Somos um time. E um time joga junto.

Somos um time. E um time joga junto.

Começo essa postagem motivado por um desejo de compartilhar um pouco sobre o que entendo sobre um time vencedor, sobre como acredito que o mindset de equipe deve ser trabalhado individualmente e como os "Super heróis" podem ser tóxicos dentro de uma equipe.

Outra motivação pela qual escrevo é a de tentar tentar desmistificar o papel de um empreendedor ou intra-empreendedor dentro de uma empresa, seja ela do tamanho que for.

Você não é super-herói!

Vamos começar pelo começo: você não é super-herói e não precisa ser. É possível que muitas pessoas se identifiquem com o perfil de "eu posso fazer isso sozinho", "os responsáveis não estão preocupados com isso" ou até mesmo "vou agilizar as coisas". Essas afirmações eu já fiz para mim mesmo durante algum tempo na minha carreira e elas só me prejudicaram como profissional e me frustaram na pessoa física.

Trazer para si a responsabilidade do todo em uma atividade, projeto ou empresa é extremamente arriscado, improdutivo e egoísta. Especialmente se você dispõe de outras pessoas específicas para cuidar de cada área.

Como costumo fazer em reuniões que ministro com meu time, gosto de dar exemplos práticos para que fique mais fácil tangibilizar o que estou dizendo.

Michael Jordan é considerado por muitos como o atleta masculino mais importante de todos os tempos e sem dúvida um dos mais brilhantes atletas que a NBA teve. Muito pelo seu talento nato de esportista, mas muito também por ser um líder dentro e fora da quadra, um exemplo para seus companheiros e um 'pain in the ass' para os adversários. Mas todo esse sucesso não veio dele individualmente, muito pelo contrário, todo o sucesso que Jordan teve em sua carreira multi-campeã deveu-se ao fato dele ter aprendido com Phill Jackson, técnico do Bulls a partir de 89, como jogar em equipe.

Chicago Bulls foi a franquia que escolheu Jordan para sua equipe em 1984, já sendo considerado uma promessa, visto que sua habilidade, velocidade e saltos eram de tirar o fôlego de qualquer adversário. Com Jordan em quadra, o Bulls foi campeão seis vezes da NBA. Jordan conquistou cinco vezes como MVP das finais que participou e trouxe a modesta franquia para o auge do basquete no mundo inteiro. Os anos em que os Bulls levaram a taça foram 1991, 1992, 1993 e depois 1996, 1997 e 1998. Todos com Jordan em quadra e Phill no banco coordenando tudo.

Jordan começou sua carreira no Bulls em 1984 mas somente em 1991 é que conseguiu levar a taça para casa. Somente depois da chegada de Phill Jackson, treinador principal da equipe apresentar uma nova forma de jogar ao time.

Jordan sempre foi considerado a solução para o Bulls e todo o jogo era concentrado nele. O ataque era montado para servi-lo. A defesa programada para passes rápidos até chegar no "Air Jordan". Com essa estratégia, Michael sempre pontuava muito, sempre "carregava" o time nas costas, levava troféu de cestinha da temporada. Tudo isso acontecia, menos a conquista da NBA. Nessa época ele era considerado o herói do time pelo seu treinador e ele passou a acreditar nisso também, o que causou alguns problemas no time. Passou a acreditar que para vencer, o time tinha que jogar a bola nele.

O resultado veio rápido: O Bulls não conseguia vencer os Pistons. Jordan não conseguia passar pela defesa de Detroit e sempre morriam nas finais da conferência.

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Quando Phill assumiu a equipe em 1989, ele trouxe uma nova forma de pensar e o Bulls foi, gradativamente, evoluindo individualmente e como equipe. Cada um no time tinha um papel específico, uma posição estratégica na quadra, uma forma de se apresentar na defesa. Claro que a mudança não aconteceu da noite para o dia, mas eles mantiveram a estratégia e com o tempo conseguiram vencer 6 vezes a NBA.

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Jordan cresceu quando compartilhou responsabilidades, ao mesmo tempo que outros jogadores também cresceram de importância ao seu lado por saberem trabalhar em equipe. O time do Bulls levaram seis canecos para casa quando decidiram jogar como equipe.

Eu sigo repetindo que na minha empresa que nós somos um time e um time joga junto. Sem isso muito claro e definido, as coisas vão para a direção contrária da que deveriam. O ego inflado, o sabichão, o faz tudo sozinho não vai para lugar nenhum. Essas atitudes só demonstram que você precisa de cuidados psicológicos e que sim, você é tóxico para sua equipe e talvez não consiga atuar em um grupo ainda.

Aprenda a passar a bola, aprenda a compartilhar responsabilidades e tenha certeza que a produtividade irá aparecer. Esse mindset leva pequenos times a uma enorme conquista e pode levar você também ao seu melhor nível.


Gabriella Azevedo (Gabê)

Product Leader | Produtos Digitais | Inovação | Banking | Biotech

4 a

Fantástico o texto, Du! Super heróis fantasiados de relacionamentos tóxicos é mais comum do que imaginamos. Sempre acreditei no poder da empatia e espero que nesta fase a palavra de ordem seja resiliência. O mundo anda precisando de times que jogam - e crescem - juntos!

Felipe Lopes

Leading tech at Merchflow (SF) | Tech Manager | Startups

4 a

O tipo de conteúdo que queria ver mais no LinkedIn. Inspirou minha segunda-feira. Keep it up!

Rodrigo de Andrade

Especialista em TI na Klabin

4 a

Muito boa sua reflexão Edu. Acredito muito nisso. Recomendo a série da Netflix: Arremesso final. Inspiradora

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