A dignidade da vida

A vida carrega em si um valor perene, inalienável e imensurável? A vida é de fato o nosso maior bem? Sabemos que a vida tem padecido a sérios ataques, no sofrimento dos pobres, marginalizados, refugiados, dos que sofrem as amarguras do preconceito estrutural, das vítimas de todos os tipos de intolerância e violência, e por que não dizer da natureza-vida que cada vez mais grita por socorro.

Infelizmente para muitas pessoas a busca pela felicidade se pauta na disputa, no egoísmo, na autoafirmação, na intolerância, fomentando divisões, discórdias, no utilitarismo, realidades que configuram um ponto crítico cada vez mais presente na sociedade contemporânea. Configuram assim, uma crise de valores, do sentido de existir, como do valor e dignidade da vida de meus semelhantes, como da vida abundante na natureza-Mãe-Terra.

É imprescindível que a humanidade reflita criticamente sobre suas ações, focalizando nos atos cometidos contra a vida, nas atrocidades que a diminuem a mero objeto descartável, não vinculado à escala de valores supremos e inalienáveis, mas, à arbitrariedade e vontade do próprio ser humano, imediatista, consumista, hedonista, egocêntrico.

Antes mesmo de citar o respeito à vida como conclusão de todo um esforço racional exercido pela mente humana e pela sua existência, vale à pena remontar a um princípio ético essencial para todos que é: devo sempre fazer o bem. Não é simples enunciado, ou argumento lógico, mas, que na sua essência possui um valor intrínseco, o valor que nos orienta-ilumina a realizar o bem como princípio essencial do agir humano.

A Ética Filosófica engloba estes desafios e princípios confrontando-os para se refletir sobre nossas ações, escolhas, decisões e consequências de nossa liberdade, que deve ser cada vez mais livre, consciente e responsável. E em sua busca por realização e felicidade é necessário que toda a humanidade construa meios para que sejamos todos desta forma, promotores do bem e defensores da vida.