Seja dono do seu negócio

Em uma das minhas vistas ao Rio de Janeiro, minha mãe sugeriu que fôssemos a uma loja de chocolates — segundo ela, era um dos melhores chocolates que já havia provado.

Eu adoro chocolates e, também, toda e qualquer nova experiência. Então, fomos e logo de cara de me deparei com uma loja super charmosa em uma das ruas mais badaladas da cidade. Dentre as opções o atendente se aproximou e para cada uma das minhas perguntas, uma explicação perfeita de cada um dos produtos das prateleiras.

Além disso, com um papo rápido, o atendente percebeu que era minha primeira vez na loja e me ofereceu algumas opções que faziam mais sentido ao meu paladar. Fiquei encantada com a qualidade dos produtos e muito mais com o atendimento, que me despertou uma curiosidade para entender o que estava por trás daquela excelente experiência.

Quis aproveitar mais aquele momento, pedi um café e estendi a minha conversa com o atendente. Foi ali que entendi o que aquele profissional tinha de diferente! Ele me contou com “sorriso na voz” toda a história da loja, desde a fundação da marca e sobre a família fundadora. Falou com sobre a plantação de cacau na Bahia, sobre a crise que enfrentaram na década de 90 para o plantio dentre outras histórias sobre o contexto da loja. Ao final percebi que ele não era “só” um funcionário, ele era parte de uma empresa, da história daquele negócio.

Sai da loja reflexiva, pensando na nossa realidade como líder. Como podemos fazer nossos times se sentirem donos da empresa? Ter o famoso “pensamento de dono” tem a ver com tantas palavras que usamos atualmente - Accountability, ownership, empowerment entre outras. Mas, quais ações, nós podemos fazer para nutrir essa postura?

Aqui deixo algumas reflexões que podem inspirar, mas também, quero saber de vocês se veem algo a mais que possamos compartilhar por aqui. Vamos lá:

- Dar autonomia. A postura de dono está automaticamente ligada ao nível de autonomia que você dá ao seu time. Tomar riscos, errar, ajustar a rota no meio do percurso e ter um ambiente seguro para isso.

- Visão do todo. Não tem nada mais frustrante do que trabalhar sem ter a visão geral. Por mais que o trabalho seja específico, cada pessoa contribui para o todo. Isso vai desde a história da empresa, as áreas de atuação, etc. No caso da loja de chocolates era nítido que ele entendia o impacto em toda a cadeia até o produto chegar nas mãos do cliente. Nunca vou esquecer o dia que conheci a fábrica da Novo Nordisk, foi uma experiência única! Ver materializado os produtos que impactam a vida das pessoas que tratamentos foi mais uma forma de fortalecer o propósito no meu dia a dia;

- Conectar com o propósito. Trabalhando na indústria farmacêutica acho que é muito grandioso o nosso propósito — melhorar/salvar a vida de pessoas todos os dias. Às vezes, nas atividades diárias, não nos lembramos disso. E como líderes, precisamos ativamente conectar nossos times a esse propósito; 

Posso afirmar que essa visão de dono gera um maior engajamento dos funcionários e isso fica visível, não apenas em resultados, mas na experiência com nossos clientes (internos e externos), como foi o caso da minha experiência na loja de chocolates que lembro até hoje.

Ps: Ah! Para quem tiver interesse a loja se chama Chocolate Q, no Rio de Janeiro.