Será o fim dos ERP’S?
Os ERPs surgiram em meados dos anos 90 e foram entusiasticamente aceitos pelas corporações. Cada departamento tinha seu próprio sistema, como contabilidade, finanças, manufatura, estoque, e assim por diante. Era o primórdio da TI e a integração entre sistemas era rara, e quando existia, nem sempre era confiável.
As primeiras implementações dos ERPs eram caríssimas, mediam-se em milhões de reais, e durante um tempo chegou a ser sinal de status um executivo dizer que estava implementando um ERP. As empresas que o implementaram inicialmente obtiveram vantagem competitivas, pois conseguiram integrar seus processos antes dos concorrentes. Com integração, reduzia-se custos e ganhava-se em velocidade.
Empresas de ERP ganharam muito bem, mas os maiores beneficiados foram as grandes empresas de consultoria. Estimativas apontam que para cada real ou dólar investidos na aquisição de um ERP, haviam de cinco a dez outros aplicados na implementação e customização, que ia para as consultorias. Devido ao modelo de licenciamento as novas versões também custavam muito para serem implementadas e adaptadas. Um ERP customizado tornava-se quase que um sistema interno, garantindo às consultorias longos e lucrativos contratos de suporte.
Temos hoje um cenário desafiador. A velocidade de resposta exigida das empresas é muito acelerada e os ERPs tradicionais foram desenvolvidos para outro contexto. Flexibilidade não era um critério de alta criticidade. Sua proposta era integrar e inovar, de forma incremental, processos e estrutura organizacional, dada uma determinada visão e modelo de negócios. Funcionou muito bem em um cenário era mais estático e menos disruptivo, mas funciona hoje?
As empresas não são mais estruturas rígidas. Devem ser auto ajustáveis, não apenas mudando na camada de suporte (processos, sistemas e estrutura organizacional), onde o ERP opera, mas transformando a visão e os modelos de negócios, devido à velocidade da dinâmica de transformação do mercado. Os monolíticos ERPs começam a se tornar um fardo. Não que integração não seja essencial. Mas nenhum processo pode ser lento a ponto de prejudicar a dinâmica do negócio e os ERPs tradicionais não são flexíveis o suficiente para reagirem na velocidade que precisamos hoje.
Fica a dica para uma nova BPMN em 2016, voltado para o negócio e agilidade da organização.