Sinais de Atenção sobre a Ansiedade na Pandemia
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Incertezas quanto ao tempo em que o isolamento durará, perda de contato com pessoas, medo de perder o emprego, saudade e adiamento de planos. A pandemia do coronavírus atinge o mundo inteiro e cria um clima de ansiedade que toma conta das pessoas.
Para Jane Webber, professora de educação de aconselhamento na Kean University, estamos vivendo constantemente com algum nível de medo, num estado de alerta muito semelhante ao de veteranos do Vietnã e do Iraque.
A especialista diz "Nosso sistema nervoso simpático só pode ficar neste estado de sobrecarga, quase frenético, por algum tempo antes de entrar em colapso." Para saber quando os níveis de ansiedade estão se tornando preocupantes, é importante monitorar os sinais que o corpo dá.
Consideramos o primeiro sintoma quando os pesadelos se tornam frequentes e a qualidade do sono é ruim. Dormir mal leva ao estresse, ansiedade, depressão e atinge o corpo. Para combater este mal, fazer exercícios e cuidar da alimentação são passos eficazes.
Na pandemia, somos constantemente bombardeados por notícias relacionadas ao problema. Se estas te deixam em estado de alerta frequente, reduza o consumo deste tipo de conteúdo.
Quando perdemos o gosto por atividades, artes ou a conexão com pessoas que nos traziam alegria, a situação fica ainda mais grave. Nesta situação, é importante ter apoio profissional e familiar.
Quando o medo de perder o emprego ou os pensamentos de que você está sozinho e sem motivos aparentes para continuar a vida te dominam, a ansiedade criada por esta situação gera a sensação de que fugir é a melhor escolha. Este é um momento crítico em que há a necessidade imediata de buscar ajuda profissional.
Para a psicóloga Shauna Springer, que passou uma década trabalhando com veteranos militares e traça paralelos entre a situação dos combatentes e dos que vivem o isolamento social "Recorrer aos outros e se conectar com pessoas, principalmente aquelas que estão particularmente isoladas, dando a elas espaço para falarem sobre sua experiência e ansiedade durante esta época de ansiedades sem precedentes e então compartilhar nossa própria experiência é como vamos conseguir passar por isto"
Brasileiro é o povo mais ansioso do mundo, diz OMS. Veja como controlar
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Responda com sinceridade para você mesmo (a): quantas vezes a ansiedade já lhe impediu de fazer algo ou prejudicou a sua vida? Se você é brasileiro ou brasileira, não está sozinho (a) nessa. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo inteiro e o quinto em casos de depressão. Conforme o levantamento da OMS, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população.
A psicóloga Ariella de Souza, do Centro de Atenção à Saúde da Unimed Cascavel, traça um perfil dos ansiosos, incluindo gênero, faixa etária, sintomas e tratamento.
UNIMED CASCAVEL - O mundo está cada vez mais ansioso?
ARIELLA DE ZOUZA - Eu diria que o mundo está cada vez mais acelerado, por conta de tanta tecnologia. Consequentemente, as pessoas ficam mais ansiosas. A ansiedade é um sintoma dessa aceleração toda.
UC - Quem é mais ansioso: o homem ou a mulher?
AS - As pesquisas dizem que as mulheres tendem a ser um pouco mais ansiosas. á Há até uma questão hormonal que entra na conta, mas a diferença é pequena. Homens e mulheres são seres ansiosos.
UC - Existe alguma idade específica em que a ansiedade começa a se manifestar?
AS - Não existe uma idade específica para o início dos sintomas. O que a gente observa é que pais que são ansiosos têm filhos com tendência maior de serem ansiosos, por isso, essas crianças podem apresentar os sintomas mais cedo, a partir dos 6 ou 7 anos de idade. Quando os pais não têm essa característica, ou seja, quando não existe hereditariedade, a ansiedade começa a se manifestar mais na idade adulta, no início da vida profissional.
UC - Quais são as consequências da ansiedade?
AS - Dependendo do nível, a ansiedade traz sérios prejuízos à saúde, inclusive à saúde física, não só à saúde mental. A pessoa que tem um sintoma de ansiedade mais grave pode sofrer também de tensão, dores de cabeça, dores musculares, problemas gástricos e digestivos, além das questões emocionais, como falta de concentração, insônia, falta de memória, irritabilidade e vários outros.
UC - A ansiedade pode levar à depressão?
AS - São duas coisas diferentes. Antes do diagnóstico, elas caminhas juntas. Isso não significa que a pessoa ansiosa necessariamente terá depressão. Alguns sintomas são parecidos, a exemplo da perda de memória e de concentração e da instabilidade de humor. Por isso é necessária uma avaliação profissional para diferenciar a depressão e a ansiedade.
UC - Existe alguma maneira de deixar de ser ansioso (a)?
AS - Sim. Ansiedade tem cura, mas também tem controle. Dependendo do nível de ansiedade, a principal orientação é procurar um profissional para fazer a avaliação. Também é preciso lembrar que todos nós temos algum grau de ansiedade. O que deve preocupar é a intensidade e os prejuízos que esse sintoma possa estar trazendo. A partir do momento que você não esteja conseguindo se concentrar no seu trabalho, tenha dificuldade de dormir por ficar pensando o tempo todo no que ainda vai acontecer, se você não consegue comer devido ao excesso de preocupações, significa que a ansiedade está afetando a sua vida. Se for assim, não espere; procure ajuda profissional.
UC - Quis sãos os tratamentos?
AS - Junto com a psicoterapia, que é a Psicologia quem realiza, também é aconselhável acompanhamento psiquiátrico, dependendo do nível de gravidade da ansiedade. Nesses casos, poderá ser indicado o uso de ansiolíticos, que são medicamentos que ajudam a controlar a ansiedade. Porém, é importante ressaltar que isso só será feito após um acompanhamento detalhado do profissional correto.
UC - É possível saber quanto tempo dura o tratamento?
AS - Dependendo do nível da ansiedade, o tratamento varia de quatro meses até dois anos, em um grau mais grave. É claro que a pessoa ansiosa nunca vai deixar de prestar atenção aos sintomas que tem, porque esses sintomas não vão desaparecer completamente. Mas a pessoa vai aprender a lidar com aquilo de maneira saudável e positiva. Com a melhora dos sintomas, a pessoa ansiosa que fazia uso de medicação vai deixando aos poucos a necessidade de consumir remédios, mas isso também é feito com acompanhamento profissional.
UC - Ansiedade é algo crônico?
AS - Existe uma grande diferença entre ‘estar ansioso’ e ‘ser ansioso’. Estar ansioso é normal. Ser ansioso precisa de tratamento.
UC - Quais são os sintomas da ansiedade fora do normal?
AS - O principal sintoma que as pessoas ansiosas relatam é o coração acelerado, a agitação e consequente dificuldade de se concentrar. Mas também há casos em que a pressão arterial sobe e até a visão pode ficar embaçada.
UC - O que fazer nessas crises de ansiedade?
AS - A principal orientação é controlar a respiração. Esse é um exercício que a gente pratica muito em consultório. A partir do momento em que a pessoa consegue controlar a respiração, a tendência é de que os batimentos cardíacos comecem a se normalizar, assim como a pressão arterial, o que leva a pessoa a se acalmar.
UC - Como é a respiração correta nessa hora?
AS - É respirar fundo pelo nariz e soltar bela boca, de vagar. Repita isso umas três ou quatro vezes. Eu costumo dizer que quando um ansioso consegue prestar atenção na própria respiração, esse é o primeiro passo para ele domar a ansiedade. Isso pode ser feito em qualquer lugar: no carro, em frente ao computador, no trabalho, na sala de aula ou onde quer que a pessoa esteja. Não tem contraindicação.
Pega leve e viva de boa. Esse é o plano.
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2 aExcelente, Elizabete :)