Seja no Brasil ou nos EUA: os fenômenos nos ensinam a nos preparar!
Estamos ouvindo, nos últimos dias, o anúncio da chegada do Furacão Milton, na Florida-EUA. Ele tocou o solo americano ontem (dia 9/10, quarta) e já causou mortes, enchentes e destruições, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido por ele até segunda-feira (14/10), quando as previsões dizem que ele vai minguar.
Considerando os últimos 3 meses, este furacão é o 3º com grande potencial de destruição que chega aos Estados Unidos. Os especialistas dizem que podemos estar vivendo a pior temporada de furacões da história:
Uma das ações da agência foi advertir a população de que o furacão será "catastrófico e mortal" e pediu que moradores deixassem as áreas vulneráveis ou, caso não fosse possível, buscassem lugares seguros imediatamente.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), por sua vez, também emitiu um alerta de tornados para partes do sul da Flórida e reforçou o pedido de evacuação das casas, se as autoridades locais exigirem.
Todos esses anúncios públicos e a ação coesa entre o governo dos EUA, o governo da Florida, as agências, os órgãos municipais e muitas outras instâncias, mostram a importância do alinhamento entre as instituições e esferas envolvidas e o exercício eficaz da comunicação de risco à população, para proteção das vidas.
Ações de prevenção e resposta, guiadas por protocolos previamente desenhados, também são de suma relevância.
Diversos procedimentos foram aplicados, como o uso de sacos de areia, tapumes de madeira e espumas expansivas para proteção de lugares fechados, suspensão de voos nos aeroportos locais, alocação de milhares de funcionários federais nos pontos necessários, milhões de dólares distribuídos às vítimas, dentre outros.
Até ontem, mais de 30 mil pessoas estavam protegidas nos 149 abrigos montados para a proteção das pessoas que evacuaram de locais vulneráveis à passagem do furacão.
Dentre todos os desafios, ainda está sendo necessário lidar com notícias falsas e mensagens de desinformação, emitidas nas redes sociais. É preciso também considerar isso nos planejamentos de comunicação de crise!
Os EUA já têm um histórico de furacões, dentre eles, o Katrina, ocorrido em 2005, em Nova Orleans. Desde este episódio, bastante emblemático tanto pela proporção da devastação causada, quanto pela inabilidade do poder público para lidar com seus impactos (o então presidente George W. Bush foi duramente criticado pelo fracasso na resposta), muitas lições puderam ser aprendidas, para que se pudesse lidar cada vez melhor com esse acontecimento.
O Ebook “Rio Grande do Sul 2024: uma perspectiva sobre gerenciamento de crises", que se debruça sobre a tragédia decorridas das enchentes ocorridas no sul do Brasil, elenca as lições cruciais aprendidas com esse episódio e também reúne – pela similaridade do assunto – um compilado de aprendizados adquiridos a partir do Furacão Katrina!
Afinal, a preparação para eventos críticos – naturais ou não – é essencial para todos!
Recomendados pelo LinkedIn
A publicação, lançada recentemente e co-escrita por Ana Flavia Bello (CEO da Cosafe e especialista em Gestão e Comunicação de Crises), Gustavo Caleffi (especialista em segurança de grandes eventos) e Roberto Costa (especialista em gerenciamento de segurança e crises), oferece soluções práticas e estratégicas para gestores, líderes e cidadãos comuns se prepararem para novas crises que virão.
Do Furacão Helene, também já foram colhidas boas lições que, segundo Chris Hurst (vice-presidente de serviços globais de risco e inteligência da OnSolve by Crisis24), podem ser incorporadas por instituições e governos. Veja abaixo quais são elas:
· O tempo de evacuação é crítico
O trágico atraso na evacuação da fábrica do Tennessee demonstrou o perigo de se esperar muito para agir. É preciso priorizar a segurança dos colaboradores, ter planos de prevenção pré-estabelecidos e fazer treinamentos práticos periódicos, para que os envolvidos estejam preparados para agir, antes que as condições piorem.
· Os riscos em cascata ou escalados são inevitáveis
Os riscos podem evoluir para além das previsões iniciais. Tal como se viu em ambas as Carolinas, as inundações de Helene criaram riscos agravados: transbordamento de esgotos, riscos para a saúde e danos nas infraestruturas. O planejamento para estes eventos em cascata ou escalados deve fazer parte da estratégia de preparação para emergências.
· A inteligência de risco em tempo real é essencial
As organizações devem contar com ferramentas avançadas de monitoramento de riscos em tempo real. As plataformas de Gestão de Crises (como a da COSAFE), permitem um melhor acompanhamento do progresso e dos potenciais impactos de um incidente, o que pode ajudar na identificação antecipada de riscos, na agilidade da comunicação e na tomada de decisão mais rápida.
· Resiliência comunitária e resposta local
Os esforços de resposta na Carolina do Sul realçaram o poder da resiliência comunitária, com organizações de base se mobilizando rapidamente para fornecer suprimentos e ajuda. Isso também foi possível de ver acontecendo aqui no Brasil, no Rio Grande do Sul! Isto reforça a importância das parcerias público-privadas e do envolvimento da comunidade nos esforços de resposta a catástrofes.
Tanto as enchentes do Rio Grande do Sul (no Brasil), quanto os furacões Katrina, Beryl e Helene (nos EUA), servem como um norte para lidar com situações críticas similares em instituições, cidades e nações. E os desdobramentos do Milton (o furacão em atuação neste momento), que ainda serão vistos, certamente também serão fonte de grande aprendizado.
Que esse histórico nos ajude a estar cada vez mais preparados!
#furacoesnosEUA #enchentesnoRS #gerenciamentodecrises #desastresnaturais #crisesclimaticas #respostaaemergencias