Sua carreira está em crise?
Você já observou os sinais de instabilidade em sua carreira? Estes vestígios podem ser amplamente identificados em situações cotidianas para as quais (muitas vezes) não damos o devido valor e atenção.
Entre tantos indícios, são destacados contextos como a falta de energia para a execução de tarefas anteriormente motivadoras, a qualidade do sono, a irritabilidade durante reuniões familiares e temas cotidianos, o sentimento de improdutividade, a falta de vontade para enfrentar os desafios profissionais aliada a sensação de desvalorização, a insuficiência de alinhamento entre as diretrizes da corporação e suas convicções, o desagrado com a remuneração, a falta de uma real e efetiva comunicação com a liderança, a percepção de favoritismo e a ausência de oportunidades, bem como o pressentimento de que está no lugar errado.
As reflexões sobre carreira são bastante complexas e pouco frequentes, pois invariavelmente levam as pessoas a saírem de uma “zona de conforto” e supostamente arriscarem a estabilidade profissional.
O pesquisador norte-americano Edgar Schein apontou, em meados de 1970, que alguns ciclos oferecem forte influência nas decisões de carreira das pessoas. São os ciclos Biossocial, Profissional e Familiar (ou de procriação).
O ciclo Biossocial é composto por fatores biológicos e sociais, relacionados às mudanças pelas quais passamos ao longo da vida, incluindo experiências e habilidades físicas.
O ciclo Profissional está ligado às particularidades e todo o aprendizado adquirido ao longo da vida profissional, tais como oportunidades, know-how, atuações em diferentes áreas e empresas, competências técnicas e comportamentais desenvolvidas ao longo da carreira.
Já o ciclo Familiar baseia-se no aprendizado e nas vivências através do núcleo familiar. Neste aspecto, pode-se notar que as características de um adulto solteiro serão evidentemente diferentes de um adulto em uma relação a dois e com filhos, que certamente envolverá outros formatos de obrigações financeiras e decisões a respeito do futuro e próximas gerações.
Sistematicamente, dados os conceitos dos ciclos profissionais, pode-se também aliar ao cenário macro as fases da carreira.
É importante ressaltar que, oferecidos todos os impactos da 4ª Revolução Industrial, as fases a seguir podem se intercalar e não é raro que os conceitos se integrem em diferentes idades.
Até os 25 anos temos um período de construção de bons relacionamentos, de trabalhar muito, de se concentrar em descobertas e de buscar a real motivação. O objetivo mais importante é encontrar suas forças e interesses.
Dos 26 aos 39 observamos a fase de execução e prática de todos os conhecimentos, criando uma estrutura profissional mais sólida e com reputação mais bem definida. Neste período é possível provar que os investimentos e apostas foram benéficos e direcionar mais esforços na ascensão da carreira, acompanhados de cursos complementares, MBA, mestrado, entre outros.
A partir dos 40 anos o foco sofre algumas mudanças, pois o indivíduo passa a buscar maior estabilidade e (em geral) atenção ao futuro da família, além de se tornar referência no mercado em que atua após obter know-how nas fases anteriores. Teoricamente, apresentará perfil profissional consolidado e já terá conduzido as mais variadas vivências em diferentes áreas e mercados. Em muitos cenários, a pessoa terá aqui seu sucesso profissional condicionado à qualidade das equipes construídas e sua gestão aplicada.
Em complemento, após todas as percepções anteriores, vale observar que as oscilações e as incertezas dos mercados econômico e político, nacionais e globais, podem criar pretextos para fortalecer a estagnação profissional.
Os riscos são parte integrante do crescimento e desenvolvimento, sejam eles pessoais, profissionais, intelectuais e até mesmo financeiros.
O fato é que “sempre” existirão dúvidas e especulações ao redor do Mundo. Assim, caberá a cada indivíduo avaliar a sustentabilidade de sua carreira e empreender mudanças positivas, com a devida preparação e a cabida seriedade, sem levar em conta possíveis subterfúgios infundados.
Procurar sua inspiração, saber onde quer chegar, fazer um eficiente planejamento e mudar sem medo são ações que podem diferenciar uma frustração de um propósito de vida, cujo ganho financeiro será consequência.
Paulo Henrique Rocha
Economista e Programador
2 m👏 Excelente texto.
Consultora empresarial | Professora FGV | Comunicação interpessoal, oratória, RH e Inovação| Condutora de Treinamentos | Mentora | Assessora executiva | Analista Comportamental | Design Thinker | Design | Webdesign
5 aParabéns pelo artigo!