Sua equipe está engajada?
Tenho ouvido por ai o tempo todo: “Minha equipe não está engajada! “ , “Como é difícil lidar com os jovens de hoje em dia! “ , “Essa geração Y tem dificuldade de se engajar! Geração Z que está começando a chegar no mercado vai ser ainda pior”.
Engajamento significa fazer parte, significa se empenhar. Se dedicar ainda mais, significa se comprometer com o “resultado”! E é esse resultado que é palavrinha mágica que precisa ser entendida: o que é resultado esperado para cada pessoa é diferente! Então o engajamento só vai acontecer quando aproximarmos o conceito de resultado das pessoas, ou melhor, quando o trabalho colocar todos mais próximos dos resultados pessoais esperados, sejam eles quais forem.
Realmente o mundo está mudado, mas se pararmos para pensar, boa parte dos valores dessas novas gerações são compartilhados por nós “tiozões” do mercado. A diferença é a nossa relação com o mundo que nos cerca. Talvez tenhamos criado uma casca mais grossa, desenvolvendo uma relação menos romântica com o trabalho. Aprendendo a “ser feliz” com o retorno que ele traz para nossas vidas privadas e não com o trabalho em si.
O fato é que, com toda a crise e toda a dificuldade econômica que nos assola nos últimos anos, o cenário atual ainda proporciona aos profissionais – sobretudo de tecnologia, onde atuo – uma grande quantidade de opções de trabalho, o que os empodera ainda mais e lhes dá o direito de escolha.
E se tudo correr de acordo com as expectativas e o aquecimento tanto esperado da economia realmente for uma realidade, o ambiente vai ficar ainda mais propicio para que novos talentos busquem atingir o seu “resultado” pessoal, em ambientes de trabalhos alinhados com os valores que eles têm.
Sendo assim, empresas e gestores, se não nos adaptarmos vamos perder nosso time, nossas melhores mentes vão simplesmente se esvair. São benefícios? Salário? Clima? Ambiente? Autonomia? Reconhecimento? Percepção de fazer parte? Flexibilidade? Sim... isso tudo e muito mais! Os resultados esperados são individuais!
Como gestor e para gestores, eu sugeriria o desenvolvimento de 3 características apenas que se aprimoradas já seriam um excelente começo: EMPATIA, COERÊNCIA e, a mais básica de todas, por incrível que pareça: RESPEITO.
EMPATIA: se não formos capazes de nos colocar no lugar dos outros como vamos entender o que é resultado para eles? Se não os conhecermos como conseguiremos entender o que os motiva? Quando falo conhecer é “individualmente”. Lógico que dentro do seu núcleo pode haver várias equipes e você talvez não consiga chegar ao nível mais baixo da hierarquia. Se for assim estimule seus líderes a fazer isso.
Conhecendo as pessoas e se colocando no seu lugar, movimentos simples e baratos podem deixa-las mais confortáveis e mais produtivas. Lembre-se, a proposta é:
Nós só vamos atingir nossos resultados se conseguirmos o engajamento das pessoas. E elas somente estarão engajadas se enxergarem que seus resultados também estão caminhando para serem atingidos!
COERÊNCIA: Talvez seja a característica mais importante a trabalhar. Coerência tem relação com lógica! Você líder/gestor não pode se contradizer. Não pode falar de uma forma e agir de outra. Tem que ser exemplo! E, sobretudo, precisa dar condição para seu time trabalhar.
De forma bem lúdica, para entender, veja se você já viveu ou presenciou algo assim:
Não dá para cobrar aquilo que é impossível. Esse tipo de comportamento joga a motivação lá embaixo! Vai levar sua equipe e ter um desses dois pensamentos:
1) Meu superior não entende do negócio!
2) Meu superior é desonesto, desleal!
Qual deles é pior?
RESPEITO: Bom, a mais importante de todas as leis de qualquer convivência. Mas acredite, ela nem sempre é percebida como deveria nas relações de trabalho.
Respeito é uma coisa que extrapola hierarquia, que está acima de cargos e funções.
E, não deveria nem precisar, mas é bom dar exemplos do o que é: tom de voz e forma de trato adequados, entendimento de qual é o papel de cada um, e de que a relação é de trabalho e não de submissão. Dar feedback, chamar a atenção, ser profissional! Se responsabilizar! Não se omitir! Cumprir os acordos! Ser claro e verdadeiro! Conhecer os fatos para tomar qualquer juízo de valor! E de maneira alguma expor seu “parceiros” de trabalho! Fomentar o comportamento colaborativo e tratar os desvios dentro da equipe!.....
CONCLUINDO!
Tudo que falei é tão óbvio não é? Mas pergunte aos que estão deixando seus trabalhos se eles perceberam falhas em algumas dessas 3 coisas quando saíram. Sugira ao RH para colocar na entrevista de desligamento um questionamento aberto, e se puder peça que exemplifique, que citem fatos. E porque não: faça pesquisas anônimas, internamente, dentro da sua empresa.
Não tenham dúvida que ao se atentar por estes 3 pontos, a performance e o ENGAJAMENTO da sua equipe vão aumentar.. Como disse no início, é um bom começo. Eu diria pré-requisito. E o melhor NÃO CUSTA NADA!
Antes de querer mudar a cultura da equipe, o que a você acha de tentar mudar o seu comportamento. É TOP-DOWN! O exemplo do líder é extremamente forte!
E para pensar, uma última frase atribuída ao humorista americano Fred Allen, que resume bem o raciocínio de que o engajamento da equipe com você está diretamente proporcional ao engajamento de você com sua equipe:
“Trate seus funcionários como sócios e eles agirão como sócios”
Analista de Sistemas
6 aGustavo, cada vez que leio este texto sei o motivo de ter me tornado seu amigo e o quanto este tipo de gestão faz a diferença no engajamento de uma equipe.
Analista de Sistemas
6 aGustavo, parabéns pelo texto.