SOBRE O SEXO FRÁGIL

Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda... já dizia Erasmo Carlos.

Há um mês atrás, quando li a reportagem sobre as mulheres que se sentiram vítimas de abuso sexual por um terapeuta holístico no interior do RS, pensei “De novo!?!?”. Já havíamos assistido a toda uma repercussão quando da revelação dos abusos cometidos por João de Deus, um também terapeuta que prometia curas espirituais.

Não tenho a intenção, muito menos o poder de julgar os acusados de abusos, quero aqui jogar um facho de luz sobre as mulheres que, fragilizadas procuram ajuda, cura e solução para suas dores com profissionais dessa natureza (não sei se posso ou devo chamá-los de profissionais).

O que faz algumas mulheres procurarem ajuda?

A mesma questão que faz alguns homens procurarem ajuda!

O que essas pessoas procuram? Alento para suas dores, que são da alma, do sistema emocional.

São as questões emocionais, são seus programas mentais e crenças, instalados desde a infância que se traduzem em sentimentos tóxicos de impotência, incapacidade, medo, depressão, estresse, conflitos internos e que abalam todo sistema emocional de homens e mulheres e que se traduzem em dores físicas que mobilizam as pessoas para pedirem ajuda.

Tais programas mentais, após instalados ou alojados no sistema límbico, ditam normas de comportamentos. Ao se comportar dessa ou daquela forma cada pessoa colhe resultados como sucesso ou fracasso.

São esses resultados associados aos programas mentais que fazem algumas pessoas se conformarem e dizerem “Deus quer assim”, e outras a dizerem “Eu quero mudar de vida e preciso de ajuda”. E para isso e para estes existem profissionais.

Mas é na fragilidade das que pedem ajuda que maus profissionais e/ou abusadores satisfazem as suas também “doenças ou vícios emocionais”. Todos são vítimas de um sistema emocional abalado.

Mas porque a maioria são mulheres?

Talvez porque são as mais fortes e corajosas para pedir ajuda, porque são as que mais ousam buscar soluções? Porque são as que mais se encorajam para denunciar?

Talvez porque fisicamente sejam as mais frágeis!

Se fizéssemos uma enquete sobre abuso sexual contra homens, talvez nos surpreendêssemos com os resultados. A maioria seriam jovens na escola, estudantes em seminários religiosos ou recrutas em exércitos? Talvez!

Então podemos concluir que a fragilidade das vítimas não está apenas na força física, mas no sistema emocional que vitimiza e fragiliza a existência humana.

 

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