Sonhar. Até que os pesadelos acabem.

Sonhar é para todos, todos mesmo. Uma experiência que começa pequena, tímida, e vai tornando-se imensa, ansiosa e excitante. É a imaginação ganhando espaço para navegar em ondas criativas e fazer com que você viva uma verdade que — ainda — é de mentira.

Em um mar de sonhos, o único jeito de não ficar à deriva é se deixar levar pelo que ainda não existe e flutuar em esperança, antes que a terra apareça ou que você seja engolido por monstros marinhos e pela realidade entediante.

Realidade essa que quer te prender envolto em tentáculos a qualquer custo, mas que te perde como um peixe escorregadio quando você se permite sair do que é real e caminhe para o irreal; mesmo que seja apenas por um instante, mesmo que seja para afundar o bastante e voltar à superfície quando faltar o ar.

Sonhar não é apenas mergulhar, mas, também, tirar os pés do chão quando o chão é duro demais. Lançar-se ao infinito em busca de respostas e encontrar apenas mais perguntas. Sentir-se confuso quando tudo parece certo demais (porém sentir-se bem decidido quando o mundo real parece não saber aonde quer chegar).

Já dizia o poeta que sonho que se sonha junto é realidade — inspirar outras pessoas a sonhar é construir um futuro que pode (e vai) chegar. Gozar de uma expectativa que dá forças e ambição e que permite o impossível parecer um pouco mais com o possível.

Fechar os olhos para sonhar ou sonhar de olhos abertos é mais que necessário. É gostoso. É o prazer que falta em dias tão sólidos e pragmáticos como os de hoje. É dançar no espaço e voltar à Terra para ensinar os passos de uma coreografia astral.

Sonhar é pertencer ao que não se pertence.

E, assim, despertencido, poder ir dormir feliz por ter sonhado acordado e acordar feliz por ter continuado sonhando durante uma noite de tempestade.

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Thiago Dalleck

Web designer, escritor e produtor de conteúdo. Compartilho uns textos no perfil @thiagodalleck lá no Instagram e publiquei meu primeiro livro em 2022.