Sobre a empatia superficial
Há um tempo estou tentando começar a escrever aqui no LinkedIn, e, apesar de ter vários temas que gosto em mente, não conseguia ter aquele primeiro impulso necessário para começar a escrever. Certa manhã, fazendo minhas leituras, me deparei com um texto que virou a minha chavinha, apesar do tema relativamente comum. Ali estava exposto pelo autor tudo sobre o que gostaria de falar e nunca encontrei palavras.
Bom, como o título já resumiu, vou falar sobre a Empatia que às vezes achamos ter, e não temos.
Você certamente deve se considerar uma pessoa empática. Mas, vamos a uma reflexão:
- Quantas vezes você já se irritou com alguém que não fez aquilo que lhe foi solicitado, e você pensou que se estivesse no lugar dela, faria facilmente, pois era uma tarefa simples?
- Quantas vezes você olhou para alguém que está iniciando a carreira e julgou que ele/ela não tem futuro porque não está se dedicando o suficiente, conforme os critérios que você mesmo estabeleceu para medir esse julgamento?
- Em quantos momentos de ponderação você já se pegou pensando nos passos que alguma pessoa em uma situação financeira ruim deveria seguir para que conseguisse se estabilizar (e, no caso, parece que a pessoa nunca pensou nisso)?
Permita-me dizer, você não é tão empático (a) assim. Sim, você deve ficar desconfortável com isso. E, sim, vamos falar mais um pouco sobre isso.
Agora que estou me aproximando dos 30 anos, várias e várias questões sobre o meu modo de viver tem me pegado para cristo, de forma que não consigo parar de pensar naquilo até consolidar uma opinião sobre. Parece que chega um momento em que não dá mais para ignorar certas coisas – e, ao que me parece, isso só vai acontecer mais daqui pra frente!
E uma das questões que sempre penso é sobre como nos irritamos e julgamos as pessoas pelo nosso entendimento de mundo e pela expectativa que criamos para que tudo ao nosso redor corra de forma harmoniosa, promovendo um ambiente de desenvolvimento e evolução, e resultados, e conquistas e glórias.
Mas, nem sempre, digo, 99% do tempo, é assim. Pois cada pessoa que compõe um grupo, time, sala de aula, família... chega ali com uma realidade diferente. Pensamentos únicos, expectativas sobre a vida diferentes, desilusões amorosas diferentes, formas de tomar decisões que são só dela.
Isso se aplica ao seu estagiário, ao seu ou sua chefe, ao seu vizinho (a), à sua mãe, a seu tio-avô, e mesmo ao morador de rua que você passa na frente todos os dias e, com muita pena e pesar, imagina que, no lugar dele, sairia entregando currículos para fazer “qualquer coisa” e sairia rapidinho daquela vida.
É muito fácil tomar decisões pelos outros com base na nossa imaginação. No mundo da imaginação, tudo pode, não é mesmo? Mas o maior desafio mesmo é lidar com a realidade das pessoas, com as suas expectativas sendo frustradas a todo momento, com a espera do momento certo de cada um, com o entendimento de que, como diz meu avô “cada cabeça é um mundo”. E um mundo é algo muito grande e vasto, impossível de ser percorrido em uma vida só.
Pois bem, depois dessa reflexão, comecei a tentar resolver menos a vida das pessoas com base na minha vida, nas minhas crenças e nas minhas ideias e, contribuir da forma que posso, para ajudar a mudar o que me incomoda, de forma coerente com a realidade, não com o “desejado”. Até porque, traçar um cenário desejado dentro de uma realidade QUE EXISTE, é algo mais fácil. Às vezes não com tanto glamour, mas REAL.
Espero que essa reflexão cause em você também alguns questionamentos que você não sabia que existia, e possa conviver com algumas preocupações a menos no seu dia-a-dia. Afinal, somos seres humanos, não super-heróis.
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4 aSensacional, parabéns pelo texto!! 👏👏👏👏