Sobre Homeschooling e as famílias
Vou compartilhar algumas percepções e conversas que tive com amigas com filhos em idade escolar e que estão vivendo a mesma situação nesse universo do Homeschooling.
Para os alunos com autonomia e ritmo de estudo, esse momento de adaptação tem sido bem mais tranquilo. Assim como famílias que possuem estrutura tecnológica em casa conseguiram organizar melhor a rotina. Estes alunos têm feito a entrega das atividades no prazo com tranquilidade. Mas infelizmente esta não é a realidade da maioria das famílias.
Muitas estão dividindo 1 notebook para 4 pessoas, os pais em home office e os filhos em homeschooling, todos tem uma demanda alta de utilização do equipamento e a prioridade de uso é dos pais por uma questão financeira. Os alunos menores têm muita dificuldade no uso das plataformas de educação e nos recursos digitais que precisam de conhecimentos técnicos, os pais têm demandado muito tempo, muitos relatam ficar a manhã toda auxiliando o filho nos estudos, o que torna a rotina um stress na família. Transformando esse momento de estudo um problema.
Algumas pessoas tem perguntado minha percepção enquanto mãe, minha realidade é bem diferente, temos 3 notebooks e 3 smartphones, conexão à internet de alta velocidade via fibra óptica, um privilégio. Meu filho tem muita autonomia e se vira bem na realização das atividades e uso dos equipamentos digitais, raras as vezes que pede ajuda. A dificuldade é a mesma do período de aula presencial, é adolescente, quer deixar para a última hora e sempre diz que já fez tudo, ou seja, as cobranças enquanto mãe, são as mesmas de antes. Além disso, ele já estava habituado ao uso do Moodle (Ambiente Virtual adotado pela escola onde ele estuda), o qual foi inserido gradativamente no decorrer do 6º ano.
Enquanto professora, percebo que a comunicação com os alunos no AVA, por meio das mensagens no privado tem surtido efeito, os alunos têm respondido e sinalizado as dificuldades, a grande maioria está se adaptando e se organizando. Precisam se sentir amparados e orientados nesse momento, muito mais do que conteúdo, este período de adaptação exige priorizar as competências socioemocionais. Não podemos esperar que eles nos procurem, somos nós que temos de tomar a iniciativa.