Solidão da era digital
Estamos vazios.
Há uma dor latente nos seres humanos.
A dor do vazio, a solidão que assola cada vez mais a humanidade.
Em busca de seguidores, de likes e de conexões no Linkedin.
Estamos cada vez mais sozinhos porque na calada da noite existe o vazio, o medo, o choro, a ansiedade. Existe a solidão.
Há tanto lá fora e tão pouco do peito para dentro.
Há muita vida virtual e pouca vida real.
Há o vazio na agenda cheia de compromissos.
Sobram certezas e falta o não saber.
Falta a descoberta, falta se abrir para o mistério da vida.
Sobra tempo para deslizar o dedo nas redes sociais e falta tempo para estar com quem amamos ou cuidar de nós mesmos.
Nos últimos tempos, a existência humana, dentre suas múltiplas potencialidades, se resumiu a 15 segundos de atenção; Vivemos na cultura da escassez, não há mais tempo para textos e conversas longas, não há tempo para sentir as dores e os amores.
Tudo tão raso, tudo tão rápido.
Passamos metade da vida sentados na frente do computador ou na travessia entre o trabalho e nossa casa.
E o olhar para cima, para o sol, as estrelas, as borboletas, os microrganismos existentes na terra. Enxergar as pessoas com quem cruzamos diariamente, e sequer percebemos, porque estamos ocupados demais pensando no futuro.
Não estamos presentes, estamos longe de nós e do outro.
Quando estamos reunidos, estamos distantes, nunca presentes, sempre na mente.
O que está acontecendo com a gente? Onde está a VIDA?
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Estamos doentes…
Precisamos urgentemente de conexões, de menos ruído, de abraços, de olhos nos olhos, daquela tarde de domingo (domingando sem nada o que fazer), precisamos fazer bolo junto com a nossa mãe e de ouvir as histórias repetidas de nossos avós, rir, precisamos de amigos, de colo e do silêncio de quem nos acolhe.
Estou falando de humanidade.
Diversos estudos dizem que a falta de conexão real, de contato humano, gera depressão e impacta na saúde mental.
A era mais digital e das maiores inovações tecnológicas também é a era que estamos mais solitários.
Nosso cérebro registra emoções através das experiências, do sentir, da presença.
Quais memórias estamos realmente construindo?
Hoje uma grande amiga fez a passagem para o plano espiritual, deixou seu corpo já tomado por um câncer. Uma mulher preta da periferia e com uma história linda de luta. Entretanto, com uma vida recheada de sabedoria, amor, alegria e muita energia.
Chorei com a notícia, não acreditei, senti dor, orei e me acolhi.
Senti a fragilidade da vida humana, afinal o que é a vida senão uma sequência do momento presente se desdobrando à nossa frente?
Ao mesmo tempo, por que não fazer da morte nossa melhor terapeuta? Se lembrássemos que nossa vida e daqueles que amamos pode acabar em segundos, talvez poderíamos acordar para o que realmente importa.
Se pudéssemos viver, se pudéssemos voltar a sentir, se pudéssemos lembrar da magia do encontro, se pudéssemos voltar a SER HUMANO.
E o que realmente importa? Será que sabemos? Ou estamos em modo zumbi existindo e vendo, ou nem percebendo a vida escorrendo por entre nossos dedos?
E como minha amiga Marilu disse em vida: A vida vale a pena se puder SENTIR.
Com amor,
Herica Ponsiana
Educadora Emocional
Business Development Manager, LATAM
2 aSeus textos sempre nos trazendo consciência sobre a vida e valor de cada minuto dela. Meus sentimentos pela sua perda. 😘
Founder & CEO at Kiddle Pass l Revolucionando a relação entre empresas e famílias
2 aótimo conteúdo!
Treinamento | Desenvolvimento de Líderes | Gestão de Projetos | Comunicação | Saúde Mental | Bem-Estar
2 aProfundo, cheio de presença e inspiração sua reflexão, que bom que compartilhou conosco! Sinto muito por sua amiga Herica, que ela esteja em paz.
Sócio da Onemind
2 aBem profundo esse ponto de vista. Meus sentimentos pela perda.