Segurança Pública no Rio de Janeiro: Desafios e Limitações em um Contexto de Alta Criminalidade
Em outubro de 2024, o Rio de Janeiro enfrentou novos episódios de violência que colocaram em pauta as complexidades da segurança pública no estado. Incidentes como o intenso tiroteio na Avenida Brasil, que resultou em três mortes e interrompeu o trânsito em uma das principais vias do Rio, escancaram a vulnerabilidade da população e os desafios das forças de segurança para conter o avanço do crime organizado.
O governador Cláudio Castro tem defendido a necessidade de rever medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal, como a ADPF 635, a chamada “ADPF das Favelas.” Segundo ele, as restrições legais impostas às operações policiais nas favelas enfraquecem o trabalho das forças de segurança, permitindo que facções criminosas expandam sua influência e aumentem o tráfico de drogas e armas no estado. Castro destaca que, embora o governo estadual tenha investido bilhões em segurança e apreendido fuzis e drogas em quantidades recordes, esses esforços precisam de respaldo federal para serem eficazes.
A defesa de Castro por uma política de segurança pública mais integrada se soma a um pedido por apoio federal e por uma revisão legislativa que impeça a reincidência de criminosos de alta periculosidade. Ele aponta que o enfrentamento ao tráfico internacional de armas e drogas requer colaboração entre as esferas estadual e federal para que o estado não enfrente sozinho um problema que transcende suas fronteiras. No entanto, o modelo atual, focado em operações ostensivas e repressivas, continua sendo objeto de críticas, uma vez que essas ações frequentemente resultam em altos índices de letalidade e têm impacto direto nas comunidades vulneráveis.
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Para o governador, é essencial que políticas de segurança pública no Rio não sejam pensadas de forma isolada, mas como parte de um esforço mais amplo de combate ao crime organizado. Esse debate é fundamental para a construção de uma segurança pública que proteja a população sem se limitar a respostas de repressão pontual. Com base em lições dos últimos anos, repensar esse modelo com foco em inteligência, tecnologia e integração entre as esferas do governo pode ser o primeiro passo para o Rio sair desse ciclo de violência.
Esse artigo ressalta a importância de políticas de segurança pública que não apenas reprimam, mas abordem as causas subjacentes da criminalidade, promovendo uma visão de longo prazo em um contexto urbano tão complexo quanto o Rio de Janeiro.