Simplificar para crescer
Quando 2020 começou, veio junto a ansiedade positiva de estar completando 40 anos de trabalho e de muito aprendizado na minha vida. Depois de ter passado por várias instabilidades econômicas, entre elas plano Bresser, plano Collor, URV, tablita, plano Real e confisco do dinheiro privado; aprendi a não me desesperar, a analisar a situação sob todos os ângulos e, sempre, seguir em frente.
O que eu não imaginava era que justamente no quadragésimo ano trabalhando duro e à frente de vários negócios e projetos, eu aprenderia, de uma única vez, mais do que o acumulado em toda a minha vida profissional.
E aprendi que as empresas tiveram que abandonar rapidamente as gambiarras digitais e se transformar em plataformas competentes, sem distinção de tamanho ou formato. O comércio online deixa de ser uma opção futura para se tornar necessário para a sobrevivência diária.
Lojas físicas descobriram como cada metro quadrado ocupado é valioso, sendo muitas delas redesenhadas mais para se tornar um expositor de mercadorias, já prevendo que as compras futuras serão online.
As pessoas passaram a não consumir mais dentro das lojas de alimentação. Elas compram e vão embora. Os escritórios luxuosos e imponentes deram lugar a um espaço dentro da residência dos executivos, que agora se esforçam para conquistar novos clientes com resultados práticos e objetivos, com propostas atraentes, e não contando mais com a ostentação dos grandes espaços, que acabaram ficando obsoletos.
As barreiras físicas acabaram, as distâncias se tornaram indiferentes e todos estão tendo a oportunidade de se igualar perante o mercado. Você pode ter 200 profissionais trabalhando para você em diversos locais do mundo. Uma grande revolução no sistema educacional e de saúde está só começando, pois, o modo de viver, de aprender e de se relacionar mudou.
Nossa região tem, agora, a oportunidade de atrair a indústria de transformação para perto e de aproveitar o maior porto da América Latina para se posicionar perante o mundo como um grande celeiro de oportunidades. Temos várias áreas disponíveis e permissíveis para a instalação de novas empresas em nossa região, com os seus 168 km de extensão de Bertioga à Peruíbe.
A infraestrutura viária interligando os municípios já existe, bem como o acesso rápido ao maior mercado consumidor brasileiro. Estamos a menos de 70 km da Capital do Estado. Assim como as empresas estão se reinventando tecnologicamente, agregar valor as mercadorias como as commodities que tanto exportamos, a matéria prima bruta produzida e exportada sem qualquer beneficiamento e, principalmente, baratear o custo de transporte entre a chegada e a saída da mercadoria pronta e acabada, fará toda a diferença no resultado final.
Não existe setor da economia ou tamanho de negócio que possa dizer “eu não tenho necessidade de investir em tecnologia e me readequar ao mercado atual”. A regra para quem chegar precisa ser clara e transparente, ter segurança jurídica e apoio das autoridades. Nossa região precisa ter perspectivas de um futuro promissor.
Agora, na próxima quarta-feira (10/02) estaremos assinando no Palácio dos Bandeirantes um protocolo de intenções com os 09 municípios da Baixada Santista em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, na pessoa do Dr. Wilson Mello, presidente da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade – INVESTE SÃO PAULO, e da Dra. Patrícia Ellen (Secretária de Estado) para elaborarmos conjuntamente um "Plano macro de atração de investimentos e desenvolvimento integrado da Região da Baixada Santista".
Um trabalho pioneiro, com a participação dos empresários, do LIDE Litoral Paulista e dos municípios, mas que será o marco no crescimento regional. Precisamos nos posicionar perante as autoridades do Estado, nos fazer presente e criar voz junto às decisões futuras.
Simplificar para crescer, gerar emprego e renda para perpetuar.