Sistemas não resolvem problemas!
Após vários anos trabalhando com soluções digitais, percebi que muitas vezes as pessoas me procuravam para validar soluções que fora apresentada por consultores de big ou small techs. Esses sistemas costumavam ser repletos de integrações, funções, gatilhos, relatórios e interfaces impressionantes. No entanto, quase invariavelmente, suas implementações eram caras e demoradas.
Além disso, como muitos desses sistemas eram desenvolvidos com uma abordagem genérica, tínhamos que reajustar processos, serviços e até produtos para fazer o sistema funcionar corretamente. E mesmo assim, na maioria das vezes, o resultado desejado não era alcançado.
Após diversos projetos fracassados e a desilusão acumulada, comecei a questionar cada vez que alguém trazia a fatídica frase: "Sabe, existe um sistema que eu conheço que resolveria isso". Passava a questionar qual era o cerne do problema que desejávamos solucionar com aquela sugestão, e para minha surpresa, frequentemente descobria que o problema poderia ser resolvido simplesmente com mudanças nos processos existentes, ou até mesmo que o problema sequer existia verdadeiramente.
Essa jornada de questionamento me levou a uma conclusão: "Sistemas não são a solução em si". Eles podem até amplificar ou acelerar as consequências de um problema, uma vez que automatizam processos problemáticos. Foi então que comecei a entender que a principal função de um gerente de produto era sobre entender o problema. Como bem destacado por Uri Levine em um de seus livros: "Apaixone-se pelo problema e não pela solução". A solução, na verdade, é uma manifestação da paixão pelo problema em si. O caminho para a resolução envolve testar várias soluções possíveis até encontrar aquela que seja ideal para solucionar o problema de maneira eficaz.
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Para alcançar esse objetivo, é crucial adotar uma abordagem pragmática. Profundidade na compreensão do problema é essencial. Isso inclui questionar os stakeholders envolvidos, analisar os dados com minúcia, decompor o problema em subproblemas menores e promover uma colaboração ampla para focalizar na questão central, o problema. Somente após esse processo detalhado, caso o problema persista, deve-se buscar soluções que sejam simples, ágeis e práticas.
Em resumo, a chave genuína para o sucesso não reside na solução propriamente dita, mas na compreensão profunda e apaixonada do problema que buscamos solucionar. Adotando essa mentalidade, trilhamos o percurso mais eficiente em direção a soluções verdadeiramente impactantes e eficazes.
Cheers!!!