é comunicar” visto que “o difícil é a comunicação, ou seja, a relação com o outro, esse ser diferente” ou ainda “comunicar é entender a necessidade do outro”.

Então, estamos nos relacionando de forma virtual, é isso? Mas existe qualidade nessa interação? E mais, sem falar em fake news, nem tudo que parece é nas redes sociais, ou você já viu postagens escancaradas de problemas de casais, pessoais, financeiros, entre outros? Resposta complexa?  

Bem, eu chutaria (com a certeza dos chutes deste ano do Grêmio Porto Alegrense) que estamos nos divertindo. Entendo as redes como um catalisador e me divirto apertando todos aqueles botões. E você?

Mas é cristalino, fuzuê a parte, há muitos que buscam nas redes o ódio social e do nada alguém (ou ninguém?) ataca, em tom de ódio, algum personagem público ou não, escondendo-se atrás de um avatar qualquer e blá, blá, blá, mas uma coisa é criticar outra é ofender. Da humanidade a animalidade em poucos cliques. Para mim isso não passa de uma espécie de cyberbullying. E posso afirmar que nessa barca vocês não me encontrarão. Poderão me encontrar em qualquer outro lugar onde o bom senso vença o ódio. Afinal, qual o valor desse ódio?

E outro ponto importante é que muitos, mas muitos mesmo, muitosssss, ganham din din com tudo isso. Afinal não vamos esquecer minha gente, trata-se de business. Basta saber que 95% dos adultos entre 18 e 34 anos segue marcas nas redes sociais e que todas as faixas etárias apresentam percentagens acima dos 70%. Segundo uma pesquisa da Marketing Sherpa.

E nós, e o mundo, seguimos, curtimos, aplaudimos...

Ontem, lendo uma crônica do Ruy Castro, intitulada Vida Virtual, deparei-me com informação que o internauta brasileiro, em 2007, passava 23 horas por mês “navegando” na internet. Hoje esse número subiu para 300 horas por mês. Somos o segundo país no mundo que mais dedica tempo a internet. O primeiro, bom, não importa. E, vale também observar, que em alguns artigos, as redes sociais têm sido descritas como mais viciantes do que cigarros e álcool.

Deve haver uma mensagem aí, mas não sei qual é. O fato é que cada vez mais estaremos lá seguindo, curtindo...

Agora, falando de ranking. Quais são as redes sociais mais usadas na atualidade no Brasil? Os números apresentados abaixo foram retirados relatório de julho de 2021 produzido por We Are Social e Hootsuite. As 10 redes sociais mais usadas no Brasil em 2021 são:

1. Facebook (130 mi)

2. YouTube (127 mi)

3. WhatsApp (120 mi)

4. Instagram (110 mi)

5. Facebook Messenger (77 mi)

6. LinkedIn (51 mi)

7. Pinterest (46 mi)

8. Twitter (17 mi)

9. TikTok (16 mi)

10. Snapchat (8,8 mi)

Bem, vejamos, eu poderia esticar essa conversa. Porém, já fui longe para quem não tem aquela expertise no assunto. Melhor parar por aqui. Ou quem sabe, eu deveria gravar um vídeo no TikTok, postar e sair correndo?

Vale uma questão final: nós humanos, descendentes de tribos que registravam histórias nas paredes ou se reuniam para contar histórias em torno de uma fogueira, temos um cérebro moldável o bastante para assimilar o impacto das interações virtuais dessas redes sociais?  

E finalizando, deixo-vos um lindo poema da minha querida prima portuguesa, a poetisa Otilia Afonso. 

Feitos de quem gostamos

Num fazer leve, cerzido,

Pomos em nós quem amamos

Calmamente, sem ruído. 

Por sob a pele que me cobre,

Por cima dela também,

O mundo que se descobre

Lembra sempre outro alguém. 

Por ser outros, desnudado,

Aqueles de quem muito gosto,

São o sentido e o fado

Deste viver que é um posto. 

Quando o posto abandonar,

Dada e cumprida a missão,

Conjugando o verbo amar

Levar-me-ão pela mão. 

Todos os de que gostei

Agregados ao meu ser,

São a alma com que amei,

A arte de saber viver. 

Que vocês tenham uma semana divertida. Saúde a todos!

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