Sobre gestão e pessoas

Pessoas são reais, físicas e não podem ser ignoradas ou menosprezadas.

A base de uma boa empresa está diretamente ligada a forma como as pessoas são ouvidas, envolvidas e tratadas.

De nada adianta excelentes salários, benefícios e infraestrutura se o maior e mais importante capital da sua companhia não tiver a devida atenção e respeito! Sim, estamos falando do capital humano.

Para falar sobre gestão de pessoas abordarei quatro tópicos, certamente não são os únicos, tão pouco os mais importantes, mas sem dúvida são de extrema importância.

1. Capital Humano - Começamos falando sobre esse tema que é tão negligenciado no dia a dia de muitas empresas.
2. As aparências enganam - Nem tudo que se vê e houve nas redes sociais é tão bonito e tecnológico como aparenta ser.
3. Do ápice da euforia e proatividade ao pânico e zona de conforto - Da empolgação do primeiro dia de trabalho ao desgosto e desespero pós final de semana.

Capital Humano

Mais que um mero número, é importante entender que estamos lidando com pessoas e que essas possuem desejos, anseios e pretensões!

As pessoas são dotadas de opiniões, possuem necessidades, aflições e em sua maioria estão buscando bem mais que uma fonte de renda! Na prática consiste em dizer que enquanto gestores, coordenadores, gerentes, diretores e líderes temos que entender o momento de cada profissional a fim de buscar uma linguagem assertiva, conseguindo assim um maior engajamento e consequentemente extraindo o máximo do seu potencial técnico e intelectual.

Como isso é possível? De diversas formas! 

Começamos quebrando aquela velha ideia de que contratamos pessoas competentes e que não precisamos mais nos preocupar pois agora tudo vai dar certo.

Só dará certo se tivermos uma visão holística, focada bem mais no processo do que no resultado. O todo é feito de pequenas partes e só será 100% se todos os envolvidos entenderem essa estratégia e mais que isso, acreditarem na mesma.

Para que isso possa ter a mínima chance de acontecer a comunicação e transparência são essenciais! Mais do que compartilhar informações, ela fornecerá insumos para que os envolvidos possam tomar decisões, fazer escolhas e rever seus planejamentos, a fim de fazer os recálculos de rota diariamente, mirando o objetivo final.

É equívoco acreditar que encontrou um profissional qualificado e que não precisará mais se preocupar pois agora tem todas as peças necessárias para o sucesso. Se não trabalharmos o alinhamento de expectativas e objetivos da empresa a cada mudança de plano, o foco se perde, o objetivo de ontem deixa de ser o objetivo de hoje e tudo sai do compasso.

Planejamento estratégico é bem que mais que demandar, esperar e cobrar! Pensando de maneira simples e objetiva, o resultado de um plano estratégico depende bem mais dos lideres do que dos liderados! Enquanto líder tenho a plena convicção que sou responsável pelo sucesso do meu time assim como pelo fracasso! Mas até que ponto essa responsabilidade é apenas minha? Como as demais áreas da empresa podem, devem e conseguem colaborar para isso? E melhor, quais áreas estamos falando mesmo? RH, Negócio, TI?

Sabemos que o ser humano é condicionado a espelhar comportamentos, comportamentos positivos ou negativos. Se trabalharmos de maneira objetiva, trabalhando a lei da simplicidade, transparência, investirmos na comunicação ativa e proporcionarmos um ambiente colaborativo o engajamento e envolvimento acontecerá de maneira natural. É fato que muitas vezes não temos todas as respostas, ou não podemos compartilhar 100% das informações que temos, mas precisamos ter o mínimo de tato para administrar isso, não negligenciando as nossas obrigações, de modo que possamos dar o mínimo de insumos necessários para o restante do time.

Preciso lembrar que quando se está em uma posição de liderança somos responsáveis por manter o controle da situação mesmo em cenários críticos e de incertezas? Se nossos liderados não enxergarem em nós o mínimo de serenidade certamente sentirão que estão a deriva!

Para extrair o máximo do potencial das pessoas precisamos que elas estejam seguras, confortáveis, precisamos tratá-las com respeito, mostrar que nos importamos com elas, com seus planos, sugestões, aflições e que buscamos bem mais que capacidade técnica.

Como conseguimos isso? Envolvendo-as, ouvindo-as atentamente, permitindo que elas nos apresentem soluções e que entendam que são parte e estão comprometidas! Costumo fazer perguntas das quais já sei as respostas! Loucura? Não! Faço por diversos motivos, mas em resumo digo que faço pois gosto de testar o conhecimento das pessoas, gosto de exercitar o raciocínio delas, gosto de observar a reação delas ao me responderem, gosto da cara de satisfação que elas fazem ao perceberem que eu quero ouvi-las mesmo tendo minha resposta! Gosto mesmo quando levo uma invertida e sou surpreendido com uma resposta que me mostra que eu não sou o dono da verdade e que a pessoa estava bem mais preparada do que eu imaginava. Essas surpresas são ótimas para me relembrar que sou um formador de opinião e não o dono da verdade! E como formadores de opiniões devemos ter cautela no dia a dia, pois se partilharmos de opiniões fortes, intolerantes ou extremistas esses comportamentos podem e serão repetidos pelos nossos! (O ser humano tende a espelhar comportamentos, certo?)

Sem mais delongas, a mensagem que eu gostaria de passar é que se desejamos ter sucesso como líderes precisamos mudar o mindset!

Só seremos reconhecidos com tal quando entendermos que essa posição não é delegada por ninguém! Que para ser reconhecido como líder você primeiro precisa aprender a servir.

Chefe e Líder são duas coisas distintas! O chefe diz Eu, é Autoritário, Aponta Culpados, Fiscaliza, Desmoraliza. O Líder diz Nós, é Companheiro, Assume Responsabilidades, Acompanha, Confia.

Aquele que age com chefe nunca será um líder. Ele pode mandar, exercer o poder mediante a um cargo que lhe foi confiado, mas entre ganhar um cargo de cacique e ser reconhecido como líder existe um abismo.

O próximo bate-papo será sobre "As aparências enganam - Nem tudo que se vê e houve nas redes sociais é tão bonito e tecnológico como aparenta ser."