Sprint Retrospective 2018

Demorou… demorou… pensei que até que não conseguiria… mas enfim está aí: a minha Sprint Retrospective 2018.

E que ano hein? acredito que para a grande maioria das pessoas 2018 foi um ano intenso em diversos âmbitos… um ano com copa do mundo ( frustrante né Tite? ) e de eleições presidenciais ( ultra-polarizadas né você do twitter? ). Um ano assim por si só já é atípico mas ainda tivemos: greve dos caminhoneiros paralisando o país, Lula preso, incêndio do Museu Nacional, intervenção militar no Rio de Janeiro, um incêndio com desabamento de um prédio ocupado no centro de São Paulo, o caso escabroso de João de Deus, enfim quanta coisa né?

No âmbito pessoal mudei de São Paulo para a acolhedora e linda cidade de Belo Horizonte com minha família… toda mudança é um período de insegurança mas com muitas descobertas… e não foi diferente… lugar fantástico, povo hospitaleiro e generoso ( desconfiado é mais uma estereotipação sem sentido ), com uma cena cultural pulsante nas ruas e bares ( aliás uma instituição familiar nesta cidade ) e com um ecosistema de startups em plena ascensão.

Não irei citar nomes de colegas, parceiros e de amigos pois certamente seria injusto ao esquecer alguém importante… e também não farei apologia da unicorniana MaxMilhas pois corro o risco de ser redundante e banalizar sentimentos tão preciosos para mim.

Vamos lá então para os meus destaques e aprendizados…:

1) Uma das coisas mais chatas em praticamente todas as empresas nas quais trabalhei era o fato de que veladamente ou não haver uma recriminação perante um ambiente mais alegre, informal e onde as pessoas pudessem expressar livremente suas individualidades. Algo como “Pare de brincadeira e foque no trabalho e nos projetos… não fique aí conversando e contando piadas… porque essa risada tão alta?”.

Ambientes sisudos, com protocolos, processos rigorosos, dress code e outros regulamentos não garantem em absoluto que a empresa, sua área ou você consigam os resultados esperados. Trabalhar de cara amarrada e de forma protocolar não são sinônimos de eficiência. Tudo muito óbvio mas a verdade é que é assim numa grande maioria de empresas.

2018 me trouxe de volta a felicidade de trabalhar pelo prazer de estar num lugar com pessoas comungando de objetivos comuns e com interesse sincero por outrem.

Não era dinheiro, não era carreira, não era pelo status quo da função… era estar junto… era estar ali simplesmente. Era entender as motivações das pessoas… suas vontades… era vibrar com suas vitórias e me preocupar com seus problemas pessoais.

Eu podia ser eu mesmo… não precisava cumprir nenhum papel… e indo contra a corrente das empresas jurássicas eu podia entregar resultados de forma alegre, leve e não de forma paranóica e tóxica para os outros. Um verdadeiro resgate.

E claro que os resultados vieram entre sorrisos e brincadeiras. 🙂

2) A quanto tempo você não recebe um reconhecimento, uma premiação ou celebra algo de bom? pois é… aconselho você a refletir sobre isso… e se você passou o ano sem nadica disso então das duas uma:

• você realmente não entregou nada de valor na ótica da empresa
• você trabalha em uma empresa que não reconhece entregas de valor

As duas opções precisam ser corrigidas e rapidamente… como já sabemos não trabalhamos somente pela tal remuneração mensal e o combustível vital para a motivação é aquele pequeno grande reconhecimento que você muitas vezes não espera… e mais ainda, é uma forma concreta de entendermos se estamos no caminho… ou se estamos parados.

Empresas que não celebram e não reconhecem de forma sistemática estão míopes e fatalmente têm desajustes em sua cultura e no seu ambiente. CUIDADO!

Pessoas que não são reconhecidas em ambientes que valorizam as celebrações e premiações devem olhar para o umbigo e fazer uma auto-análise urgente. CUIDADO TAMBÉM!!!



2018 celebrei muito e tive o reconhecimento na medida certa da minha contribuição.

Muito mas muito feliz com isso… e não quero mais passar muito tempo sem novas celebrações e prêmios. 🙂

3) Feedback é importante, certo? Certo… mas saber dar um feedback é mais importante, certo? Certíssimo. Então é isso, muito cuidado com a forma e o conteúdo do seu feedback, por outro lado seja sempre transparente… você vai ajudar mais que atrapalhar… e sem dúvida vai se sentir melhor.

2018 foi o ano de maior transparência profissional na minha vida, porém não foi o suficiente pois não consegui ser claro e honesto 100% das vezes com os meus pares. Perdi uma bela oportunidade de criar mais conexões reais. Peço desculpas a eles. 😞

4) Delegar é uma arte… é o que dizem por aí… não sei… mas sei que não delegar é um desastre certo… vejam essas definições sobre delegar diretamente do site da Endeavor:

"Para delegar, há dois pré-requisitos: confiar no time e fazer um planejamento. Existem três tipos de postura:

• Centralizar: é quando o líder quer fazer tudo e acaba concentrando toda a responsabilidade. Fica exausto e faz com que a empresa seja apenas do tamanho que ele consegue administrar.
• Delargar: é quando o líder joga trabalho no colo das pessoas sem elas estarem prontas ou treinadas. Depois, quando dá errado, se sente culpado e repete para si mesmo: “Não adianta, tenho que fazer tudo senão ninguém faz nada”.
• Delegar: é repassar trabalho seguindo uma estratégia. Começa com a escolha de pessoas que tenham potencial e capacidade de aprendizagem. Depois, elas são treinadas para o trabalho que precisa ser feito, primeiro sob o olhar atento do gestor e depois sozinhas, recebendo feedback periodicamente. ”

2018 foi o ano em que eu poderia ter delegado mais e mais… confiava nas pessoas mas não conseguia tempo e foco para delegar de fato… no final centralizei mais do que deveria. Poderia ter ajudado a desenvolver mais os líderes. Pelo menos delarguei muito pouco. 😞

5) Que bom trabalhar numa empresa inclusiva! mas melhor ainda é você poder decidir e exercitar a inclusão e respeito a diversidade de forma mais pragmática do que defendendo uma bandeira qualquer nas mídias sociais. E quanto aprendizado eu tive na prática...

2018 começou com somente uma mulher em nosso time de Engenharia e ao final do ano 25% do time já era composto de guerreiras talentosas. Woow… e depois contratamos uma pessoa com necessidades especiais e ainda incentivamos toda a empresa a trabalhar acessibilidade em nossas plataformas… primeiro para portadores de necessidades visuais e por fim com necessidades auditivas e que somente se comunicam por libras. Para isso tudo não precisei discutir ou aprovar projetos com ninguém… simplesmente fizemos e fizemos.

Então se você puder fazer algo por alguém: FAÇA AGORA!!! 🙂

6) Entendi o poder da cultura aliada a uma potente declaração de propósito e tudo isso embalado por uma narrativa coerente e verdadeira. Trabalhar entendendo o impacto que se quer causar na sociedade e nas pessoas faz muita diferença.

Lembre-se que propósito não é igual a Missão, Valores e outras expressões antigas que tentam direcionar a energia dos colaboradores. Mas que ninguém lembra mesmo que estejam descritos em quadros pelas paredes.

2018 além de me dar o melhor exemplo do que é um propósito relevante também revelou o meu próprio caminho aspiracional… o meu propósito! ( em outra ocasião eu conto a vocês )

Espero nunca mais trabalhar em alguma empresa sem ter um alinhamento natural de propósitos. Na verdade espero nunca mais ter que trabalhar numa corporação ou empresa tradicional… vida longa as startups. 🙂

7) Enfim pessoas… o ano das pessoas na minha vida… mais de 70% do meu tempo foi investido com as pessoas… desde estruturar processos de contratação de vagas, em inúmeras entrevistas, cuidando do onboarding e dos primeiros meses de adaptação, no dia a dia das entregas e principalmente do desenvolvimento e trilha de carreiras de dezenas de jovens.

2018 começou com nosso time com 30 pessoas e que ao final do ano chegou a mais de 70… praticamente todos participaram de eventos de tecnologia pelo Brasil e até fora daqui… promovemos muitos meetups, cursos e estudos… cuidamos dos seus soft skills também…a organização de squads permitiu mais autonomia e empowerment as pessoas e times… menos hierarquia e mais ownership… o legal é que somente geramos inovação e automação com pessoas talentosas e apaixonadas e não com robôs… pelo menos ainda não. Cuidemos das pessoas com interesse e amor! 🙂 

8) E tecnicamente, o que rolou? Bem, mil coisas como diria um poeta de botequim… vou escrever um adendo a este compilado em breve para falar sobre React, React Native, Elastic, Data Lake, PHP, NodeJs, AWS, Machine Learning… e um mundo de novas tecnologias e serviços que a revolução do OpenSource e das startups estão a transformar nosso mundo. Muitas reflexões… 🙂

2018 se foi e ficará na lembrança… 2019 está aqui e agora… vamos nos entregar ao presente!

#tamojunto #EnjoyTheJourney