sem ataques, sem defesas
É necessário falar de POLÍTICA. Política significa organização social, relação implicada na coletividade, no engajamento para construção da sociedade mais justa, mais ética, mais humana.
A campanha eleitoral (oficial) mal começou e já podemos ver que será um dos processos mais difíceis e duros, por inúmeras razões. Razões que, muitas vezes, consideram um referencial estreito e muito particular, o que nem é inédito para nós, brasileiros, mas é sim uma lástima que devemos combater.
A civilidade pede que sejamos cautelosos na análise dos candidatos e diz que cada um tem DIREITO de utilizar os critérios de seleção que bem entenda. Chato é ver pessoas que justificam suas escolhas desqualificando as dos outros; chato é ver gente que diz ser pela paz, incitando o ódio; chato é achar que só um lado é válido, que bom é só o que eu/você queremos... Mesmo aquele candidato que a gente não gosta, que abomina as ideias, e as posturas, e a vida pregressa (em minha opinião, tem mais de um nessas condições), ninguém precisa citá-lo(s), replicar posts contra, comentar nos feeds de quem apoia/curte, bater boca na web... Isto não é ser democrático, não é fazer política, não é exercer cidadania. Isto só é feio e desrespeitoso.
Que sociedade queremos (re)construir? Que sentimentos queremos compartilhar? Com que exemplos? Com que posturas? Por quais caminhos?
Preferências todos temos e elas são legítimas, por isso devemos prezar as eleições e fazer dos nossos votos a nossa voz. Eu não acho que temos bons representantes, acho que as eleições atuais apontam para uma carência abissal de concorrentes confiáveis, que nos façam sentir segurança em vossos comprometimentos politico e social. Mas, é o que temos, vamos precisar de análise crítica, paciência e disponibilidade civil para nos organizarmos e contribuirmos com as mudanças que desejamos – cada um fazendo sua parte, nas mínimas tarefas já será de boa valia.
Não precisamos de partidos, precisamos sim de PESSOAS. As subdivisões partidárias só favorecem a subtração da democracia, os conchavos, as batalhas de interesses. Isto não nos serve. Precisamos de gente boa, comprometida, com ÉTICA, não com religião, não com poder, não com áreas/setores/segmentos. Precisamos de JUSTIÇA, não de acordos, não de polarização, não de medo.
Precisamos de um LEGISLATIVO limpo – deputados e senadores são cargos que merecem nossa atenção, até mais firme que os cargos EXECUTIVOS. Porque se nossos representantes no congresso forem pessoas de princípios éticos e democráticos, não haverá espaços para os corruptos, o bem coletivo ficará em primeiro lugar, as LEIS, tão necessárias, serão eficazes e utilizadas de maneira que os DIREITOS sejam preservados e os DEVERES cumpridos, igualitariamente, para todos.
Precisamos de um JUDICIÁRIO isento, coeso, que não se deixe corromper e que não use a interpretação com mobilidade para favorecer este ou desfavorecer aquele.
Estamos tão cansados de assistir as notícias e não entender a labilidade dos juízes, que chega a ser vergonhoso. Fico imaginando um mecânico justificando o defeito de um carro com várias interpretações, ou um médico medicando a mesma doença em doentes distintos e para cada um ele oferece uma dose aleatória, seguindo apenas a régua do bolso... A sociedade assim não sobrevive, não acredita em si, não se nutre da confiança e do amor coletivos.
Eu compartilho com vocês o meu desejo de uma Brasil sem corrupção, com qualidade suficiente de saúde, educação, emprego, segurança, habitação. Um país que demonstre por seu povo respeito e que este mesmo povo também saiba honrar e cuidar de tudo que é nosso.
Que estejamos prontos para enfrentar as dificuldades com união, dignidade e pacificidade. Sem isto, além de não combatermos as dificuldades, as ampliamos e cada um continuará pensando somente no que interessa para si, individualmente/localmente, como se faz há longa data, enxugando gelo. Não é hora de ataque, nem de defesa, é hora de lutarmos todos juntos.