Sinais de que você está prestes a ser mandado embora

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Tirando aquelas situações malucas em que você espana totalmente, age com agressividade ou impulsividade demais, xinga a mãe de todo mundo e quebra tudo ao seu redor, em geral o processo de desligamento de profissionais das empresas acontece de forma sutil e ordenada, tem tipo um padrãozinho de acontecimentos que deixa aquele cheiro estranho no ar sabe?

Nem sempre eles acontecem nessa sequencia, e nem sempre acontecem todos eles.

Mas fica ligado, porque se começar a rolar tipo uns 3, 4, é sinal de que o bicho vai pegar pro teu lado.

O primeiro sinal é meio gutural, aquele mal estar que te pega do nada e te deixa de estômago embrulhado, sei lá, uma parada meio sem muita lógica, mas que não tem a ver com paranóia ou mania de perseguição… é só aquele lance de sentir que tem coisa errada sabe?

Outro clássico é quando começa a chegar gente na tua mesa, com cara de simpático, falando “viu, o chefe pediu pra eu ver contigo quando você tem um tempinho livre pra me ensinar a fazer aquele trampo lá sabe”?

O mais engraçado é ver na cara da pessoa que até ela tá constrangida com a cena, muito louco isso.

Uma boa também é a ausência total de resposta aos emails antigos que você envia pro chefe.

Antes, quando interessava e tava tudo bem, era um lance maneiro mandar mensagens porque você sabia que a conversa iria progredir e o assunto avançar.

Mas aí do nada, o delay vai ficando imenso, até chegar no nível “ignorada hard”.

Sumiço repentino também é um sinal.

De repente você não vê mais o chefe, não consegue falar pessoalmente.

Estranho hein?

Afastar você dos principais clientes (internos e externos), e te tirar das pautas maneiras em que você estava acostumado a atuar, também pode ser um sinal de que estão armando uma cama de gato pra você cair.

Fica ligado.

Ainda nessa linha, você vê essas paradas maneiras que antes estavam no seu backlog serem passadas aos pouquinhos pra outras pessoas, por exemplo aquelas que subitamente começam a colar na tua mesa pra te pedir agenda de transferência de conhecimento sabe?

Ah, sabe as ideias que você deu no começo do ano, e que tinham tudo pra virar um plano consistente a ser executado até o final do período fiscal?

Então, cadê? Sumiram completamente? Foram totalmente esquecidas e desprezadas?

Ih olha aí outro sinal de que tá ficando pequeno pra ti…

E aquelas reuniões de que você sempre participava, sabe do que eu to falando? Então de repente você não é mais necessário, digo, convidado, daí já viu.

Conversas sobre o futuro da organização, os planos para os próximos trimestres, objetivos de desenvolvimento individual e de equipe, assuntos que antes rolavam direto entre vocês, de repente acabam, param do nada mesmo.

Outro sinal de que você já era.

E finalmente, começa a pipocar convite na tua agenda pra sessões - do nada - de treinamentos cross para seus colegas de equipe.

A primeira alegação é a de desenvolvimento da equipe, mas no fundo você sabe, isso seria verdade se houvesse algum passo adiante pra você dar, por exemplo uma nova função pra você assumir. Só que se não for esse o caso, ferrou. Pode crer.

Mas e aí, o que você faz diante disso? Senta e chora?

Jamais! Pensa nesse artigo como uma vacina, não como um atestado de derrota.

Nada de reações ultra emocionais, nada de ir para o canto.

Conversa com a chefia, verifica se está rolando mesmo ou se é só impressão tua, de repente a gente está num momento de vida ruim e começa a enxergar pêlo em ovo - mas de repente não.

Lembrando que a resposta dificilmente será direta em caso afirmativo, então fica atento nas entrelinhas, que aliás são a habitação usual das maiores verdades, né?

Começou a ver essas cenas rolarem com certa frequência ao teu redor, dá teus pulos.

Lembra que todos nós nascemos pelados e banguelas, todos tivemos “um começo” um dia, e no final das contas tudo passa.

Tudo mesmo, de ruim e de bom também.

Sem nostalgias, sem apegos excessivos.

Quer se apegar em algo que vale à pena?

Que tal se apegar na sua própria felicidade?

Rodrigo Giaffredo

Forward thinker, in love with Correlational Intelligence, enthusiast of Design Thinking, Storytelling, Agile Culture, and all that cool stuff that makes work a nice thing to do - made in Brazil

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