Sensorial Coffee

Sensorial Coffee

Em meados da metade de 2019 me deparei com uma situação: não seria possível fazer a tão sonhada graduação no exterior. Um momento que gerou uma grande reflexão e despertou iniciativas as quais me levaram a aprender sobre algo que gosto muito: café.

Dentro deste vasto (e saboroso) universo, existem os cafés especiais, ou como gosto de chama-los, cafés de especialidade. Geralmente são cafés que possuem um cuidado especial desde o seu plantio até seu pós-colheita, gerando um resultado surpreendente: a percepção de notas sensoriais em sua bebida e aroma.

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Esses cafés são provados e suas notas sensoriais rotuladas de acordo com uma roda de sabores, desde caramelo, frutas vermelhas, até notas de jasmim e flor de laranjeira. De primeira, fiquei fascinado. Estava acostumado a beber café amargo, com açúcar, e não tinha ideia de algo assim poderia existir. Mas ao fazer uma relação com o vinho ou a cerveja, ficou um pouco mais fácil de entender.



Neste momento de descoberta, estava ansioso para entender como estes sabores se apresentavam, até provar um café complexo – e não sentir nenhuma das notas sensoriais que estavam na embalagem. Será que havia extraído a bebida de forma incorreta? Será que é apenas marketing? Ou será que eu não tinha capacidade de sentir estes sabores e aromas?

Logo no final do ano passado, comecei a trabalhar em uma cafeteria a qual possui diferentes tipos de cafés especiais, e durante uma discussão com meus colegas de trabalho, surge o termo ‘’Educação Sensorial’’. A educação sensorial pode partir de várias áreas, porém vou me prender ao café.

Como muito bem pontuado pelo meu ex-colega de trabalho e amigo Juliano Lamur, a educação sensorial é bastante democrática. Acredito que todas as pessoas possuem uma biblioteca sensorial, de coisas as quais provou, viu, fragrâncias agradáveis e desagradáveis, e isso é algo que começa assim que a pessoa nasce, durando a vida toda. Porém, há um grande impasse: nem todos sabem como acessar essa biblioteca no momento de beber o café, o vinho ou provar uma comida e sentir todos os temperos.

Então, como desenvolver e acessar esta biblioteca? Em um primeiro passo, acredito que é necessário experimentar ao máximo. Provar diferentes comidas, temperos, bebidas, e seus aromas, procurando sempre descrevê-los, como cítrico, apimentado, doce, e assim vai. Conforme a sua biblioteca cresce, é importante criar relações entre as suas referências e as notas sensoriais novas de uma forma em que você consiga acessar mais rápido.

Acredito que é um bom início para começar a sentir essas sabores e aromas dos cafés. Me junto novamente ao meu colega e amigo Juliano em sua citação: a educação sensorial tem mais a ver com voltar o seu olhar para dentro de si, entendendo suas referências e criando assim o melhor método para desenvolver essa capacidade, e assim conseguir entender este universo sensorial tão complexo do café.

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