SOBRE O AMOR, A FAMÍLIA, OS AMIGOS E A POLÍTICA

SOBRE O AMOR, A FAMÍLIA, OS AMIGOS E A POLÍTICA

Assisti via streaming um programa da TV Cultura no qual eram entrevistados três filósofos de muita projeção.

MARIO SÉRGIO CORTELLA, LEANDRO KARNAL E LUIZ FELIPE PONDÉ, foram entrevistados por jornalistas argutos que não deixavam escondida a admiração que nutriam por esses festejados pensadores.

Num dado momento, uma linda e brilhante articulista da Folha de São Paulo perguntou a todos, tendo em vista a aproximação das festas de fim de ano, como poderia perdoar seu pai e alguns familiares por terem votado no presidente Bolsonaro.

Apesar da visível admiração da notável jornalista pelos pensadores entrevistados, houve um certo constrangimento, já que, muito educados, eles procuraram traçar um caminho para esse almejado “perdão”.

Ser Pai

Fiquei pensando nos meus filhos e se entenderiam e me “perdoariam” se eu tivesse votado no Haddad ou anulado meu voto.

Tenho filhos de gerações diferentes, eis que dois nasceram nos anos setenta e uma em 2006.

Os mais velhos suspeitariam de Demência Senil. A mais nova me sorriria como sempre.

Também pensei no amor e na dedicação incomensuráveis que o Pai da jornalista em apreço nutriu e nutre por sua admirável e bem-sucedida filha.

Certamente ele foi e é apaixonado por sua filha, trocou suas fraldas, ensinou a ela andar de bicicleta, sem rodinhas, levou e buscou no jardim da infância, na escola e quase morreu de emoção quando ela foi aprovada no vestibular de uma faculdade de prestígio e qualidade educacional.

Não sei se ela é casada, mas tenho certeza de que ele a acompanharia com orgulho e imenso amor na cerimônia desse hipotético enlace, mesmo se ela fosse se casar com outra mulher.

Quando ela adoeceu, na infância, juventude ou vida adulta ele quase morreu de preocupação e mesmo se fosse ateu, rezaria fervorosamente pela saúde de sua eterna menina.

Sou pai de duas e já morri mil vezes e rezei um milhão de terços, sem crença alguma, mas muita esperança.

Ser Filho

O pai dessa jornalista e escritora talentosa não precisa de perdão, deu a ela o bem mais precioso que existe.

Deu-lhe a ventura de existir, ser livre, adorar o Lula e odiar o Bolsonaro.

Ela também não precisa do perdão de seu pai, ele nem acha que ela erra, apenas por cultivar ideias ultrapassadas, no seu sentir.

Tomara que ela tenha filhos, mesmo que adotivos!

Eles a amam incondicionalmente.

Assunto para reunião familiar

Não há assunto mais besta do que política para se tratar numa festa de natal.

Não se fale também nos incêndios da Amazônia, nem nas bizarrices da Ministra Damaris, nem nos arroubos militaristas do filho do Presidente.

O Paulo Guedes e a escola de Chicago estão proibidos. Censura mesmo!

Os assuntos devem escapar de política e religião.

Quem não conseguir leveza no convívio familiar deve fazer TERAPIA.

Mentir e inventar pode.

Piadas sem censura, desde que não sejam sobre políticos, mas de Português e papagaio pode…

Muitos abraços e declarações verdadeiras do mais puro amor são exigidas sob pena de prisão perpétua nos braços de seus amados.

www.camposveiga.com.br

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