Sejamos águias!

Sejamos águias!

Resgatei uma mensagem por mim encaminhada em 1999, às vésperas da virada do milênio, a muitos com quem convivi e interagi. A mensagem que resgatei e aqui apresento, de lá para cá, continua a representar fielmente o que desejo a todos e a mim mesmo. A mensagem no texto de James Aggrey, educador de Gana, e Leonardo Boff impulsiona todos a alçarem voo com as grandes transformações, mais do que simples mudanças, à nossa volta.

Sejamos atentos com as transformações irreversíveis. Sejamos atentos com o nosso destino como águias.

A ÁGUIA E A GALINHA

Uma metáfora da condição humana

Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

--- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.

--- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.

--- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

--- Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:

--- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe!

A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

--- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! - comentou o camponês.

--- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:

--- Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe!

Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.

O camponês sorriu e voltou à carga:

--- Eu lhe havia dito, ela virou galinha!

--- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

--- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.

Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento.

Com base nas palavras de James Aggrey:

Somos águias! Mesmo que existam pessoas que nos tenham feito pensar como galinhas. Mas somos águias. Que todos tenham ciência da capacidade de serem ÁGUIAS! Jamais se contentem com os grãos que jogarem aos pés para ciscar.

Cris Cirne Fernandes

Produtora Web & Designer de Mídias Interativas na CMM Digital Ltda.

2 a

Sou águia ☺️

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