Semelhanças entre as enchentes do RS e da Espanha
O ano de 2024 encaminha-se para o fim, mas deixou marcada a memória de moradores do Rio Grande do Sul e da Espanha, apesar das diferenças geográficas e climáticas, ambas as regiões passaram por fenômenos climáticos intensos e que resultaram em inundações devastadoras, com a perda de centenas de vidas e danos significativos, que levarão anos para serem mitigados e esquecidos.
Tanto no Sul do Brasil como na Espanha, as enchentes foram causadas por sistemas de baixa pressão e instabilidade atmosférica. No Rio Grande do Sul, a formação das áreas de instabilidade foi associada ao fenômeno El Niño e uma grande área de calor estacionário no centro do país. Na Espanha, as chuvas foram resultantes de um sistema conhecido como Dana (Depressão Isolada de Altos Níveis) e que é responsável por causar chuvas torrenciais e em altos níveis.
Os volumes de chuva em ambas as regiões foram históricos e significam o acumulado esperado para meses. Na capital do Rio Grande do Sul foram registrados 539 milímetros de chuva em maio de 2024, já na cidade espanhola de Chiva os pluviômetros chegaram à marca de 491 milímetros em apenas oito horas. Em ambos os casos, os volumes são recordes e causaram inundações severas. Não há sistemas de drenagem urbana dimensionados para escoar quase 500 litros de água por metro quadrado em poucas horas.
Cenários de destruição foram muito semelhantes em ambos os casos, com cidades inundadas, transbordamento de rios e arroios e infraestrutura urbana e casas danificadas. No Rio Grande do Sul rios como Caí, Sinos, Taquari, Jacuí e Guaíba atingiram as maiores marcas da história. Já na Espanha, a região de Valência conviveu com ruas e estradas com correntezas, milhares de carros danificados e sistemas de transportes interrompidos.
O aquecimento global foi relacionado em ambos os casos por especialistas climáticos. O aumento da temperatura global contribui para a maior ocorrência de chuvas intensas, prolongadas e com maior risco de enchentes em locais ao redor do globo. Eventos extremos serão cada vez mais comuns.
Esses episódios demonstram a vulnerabilidade das regiões do Brasil e da Espanha quanto aos eventos climáticos extremos e a necessidade de medidas de adaptação e mitigação para enfrentar os desafios climáticos dos próximos anos. A compreensão das semelhanças e diferenças de cada evento pode permitir a criação de estratégias eficazes para prevenir e responder aos desastres naturais no futuro.
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Referências