A solidez do propósito: lições de Machu Picchu para minha jornada na Educação.

A solidez do propósito: lições de Machu Picchu para minha jornada na Educação.

Receber o prêmio de melhor coordenadora do Uninorte Laureate em 2014 foi um marco em minha carreira e na minha jornada na educação. Tudo começou em 2012 quando recebi o convite do reitor da IES para assumir a coordenação dos cursos de Marketing, Gestão da Qualidade, Logística e Gestão Comercial. Tinha um desafio claramente definido: precisava reestruturar os cursos, melhorando a qualidade e a captação de alunos. Até então, atuava como docente há 4 anos. Logo que assumi a coordenação minha primeira ação, instintiva até, pois era minha primeira experiência com gestão acadêmica, foi organizar o time de professores e engajá-los. Para isso, a mensagem que transmiti a eles foi que em cada momento nosso ali na IES ou em sala de aula pudéssemos atuar como se jogássemos uma partida de um jogo onde a única opção era a vitória. Descobri talentos! Consegui enxergar uma equipe extraordinária de professores, comprometidos e incansáveis, mas que estavam timidamente fazendo seu trabalho, sem serem notados.

Em pouco tempo, conseguimos alcançar resultados extraordinários e inovadores, que não apenas foram reconhecidos, mas ouso dizer que inspiraram a forma de ensino aprendizagem para tantos outros colegas de trabalho. Mas isso é um capítulo a parte. Muita coisa realizada para contar. Voltemos ao reconhecimento e à viagem para Machu Picchu, fruto desse trabalho.

Como parte desse reconhecimento, tive a oportunidade de viajar para o Peru. No roteiro, em Lima, conheci a Universidade Peruana de Ciências Aplicadas (UPC); a cidade de Cuzco e finalmente a cidade sagrada de Machu Picchu – o prêmio em si era esse. E aqui começaria um mergulho interno.

Essa experiência foi muito mais do que uma viagem turística — foi um encontro profundo com um local sagrado, cheio de simbolismo e espiritualidade. Machu Picchu é mais do que uma obra arquitetônica impressionante; é um símbolo de conexão, de respeito pela natureza e de reverência aos ancestrais. Cada pedra ali colocada parece ter uma razão lógica e firme, construindo um todo sólido e resistente, planejado para durar.


A premiação e a vista em Machu Picchu (2014).

Ao caminhar por entre aquelas ruínas, senti uma força única, como se cada detalhe daquela estrutura revelasse um propósito maior. A organização meticulosa de Machu Picchu, planejada para enfrentar os desafios do tempo e das condições naturais, me trouxe a clareza de que meu propósito na educação precisava ser igualmente sólido e resiliente.

Os incas foram mestres em utilizar os recursos disponíveis em seu ambiente. A construção de Machu Picchu envolveu o uso de pedras locais, que foram cuidadosamente talhadas e ajustadas, formando paredes que se mantêm firmes e lucrativas até hoje. A população desempenhou um papel fundamental na construção da cidade, refletindo não apenas suas habilidades arquitetônicas e de engenharia, mas também sua organização social e religiosa.

Refletindo sobre essa organização trago o fato de que não faço, nem nunca fiz nada sozinha. O trabalho em equipe foi e sempre será fundamental para transformação de meu propósito em realidade. O desenvolvimento e o fortalecimento de pessoas permite expandir nosso impacto. Cada membro de uma equipe traz consigo uma bagagem única de experiências, habilidades e paixões que, quando unidos, criam uma força poderosa. Acredito que, para que nossa jornada na educação seja realmente significativa, precisamos cultivar um espaço de colaboração e respeito mútuo. É essencial que todos se sintam valorizados e motivados a contribuir com suas ideias e esforços. Juntos, não podemos apenas enfrentar os desafios que surgem, mas também inovar e alimentar uns aos outros de coisas boas.

Pensar sobre essa experiência em Machu Picchu renovou minha convicção de que a educação é um projeto colaborativo, construído com a solidez de propósitos claros e a flexibilidade necessária para se adaptar e evoluir. Com a energia inspiradora da cidade sagrada tirei lições que me alicerçam até hoje:

  • Ser determinada, tendo a certeza de que minha vocação na educação, se estruturada com cuidado e propósito, poderá suportar qualquer desafio.
  • Assim como aquela construção desafia o tempo, nosso legado pode impactar gerações, se consolidado em uma base sólida de valores e comprometimento com a transformação.
  • Percebi que, assim como as pedras firmemente colocadas naquela construção, minha missão de contribuir com o desenvolvimento de pessoas deve ser sustentada em uma base forte e organizada, guiada pela lógica do cuidado e pela visão de longo prazo.
  • Assim como em Machu Picchu, onde cada pedra tem seu lugar e função, onde cada um da sábia população inca fez sua parte para a construção da cidade, cada professor ou colaborador desempenha um papel crucial na conquista dos objetivos e metas de uma instituição para torná-la sólida e próspera.




Lidiane Souza

Linguagem, Retórica e Oratória

2 m

Lembrei de mim que ganhei neste mesmo ano, o de melhor professora da escola de exatas. Conhecer Machu Pichu foi sensacional. Boas lembranças.

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