Sobre se conhecer, se gerenciar e evoluir (parte 2/4)

Sobre se conhecer, se gerenciar e evoluir (parte 2/4)

Na última publicação, falamos sobre a pergunta do milhão que meus amigos fizeram, refletimos sobre como fomos habituados pelas instituições de ensino a receber o que devemos aprender e como os primeiros anos de vida adulta apontam a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento: o autodesenvolvimento.

Hoje falaremos do autoconhecimento, a primeira etapa dessa nova jornada.

Toda história feliz precisa de um herói e advinha quem é o da sua?

Somos protagonistas das nossas histórias e aceitar isso é o primeiro passo do autoconhecimento. Não é à toa que pratico, segundo os mais próximos, “a maior loucura que já viram”. Ao acordar, diariamente, penso:

“Meu professor é o João do passado, o responsável pela minha felicidade é o João do presente e meu exemplo de vida é o João do futuro.”

Nessa lógica, o “João de hoje” precisa aprender com os ensinamentos do “João de ontem” e estar feliz com tudo que construiu para agir da melhor forma em busca do “João de amanhã”. Loucura ou não, isso me faz muito bem: facilita o autoperdão, autoaceitação e gratitude, além de trazer foco, disciplina e produtividade.

E todos os benefícios listados convergem no desenvolvimento da habilidade mais importante de todas: autocontrole. Vamos ter um artigo só sobre essa habilidade!

Fomos, somos e seremos consequência de hábitos, atitudes e comportamentos que tivemos, temos e teremos.

Provavelmente esse é o maior susto que a vida adulta nos dá. É muita responsabilidade. Porém, cada escolha é uma oportunidade de dar um passo na direção do que queremos. Você já parou para refletir o tamanho do poder que isso nos dá?

“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”
Stan Lee (Tio Ben)


Da teoria para a prática

A primeira vez que tentei pensar em “João do passado, presente e futuro” foi muito difícil. A notícia boa é que internalizar a ferramenta, a ponto de torna-la um mindset, é possível e existem inúmeros caminhos para isso. Na Learn to Fly, temos várias pesquisas e ferramentas super legais e bem completas, que ajudam a mapear cada traço de personalidade. Vale a pena conhecer! Aqui, separei dois exercícios mais simples, que gosto muito, e podem ser realizados em uma semana para vencer a inércia. São eles:

Como eu me vejo?

1) Reflita sobre sua trajetória até hoje: 

  • Quais foram os 4 momentos mais recompensadores na sua vida? Por que?
  • O que você aprendeu com os momentos mais recompensadores?
  • Quais foram os 4 momentos que mais te frustraram na sua vida? Por que?
  • O que você aprendeu com os momentos mais frustrantes?

2) Considerando os momentos felizes e frustrantes, quais foram suas 5 principais forças e fraquezas apresentadas? 

3) De forma concreta, no âmbito pessoal, familiar e profissional, onde você gostaria de estar em 5 e 10 anos? Tente usar marcos para cada âmbito!

4) Quais são as 5 coisas que você nunca abriria mão até o final da sua vida?

5) Das forças que possui hoje, quais podem te ajudar a chegar nos seus objetivos?

6) Das fraquezas que possui hoje, quais podem te atrapalhar a chegar nos seus objetivos?

Com essas respostas, fechamos o primeiro o exercício. Com uma/duas páginas, enumeramos momentos marcantes de nossas vidas, aprendizados que construíram quem hoje somos, entendemos nossas reais forças e fraquezas, bem como o que almejamos no futuro! Guarde o material com carinho e vamos para o segundo exercício!

Como o mundo me vê?

É impossível afirmar que nos autoconhecemos sem saber o que o mundo pensa de nós. Existe grande diferença entre a forma que pensamos (e gostaríamos de ser) e a forma que agimos (e demonstramos ser). E isso não é um problema! Boa parte dos nossos atos são no “automático” e, por consequência, nem sempre agimos como agiríamos se tivéssemos refletido sobre a situação.

Atletas de ponta assistem vídeos das suas últimas performances para compreender como melhorar. Fora a equipe técnica especializada analisando cada ângulo. O Usain Bolt, por exemplo, correu 100 metros em 9,58s. Se o jamaicano fosse desafiado a reduzir seu tempo, certamente não sentaria em uma sala sozinho para refletir sobre os movimentos que faz na pista. Ele se assistiria correndo e escutaria a opinião das pessoas que o acompanham nos treinos.

Óbvio que a sugestão aqui não é carregar uma câmera na testa nem montar uma equipe técnica, mas tenho convicção que as pessoas que convivem com você podem ter muita coisa legal para falar. Vamos tentar?

Quatro regras básicas:

1) Já ter feito o exercício “Como eu me vejo”;

2) Buscar 4/5 pessoas importantes na sua vida, com contato pelo menos 1 vez por semana, para conversar;

3) Praticar o “ouvido atendo”! Escute tudo até o final, sem interromper;

4) Compreender que feedback é percepção. Não podemos ficar ofendidos se ouvirmos algo que não concordamos.

Com “check” nas quatro regrinhas, marque uma conversa individual com os selecionados, de preferência em um ambiente “fora da rotina”. No dia, leve caderno e caneta, e faça 4 perguntas:

1) “Na sua opinião, quais são minhas 3 maiores forças? Consegue me dizer situações que as demonstrei?”

2) “Na sua opinião, quais são meus 3 maiores pontos a desenvolver? Consegue me dizer situações que os demonstrei?”

3) “Na minha visão, essas são minhas maiores forças (compartilhe o que mapeou no exercício “Como eu me vejo”). Você concorda com qual delas?”

4) “Na minha visão, essas são meus maiores pontos a desenvolver (compartilhe o que mapeou no exercício “Como eu me vejo”). Você concorda com qual delas?”

Por fim, agradeça. Acredite, essas pessoas estão te dando algo muito valioso.

Juntando e analisando os documentos do exercício 1 e 2, embora não tenhamos uma visão completa, com cada traço de personalidade mapeado, certamente, demos belo um salto em autoconhecimento. Caso queira conhecer mais sobre o processo, entre em contato conosco por timeltf@learntofly.global e diga que leu o artigo e quer saber mais. Eu mesmo responderei!

Do autoconhecimento para o plano de ação

Mais uma vez, se conhecer é o início. A próxima etapa é conseguir estruturar o passo a passo para desenvolver o que realmente importa. Sendo assim, na parte 3/4 do artigo, falaremos sobre como priorizar habilidades, que tipos de planos de ação funcionam, como definir milestones e quais são os KPIs de sucesso no mundo do autodesenvolvimento.

Até lá!

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