Semana Mundial do Aleitamento Materno, o que isso tem a ver com você?
A Semana Mundial de Aleitamento Materno é a primeira semana de agosto e teve início em 1990, durante o encontro da Organização Mundial de Saúde com a UNICEF. Neste encontro foi criado um documento chamado “Declaração de Innocenti”. A fim de garantir o cumprimento dos compromissos assumidos pelos países após a assinatura deste documento, em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA, sigla em inglês). Em 1992, a WABA criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno e todos os anos é definido um tema com materiais traduzidos em 14 idiomas, com a participação de cerca de 120 países. Agosto também é conhecido como mês dourado, numa referência ao padrão ouro de qualidade do leite materno. O tema da SMAM 2020 é "Apoie o aleitamento materno para um planeta mais saudável".
O que tudo isso tem a ver com você? Se você é mãe ou pai, tem muito, você já sabe disso. Mas não é para você que escrevo esse artigo hoje. Escrevo especialmente para você que sequer sentiu o desejo de ser mãe ou pai. Escrevo pra você que é gestor, que tem colegas de trabalho e amigos que são pais, para você que é tio.
O leite materno é o único alimento completo, contém todos os nutrientes necessários para o bebê, na quantidade exata, além transferir os anticorpos da mãe. Até os 6 meses de vida, o bebê não precisa de nenhum outro alimento, isso exclui também água ou chás. É chamado de alimento vivo porque se modifica de acordo com a idade e necessidade do bebê e possui milhões de células vivas, mais de mil proteínas, mais de 40 enzimas, mais de 200 açúcares complexos, hormônios, vitaminas. As pesquisas não param de descobrir propriedades benéficas sobre o leite materno.
Apoiar e incentivar a amamentação é pensar no presente e no futuro: mais saúde para bebês, crianças e adultos, o que gera economia para o país; melhor desempenho escolar (a amamentação diminui as chances de bebês e crianças apresentarem o padrão de respiração predominantemente bucal. O uso de bicos artificiais - mamadeiras e chupetas -, em contrapartida, favorece o "respirador bucal", e criança que respira mal, dorme mal; criança que dorme mal apreende menos).
Pesquisas apontam que crianças amamentadas apresentam melhor desenvolvimento cognitivo; quanto maior o tempo de aleitamento materno, maior o QI. Sabe-se que crianças que mamaram no peito por menos de três meses tem QI mais baixo aos cinco anos, em comparação as que foram amamentadas exclusivamente até os seis meses de idade. Estamos falando aqui de favorecer a elevação da renda média quando essa criança tornar-se adulta.
E o planeta? Qual a relação entre o tema da SMAM 2020 com a sustentabilidade? A resposta é: toda. O leite materno não precisa de embalagem (e a cadeia que isso representa: fabricação, envase, transporte e venda), não usa e não gera substâncias ou resíduos nocivos ao meio ambiente, não precisa de gás para ser aquecido. Amamentar é sustentável.
E você, que está sendo apresentado ao leite materno sob esta ótica, trabalha numa empresa que incentiva o aleitamento materno? Sua empresa oferece uma licença maternidade compatível com a amamentação (como amamentar até 6 meses exclusivamente se a licença maternidade é de 4?), espaço para extração e armazenamento adequado do leite até que a mãe retorne para casa, ambiente emocionalmente acolhedor para a lactante? Filhos de mães que amamentam adoecem menos. Menos doenças, menos ausência no trabalho. Mais economia para a empresa e mais satisfação para a mãe, que se sente respeitada nessa fase tão importante para ela e para seu bebê (a fase passa, a potência feminina amadurece e revitaliza-se).
Qual é a sua atitude quando sua colega de trabalho ou amiga diz que amamenta ou que está com dificuldades para amamentar, mas quer persistir? Oferece a opção do leite artificial porque é "mais fácil"? Reforço aqui que uma mãe, para amamentar, precisa de informação e apoio e você pode oferecer o seu, mesmo que pareça pouco.
O IBFAN (Internacional Baby Food Action Network) atua há 40 anos para a melhoria da nutrição e saúde infantis e é formado por mais de 270 grupos de ativistas em cerca de 168 países. Presente no Brasil desde 1983, o IBFAN alerta para os riscos para a criança alimentada com leite artificial: maior incidência de asma, alergias, mal oclusão, infecção por contaminação da fórmula, deficiências nutricionais, cânceres infantis, doenças crônicas, diabetes, doença cardiovascular, obesidade, infecções no ouvido, entre outros.
Dessa forma, o leite artificial só deve ser em situações específicas, mães infectadas por HIV, HTLV1 e HTVL2, por exemplo.
Como mãe que amamentou por 4 anos, além de todos os benefícios aqui expostos, acrescento a sensação indescritível que é ser fonte única de alimento para seu filho. Falar do vínculo mãe-bebê advindo da amamentação seria injusto com as mães que, por algum motivo, não conseguiram amamentar. Portanto, deste aspecto me abstenho de falar. Entretanto, concluo este artigo falando sobre o conforto que o aleitamento materno proporciona às crianças nos momentos de dor, de estresse e de separação. O leite materno também é um santo remédio.
Mãe do Theodoro | Estudante
4 aAcácia amei essa fase, tão importante o aleitamento materno, tive orientação e apoio para seguir e conseguir até 01 de vida do meu filho. Desejo isso para todas as famílias, abraços.