Setembro Amarelo Corp.
Setembro iniciou e com ele as redes sociais ficaram amarelas, muita gente falando sobre saúde mental (e isso é ótimo!).
Ontem à noite me deparei com um texto que me fez refletir sobre como este tema deveria ser tratado no âmbito corporativo, não só pelo texto em si, mas por ter lido coisas pelas quais eu já havia passado. O texto citava algumas frases como :
- “Não sei o que está acontecendo, só tenho vontade de chorar aqui.”
- “Essa semana fui chorar umas três vezes no banheiro”
- “Tô tomando um calmante natural pra aguentar, mas não é nada demais”
- “Eu engordei tudo que havia emagrecido, não consigo mais controlar minha ansiedade”
- “A situação já não pode nem ser chamada de insustentável”
- “Tenho dor de estômago só em pensar em voltar a trabalhar”
- “Esse lugar suga toda minha energia, quando chego em casa não tenho vontade de fazer nada”
[adaptei para frases que já disse e ouvi de amigxs]
Se identificou? Espero que não, mas temo que sim.
Pois bem, essa é a realidade de muita gente. E pior, muita gente que trabalha em empresas padrão ‘Google de felicidade’. A minha reflexão aqui é em relação ao que realmente é importante para os colaboradores. E o que é importante para os colaboradores nem sempre é algo que foi criado para virar notícia, ou gerar reconhecimento em prêmios de grandes revistas ou para viralizar nas redes sociais.
É difícil agradar a todos? Diria que é impossível. Mas todos nós somos seres humanxs e sentimos! Colocar-se no lugar do outro passa pelo diretor de RH, no lugar do colaborador, pensar se a piscina de bolinha no escritórios vai relaxar mais do que oferecer um treinamento para os líderes tóxicos da empresa.
Não é sobre doses de motivação. Mas sim sobre a cura do que é tóxico.
A piscina de bolinha, na verdade, já é um tema muito além da raiz da minha reflexão. Afinal, o que me dá dor de estômago (rs) é ver a liderança de uma empresa agindo de forma contrária ao que prega aos seus colaboradores, e utilizar discursos vazios e clichês para motivá-los. Como se, muitas vezes, apenas o nome da empresa fizesse valer a pena todo sacrifício mental e emocional necessário para se manter ali equilibrando os pratinhos.
A gente acredita que é capaz. E até diria que somos fortes o suficiente. Mas nem sempre temos tempo para identificar o ônus.
Me vi muitas vezes me questionando quanto tempo mais eu aguentaria emocionalmente. Fisicamente eu sei que aguentaria, que eu daria conta. Mas a partir do momento que minha saúde emocional realmente adoecesse, certamente o caminho para voltar seria longo. Eu ouvi os sinais do meu corpo, eu me atentei as minhas emoções, eu identifiquei minha rede de apoio (dentro e fora da empresa) — fiz parte da rede de apoio de outras pessoas também — e tudo isso me ajudou a dar um passo em direção àquilo que eu acreditava como saudável sem deixar de lado meu valor.
Finalizo utilizando as palavras da @designernodivã :
Chega desse modelo de trabalho que está doente e que adoece. Chega de explorar nosso amor pela profissão e nos fazer acreditar que o preço disso é entregar tudo de nós no trabalho. Chega de desvalorização. Chega de apatia!
Defendo a paixão pelo que fazemos, mas equilíbrio sempre será a palavra chave (atenção: equilíbrio não é corpo mole).
Desejo a nós empatia e sabedoria. Empatia para entender a dor do nosso colega da mesa ao lado e ajudá-lo, ou para lidar com nossas equipes de forma mais humana e digna. Sabedoria para saber o momento de respirar e repensar.
❤
Serviços corporativos | Coordenadora de Facilities & Mobility | ESG | Real Estate | Hard & Soft Facilities | Mãe em construção
5 aLindo e importantíssimo texto Lais. Parabéns pelas sábias palavras!