Seguro de Saúde vilão ou gestão deficiente do ramo?

Seguro de Saúde vilão ou gestão deficiente do ramo?

Num país como o nosso, em que o sistema de saúde é extremamente precário, e os prestadores de serviços de saúde cobram valores exorbitantes pelos mesmos, comercializar seguros de saúde constitui um grande desafio para as empresas seguradoras.

Tem-se visto uma procura desenfreada por este tipo de seguro aqui no nosso mercado, visto que as seguradoras não estão muito viradas para o mesmo.

Algumas, chegam mesmo a consideram que este seguro é o causador de grandes “buracos” financeiros que estas atravessaram ou estão a travessar, levando-as a tomar algumas mediadas como:

-agravamento em mais de 30% no valor dos prémios;

-condicionamento de aceitação deste seguro mediante a subscrição do seguro de Acidentes de Trabalho;

-não subscrição de novos contratos;

-não renovação dos contratos existentes, etc.

Apesar deste seguro não ser barato, face ao elevado custo que o mesmo acarreta, as seguradoras debatem-se ainda com outros problemas:

-fraca capacidade de cobrança dos prémios;

-gestão deficiente dos sinistros (os gestores não têm domínio do produto, não sabem quais as coberturas por pacotes, exclusões, limites de capitais, mal gravação das despesas por risco etc.);

-reduzido número de clínicas com condições aceitáveis para a assistência médica e medicamentosa exigida pelos clientes, e as poucas que reúnem o mínimo de requisitos não se mostram muito interessadas em tal parceria, condicionando assim a política de preços convencionados e atendimento diferenciado;

-o departamento financeiro tem dificuldade em analisar e separar as dessas pagas, imputando todos os pagamentos às clínicas ao ramo saúde (mesmo que estas despesas advenham de Acidentes de Trabalho, Danos Corporais do seguro Auto ou Acidentes Pessoais) na ânsia de simplificarem a equação “pagamentos à clínica=seguro de saúde”.

Para contornar tais situações, algumas seguradoras aperceberam-se da importância da figura das empresas prestadoras de serviços de gestão de seguros de saúde e canalizaram toda a gestão de sinistros para as mesmas, uma vez que estas estão em melhores condições de agregar um vasto número de prestadores (rede clínica), convencionar preços, gerir co-pagamento, franquias pré-autorizações, direccionar os clientes para os serviços especializados, filtrar os atendimentos e limites de capitais subscritos, call center 24/24 horas 365 dias ao ano e muito mais.

Penso que a terceirização da gestão de sinistros do seguro de saúde pode ser uma solução válida para lidar com a esta problemática.

*Artigo escrito por: Alzira da Conceição Ernesto

Técnica de Seguros

Alziraernesto2011@gmail.com

Yuri Danilo Inácio

Contabilista Certificado pela OCPCA

8 a

Grande artigo com excelente pensamento

Paulo Araujo

Consultor comercial Volkswagen at Santogal

8 a

Confesso que li este artigo e fiquei a pensar que o texto não tinha qualquer lógica nem fundamento, percebi então que o texto não se refere a realidade portuguesa mas sim á angolana. Os seguros de Saúde em Portugal funcionam bastante bem, sendo a cobertura clinica muito aceitável na maioria das redes (Medis, Multicare, Future Health Care, etc). A oferta das seguradoras é também bastante grande e diversificada, com a oferta das seguradoras habituais mas também com o aparecimento de seguradoras dedicadas em exclusivo aos seguros de saúde, como é o caso da Saúde Prime. Atualmente será dos ramos com maior crescimento e com um potencial muito interessante para crescer ainda mais. Com a dificuldade existente em Portugal para a marcação de consultas de especialidade é quase "obrigatório" ter um seguro de saúde se não quisermos estar meses á espera da marcação de consultas

GONÇALO DA SILVA

JORNALISTA, CONSULTOR DE COMUNICAÇÃO CORPORATIVA & MARKETING DIGITAL

8 a

Obrigado pelo insight!

Sofia Marques

Consultora Exclusiva Private na Ageas Portugal

8 a

Jose Rolao e Fabio Marujo vejam este artigo!

Carlos Vaz

Sócio Gerente AGE Mediação de Seguros Lda

8 a

Muito interessante.

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