SILABAS AMARRADAS COM EDUARDO WITE

POR: ADELINO JORGE FERNANDES


Tenho acordado infitamente no passado. A infancia do antigamente percorre o meu amago . Recordacoes da baixa da cidade, assaltam-me insistentemente o meu passado : - “Atirei o pau no gato tô tô, Mas o gato tô tô, Não morreu reu reu,Dona Chica cá,Admirou-se se,Do berro, do berro que o gato deu: Miau!

Cambaleava abaixo da 25 de Setembro quando dorompante cruzei com Eduardo Wite e num aceno de velhos Kambas- Oh Wite desaparecido! Qual foi a tua de na reuniao da Associacao dos Escritores, aquela desengonca com o Coronel! Entre gargalhadas descemos abaixo, entre carros e garinas ate feira, num amistoso cheio de muito humor, nao era para menos. O Eduardo e muito bom conversador.

Ja na conversa a dois fiz-lhe recordar do Vinicius de Moraes :- “Lá vem o pato/Pata aqui, pata acolá Lá vem o pato/Para ver o que é que há.O pato pateta/Pintou o caneco/Surrou a galinha/Bateu no marreco Pulou do poleiro/No pé do cavalo/Levou um coice/Criou um galo/Comeu um pedaço/De jenipapo Ficou engasgado/Com dor no papo/Caiu no poço/Quebrou a tigela/Tantas fez o moço/Que foi pra panela.”

Entre copos e papos papeavamos a noite. O Bar do Wildo Ferreira propocionava um momento agradavel. Musica dos tempos todos numa so noite. Numa so conversa, tempos distantes de todos os tempos. Dizia muitas vezes ora amargurado Wite:- Estes gajos que vao ate ao tutano! Fingia que nao percebia. Saia em conta ouvir tudo sem contudo interroper.

E certo, porém, que não resistiremos à tentação de “atirarmos” um pouco para todos os lados, não é?! Afinal, somos do mundo e, por isso, temos todo o direito de meter o bedelho onde bem entendermos. Pensava bem eu bem baixinho , para que os coxixeiros nao o ouvissem enquanto O Wite conversava, com outros patinhos, desculpe queria dizir com outros convivas. Mas nesse interludio a minha infancia chamava-me insistemente: - Cinco patinhos foram passear/Além das montanhas/Para brincar/A mamãe gritou: Quá, quá, quá, quá/Mas só quatro patinhos voltaram de lá./Quatro patinhos foram passear

Além das montanhas/Para brincar/A mamãe gritou: Quá, quá, quá, quá/Mas só três patinhos voltaram de lá./Três patinhos foram passear/Além das montanhas/Para brincar/A mamãe gritou: Quá, quá, quá, quá/Mas só dois patinhos voltaram de lá./Dois patinhos foram passear/Além das montanhas/Para brincar/A mamãe gritou: Quá, quá, quá, quá/Mas só um patinho voltou de lá.” O patinho heroi .... Eduardo Wite interropeu-me :- Que se passa ? ja nao falas pah!? E sorrateiramente eu lhe cantei :- Todos os patinhos”/Sabem bem nadar/Sabem bem nadar/Cabeça para baixo/Rabinho para o ar/Cabeça para baixo/Rabinho para o ar/ Quando estão cansados/Da água vão sair/ Da água vão sair/ Da água vão sair/       Depois em grande fila/ P'ro ninho querem ir/P'ro ninho querem ir/ Depois em grande fila/P'ro ninho querem ir/    Na hora da papa/     Todos querem comer/Todos querem comer/Atrás da mamã pata

Vão todos a correr/Atrás da mamã pata/Vão todos a correr...” e depois so eram conversas desconexas entre risos e risadas. Quando em jeito de provocacao , recitei um poema para o Esduardo Wite de Thiago de Mello :- “Cidadania é um dever do povo. /Só é cidadão /quem conquista o seu lugar /na perseverante luta /do sonho de uma nação. /É também obrigação: /a de ajudar a construir a claridão na consciência

de quem merece o poder. /Força gloriosa que faz /um homem ser para outro homem, /caminho do mesmo chão, /luz solidária e canção.

Depois nao sei confesso como sai bo Bar, nem sei como Eduardo Wite saiu. Passados mas algum tempo depois recebi a tragica noticia de que Eduardo Wite tinha partido para uma viagem longa.....





















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