SPC: o "Google" dos empresários
Fonte: Pauline Almeida - Revista Mercado em Foco - ACIL
A evolução tecnológica nos permite atualmente exercitar a curiosidade e busca por conhecimentos. Há duas décadas, o mundo começou a descobrir a facilidade de sites como o antigo “Cadê”. Hoje, temos o grande “oráculo”: o Google, que encontra em segundos páginas e mais páginas sobre um tema qualquer. A mesma coisa aconteceu com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Se antes os dados de um cliente dependiam unicamente dele próprio e de referências, hoje temos um “Google” dos consumidores, onde estão pendências financeiras, contatos, ações judiciais e uma ficha extensa de situações.
Em um período em que a crise econômica se intensifica, com inflação de quase 10%, alta do dólar e aumento das taxas de juro, vender com segurança é fundamental para garantir as finanças sadias. A inadimplência cresceu 23,62% no mês de agosto deste ano (NO COMEÇO DO MÊS VAMOS ATUALIZAR PARA SETEMBRO), segundo dados da ACIL. A tendência é que essa taxa continue em ascensão nos próximos meses, já que os brasileiros estão começando a sentir no bolso as dificuldades da crise. Nesse cenário, como proteger as vendas e garantir liquidez?
Serviço de Proteção ao Crédito
Desde a década de 1950, os comerciantes já sentiam a necessidade de reunir dados sobre os consumidores em um banco compartilhado. Foi assim que surgiu o primeiro serviço de proteção ao crédito, envolvendo inclusive uma associação comercial, a de São Paulo. Ao longo desses 65 anos, o serviço sofreu grandes alterações e hoje é extremamente completo. Antigamente, as consultas eram basicamente restritivas e por telefone: existem pendências na ficha desse cliente ou não?
O “consta ou não consta” foi se tornando muito pouco diante de um fluxo de grandes inadimplências, um cenário econômico cada vez mais complexo, sem falar em fraudes. A ACIL viu a necessidade de ampliar essa base de informações e trabalha hoje com o Serviço de Proteção ao Crédito, com parcerias com o SPC Brasil e Serasa Experian, garantindo dados de todo o País.
A gerente comercial da ACIL, Cláudia Motta Pechin, destaca que as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito focam na prevenção. “As consultas hoje emitem sinais de alerta, que levam o comerciário ou consultor a pensar: preciso ter mais critério nesta venda.”
Empresa de higiene oral com aproximadamente 20 anos, a Dentalclean utiliza o SPC como uma ferramenta, especialmente para ganhar segurança nas operações em outros estados. A Dentalclean atua em todo o Brasil, com filiais de distribuição em Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. No caso de Londrina, onde está a sede, os problemas são raros, mas em estados com menor índice de desenvolvimento, como o Mato Grosso, casos de inadimplência, por exemplo, são maiores, o que provoca a necessidade do SPC.
“Hoje em dia, quem não tem uma ferramenta de proteção ao crédito fica à deriva”, coloca o gerente administrativo da Dentalclean, Wilson Munhoz Jr. No caso da empresa, os principais pontos de verificação são os dados cadastrais, pendências jurídicas que podem trazer dificuldade para os contratos, volume de movimentação dos clientes, “nome sujo na praça”, índice de liquidação e pendências financeiras. Tudo isso vai ajudar a determinar o volume de crédito das negociações.
Wilson Munhoz Jr. destaca que o custo-benefício do Serviço de Proteção ao Crédito é ótimo e a ferramenta extremamente fácil de ser usada, com consultas online.
Como funciona o SPC ACIL?
O Serviço de Proteção ao Crédito da ACIL traz informações tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. O banco tem dados cadastrais, como antigos endereços, contatos telefônicos e o histórico de passagens. O que é isso? O comportamento do consumidor, quem vem pesquisando seus dados e quantas vezes.
No caso de pessoas jurídicas, é possível saber sobre o relacionamento com fornecedores, hábitos e periodicidade de pagamentos, por exemplo. E como é feita a consulta? A empresa adquire um código de acesso e uma senha, que permitem a consulta ao banco de dados atualizado diariamente. A atualização é feita em tempo real.
SPC não é só para o varejo
Para o público leigo, quando se pensa em SPC vem à mente uma pessoa que comprou no comércio e não conseguiu quitar as parcelas. Porém, o serviço é muito mais amplo e atende todos os tipos de negócios. O diretor da Imobiliária Santamérica, Pedro Moretto, conta que a empresa administra mais de 2 mil imóveis – somente no segmento de locação, fora as vendas. As consultas de proteção ao crédito dão a garantia para a assinatura de contratos. E no caso da imobiliária, elas abrangem quem loca ou vende, quem aluga ou compra e um terceiro elemento muito importante: o fiador.
Um fato interessante sobre Pedro Moretto, fundador da Santamérica há 14 anos e cidadão honorário de Londrina, é que ele trabalhou como ‘o próprio serviço de proteção ao crédito’. Quando jovem, Moretto atuou como informante comercial. Com uma pasta e um nome, ele ia às ruas buscar referências de clientes, fazendo entrevistas com conhecidos e perguntas a vizinhos. Hoje, fica impressionado com a rapidez e facilidade das buscas pela internet, com fichas completas.
No caso do Londrina Country Club, o Serviço de Proteção ao Crédito é recente, ainda nos primeiros meses de utilização, mas já com resultados. Há cerca de cinco anos, o clube conseguiu vencer as dívidas, investiu em uma equipe profissional de gestão, fez diversas melhorias na infraestrutura e resolveu lançar um novo programa de associados. O esforço deu certo! O Country teve seu financeiro saneado e aumentou em 50% a base de associados. Porém, enfrenta um alto índice de inadimplência, de 30% a 40%.
Como um clube em que vínculos humanos são essenciais, o bom relacionamento com os associados devia ser mantido. O SPC apareceu como uma maneira de cobrar os sócios que não pagavam as parcelas há vários anos, alguns até já falecidos ou que se mudaram de Londrina. A iniciativa ajudou o clube a atualizar a base de cadastro e também melhorar as finanças, com o pagamento de mensalidades ou a doação do título, que pode ser negociado com outro potencial sócio, segundo o gerente administrativo, Wilson Donizete Alves de Siqueira.
A gerente comercial da ACIL, Cláudia Motta Pechin, destaca que no cenário de instabilidade financeira o Serviço de Proteção ao Crédito garante que uma venda efetiva não se torne uma perda. “Cada dia mais, nós temos que vender com qualidade. Se nesse cenário difícil, vender é complicado, vender com risco traz uma dificuldade ainda maior”, ressalta.
A importância da negativação
Um dos aspectos mais importantes do Serviço de Proteção ao Crédito é a negativação. No Paraná, é cultural a pouca efetivação da negativação de inadimplentes. Se o processo parece assustar ou ser custoso, esses mitos precisam ser derrubados. A prática é uma forte aliada da cobrança, garantindo que a empresa vá receber pelo serviço prestado.
Além disso, a negativação alerta outros empresários para que não vendam para quem está em débito, ou seja, cria uma rede de solidariedade entre os comerciantes e industriais para manter o mercado seguro.
A negativação é muito simples. No caso do SPC da ACIL, a empresa inicia o processo online, simplesmente cadastrando o nome do devedor e os dados da dívida. A partir daí, a cobrança é feita diretamente pela Associação Comercial e Industrial de Londrina.
Em 48 horas, o devedor recebe uma carta, pedindo que regularize as pendências. Se em dez dias corridos, a dívida for paga, o nome do cliente sequer entra no banco de negativados. Caso isso não ocorra, a negativação é efetuada até que haja a quitação do valor devido.
SERVIÇO – SPC ACIL:
O serviço é exclusivo para associados da ACIL. Entre em contato com a associação e receba um consultor para saber qual é o melhor preço para a sua empresa. Informações pelo fone (43) 3374-3000.