Snapchat e por que o marketing nas redes sociais nunca mais será o mesmo.
O Snapchat é o responsável por desafiar paradigmas e começar uma revolução no mundo do Marketing e das Redes Sociais.

Snapchat e por que o marketing nas redes sociais nunca mais será o mesmo.

Criado em 2011 como um projeto para uma aula por Evan Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown, o Snapchat é o atual responsável pela maior revolução no mundo das redes sociais e do Marketing nas Mídias Sociais desde a chegada do imponente Facebook.

Para se ter uma ideia das mudanças que o Snapchat está trazendo com apenas 6 anos de vida, pela primeira vez na história das redes sociais, o Facebook não foi escolhido como plataforma preferida entre o público com 20 a 25 anos de idade. O vencedor foi o Snapchat.

Além disso, o Snapchat já é a segunda plataforma mais popular na América, seu crescimento foi maior em 1 ano do que o do Twitter em 4 anos, possui mais usuários do que outras redes veteranas como LinkedIn, Pinterest ou Twitter e consegue mais visualizações de vídeo por dia do que o Facebook ou até mesmo o Youtube.

Qualquer um desses fatos já seria um ótimo assunto para artigo ou debate, mas existe um tópico que merece muita atenção dos profissionais de marketing digital e que acompanha o crescimento do Snapchat: o comportamento das pessoas e como elas compartilham conteúdo nas redes sociais está mudando.

Isso pode significar que a estratégia de Marketing do seu produto ou serviço pode até estar sendo produzido com qualidade, mas será que está utilizando o canal e a linguagem de divulgação corretos?

A mudança de comportamento dos usuários nas redes sociais explica também as diversas atualizações implementadas no Facebook e Instagram, que copiaram muitos recursos do Snapchat.

Essa guerra pela atenção do público começou em 2013 (quando o Snapchat já chamava muita atenção pela grande audiência que conquistou rapidamente mas possuía receita igual a zero). Naquele ano o Facebook ofereceu US$ 3 bilhões pelo aplicativo, e teve sua proposta recusada.

Desde então o Facebook, dedicou-se a transformar o Instagram em sua própria versão do Snapchat, principalmente com o lançamento do recurso Instagram Stories que tem se mostrado um verdadeiro sucesso entre os usuários da rede e resultado em queda de audiência no Snapchat.

Com esta resposta positiva, o recurso Stories, que permite que usuário poste vídeos e fotos que desaparecem em 24 horas depois, começou a ser testado também no Facebook.

Mas por que o Facebook está tão preocupado em combater o Snapchat dessa maneira?

Nas palavras do próprio fundador do Snapchat, em uma conversa com Michael Lynton, CEO da Sony, "Somos o único serviço de mensagens diferenciado nos Estados Unidos e continuaremos a fornecer uma experiência única e inovadora”, disse. “O Snapchat não é valioso porque é usado por adolescentes ou porque é uma ameaça ao Facebook. É valioso porque mudou a natureza da comunicação digital em menos de dois anos de sua criação e continuará a fazê-lo".

Essa afirmação está mais correta do que nunca, o Snapchat possuía um estereótipo de ser apenas uma rede social para que os mais jovens pudessem compartilhar imagens entre si com a segurança de que o conteúdo publicado nessas postagens estaria disponível temporariamente e não haveria possibilidade de armazenamento por parte dos telespectadores.

Mas o grande apelo do aplicativo não é só a segurança, mas a habilidade de permitir com facilidade o compartilhamento casual, possibilitando assim que mais imagens e vídeos sejam compartilhados em um curto espaço de tempo, sem a preocupação de que este registro será verificado no longo prazo.

Intencionalmente ou não, essa característica do Snapchat serviu para conquistar a geração Millennial, trazendo a solução perfeita para as frustrações da presença pública, contínua e permanente nas redes sociais tradicionais, onde a busca pelas "curtidas" significa que o conteúdo compartilhado deve ser sempre reconhecido como o melhor que você tem a oferecer e ainda estar sujeito ao julgamento da sua audiência. Nessas redes, qualquer compartilhamento no seu perfil é instantaneamente acessado, armazenado e exibido como uma vitrine ou um portfólio, aumentando assim a necessidade de constante perfeccionismo.

Assim observamos jovens tirando quantidades enormes de "selfies", aplicando diversos filtros e retoques e por vezes abandonando todo esse trabalho de edição, caso não tenham ficado satisfeitos com o resultado. Toda essa energia é abolida no Snapchat, que valoriza a casualidade e espontaneidade. Assim o mesmo tempo utilizado em material para o post perfeito no Facebook/Instagram pode ser investido no envio ou recebimento de dezenas de "Snaps" para seus contatos sem tais preocupações.

Dessa maneira a sistemática de utilização do Snapchat fica muito mais parecida com a comunicação que nós utilizamos habitualmente no dia a dia. Falamos algo, pessoas escutam e escolhem responder ou não, e em seguida o assunto cai no esquecimento. Ninguém escreve e armazena todas as conversas do seu dia-a-dia. É esse tipo de sentimento espontâneo, prazeroso e sem comprometimento que o Snapchat aprendeu a desenvolver e que o Facebook procura copiar integralmente.

Outra vantagem do Snapchat é que sua audiência é praticamente composta por jovens já familiarizados com o aplicativo, enquanto o Facebook sofre com uma saturação de público, que contém praticamente todos os contatos de seus círculos sociais, desde familiares até colegas de trabalho. Essa saturação é outro empecilho à espontaneidade.

Atento ao fenômeno, o Google tentou segmentar o conteúdo compartilhado em sua própria rede social, o Google+, através do recurso círculos, mas acabou falhando, como debatemos em um artigo publicado anteriormente.

É certo que o futuro nos reserva grandes surpresas, pois Snapchat e Facebook definiram estratégias muito distintas na disputa pela atenção de seus usuários. O Snapchat recentemente mudou o nome da companhia para Snap Inc. a fim de não deixar sua imagem completamente associada a apenas um único produto, já que começou a sua inclusão no mundo dos Gadgets com o lançamento dos Spectacles, um óculos que grava vídeos e tira fotos com uma câmera embutida que pode acessar a internet para fazer posts diretamente no Snapchat e em outras redes com a perspectiva de quem utiliza o device.

Do outro lado, o Facebook vem conquistando sucesso com sua estratégia de replicar recursos de seu concorrente no Instagram.

Enfim, o embate Facebook/Instagram VS Snapchat está muito longe do fim e como profissionais do meio de comunicação devemos estar atentos a estas repercussões e como elas afetarão nossas estratégias de produção de conteúdo, principalmente quando nossa audiência é formada por um público tão sedento por inovações e com um crescente poder de consumo como os da geração Millennials, que já representam um índice superior a 20% da população global, com poder de compra na casa dos US$ 2,45 trilhões e que somente nos Estados Unidos, irão compor metade da força de trabalho em 2020.

E você? Quem você acha que vai ganhar essa briga entre Snapchat e Facebook?

Sua estratégia de marketing digital já está alinhada com as mudanças e novas tendências que foram abordadas acima?

Comente, participe, curta e compartilhe com seus colegas.

Um grande abraço e até o próximo artigo!

Sobre o Autor

Claudio Curvelo: é apaixonado por temas como Empreendedorismo, Marketing e Tecnologia. Possui mais 10 anos de experiência na área de publicidade, propaganda e marketing desenvolvendo variados projetos, tais como desenvolvimento e administração de websites, criação de anúncios para mídia impressa e digital, gestão das redes sociais, implementação de CRM e organização de eventos nacionais e internacionais, entre eles, os maiores do segmento da saúde como Feira e Fórum Hospitalar (São Paulo), Medica Trade Fair (Alemanha), Arab Health (Dubai) e FIME (EUA). Especialista em desenvolvimento de anúncios para a plataforma Google Adwords com certificação para gestão de campanhas de anúncios nas redes de Pesquisa, Vídeo, Mobile, Shopping e Display.

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