A sua língua anda travada no inglês? Keep calm pois ainda dá tempo para dar uma virada.

A sua língua anda travada no inglês? Keep calm pois ainda dá tempo para dar uma virada.

Hi there! How are you doing today?

Deixe-me iniciar este segundo artigo, aqui no Linkedin, lançando de cara uma indagação: É possível falar uma língua como o inglês sem produzir sons?

Se a sua resposta foi “não”, além de correto (a) você associa o ato de falar com uma direta produção de sons, certo?

Certíssimo. Você pode até se comunicar de forma não-verbal como em linguagem de sinais, mímicas e imagens; o que não é o tema da minha abordagem.

Em uma comunicação verbal é preciso aceitar e entender que, por exemplo, uma letra I não necessariamente terá o mesmo som como em português.

Querem um exemplo de um erro muito comum entre brasileiros? Como se diz “peixe” em inglês?

Ora, Marcelo, essa é moleza, diria você. Fish ! Posso garantir que até o meu filho de 2 anos e 8 meses sabe.

Mas calma aí! Não é tão fácil como parece pronunciar a palavra “FISH”.

E como a grande maioria dos brasileiros pronuncia especificamente a letra "I" em “FISH”?

Vai lá! Fique à vontade para praticar aí agora. Então? O brasileiro tende a pronunciar esse "I" como se lê, ou seja, produzindo o mesmo som do "I" em palavras do português como igreja, comida, senti, camisa, dentre outras.

Errado. O som do "I" em FISH é um som mais fechado e curto, e não aberto e longo como o nosso "I". Para se pronunciar esse som vocálico, abre-se a boca discretamente e a mandíbula se move ligeiramente para baixo.

Ok. Como vários alunos já me perguntaram, e talvez você queira fazer o mesmo. “E daí, Marcelo? Se eu for ao Mc Donald’s e pedir um Mc Fish - lá fora este sanduíche é conhecido como filet-o-fish -, o atendente não vai me entender?”

Posso lhe assegurar que vai entender, sim. Mas você concorda comigo que se uma língua possui uma sonoridade peculiar, que neste caso é bem diferente do português, toda vez que você falar fiiiiiiiiiish estará falando tudo menos inglês. Faz sentido?

E quando uma pronúncia inadequada causa mal entendido e até mesmo prejuízo financeiro?

Quando estava, em Washington DC, em 2013, testemunhei uma cena das mais embaraçosas para um brasileiro no exterior. Dois executivos de uma multinacional com sede, em São Paulo, estavam na capital norte-americana para participar de um congresso internacional de TI.

O que você pensaria sobre o nível de inglês deles? Excelente, impecável, fluentes. Talvez seja uma dessas a sua resposta.

Pois bem. Estávamos no interior da Victoria’s Secret - badalada e queridinha loja do público feminino - que não existe aqui no Brasil. E logo notei pelo indisfarçável sotaque, que havia ali a poucos metros de mim, dois compatriotas.

Falavam ao celular - acredito eu que com as suas respectivas esposas - perguntando sobre o que elas gostariam que eles comprassem.

Eles escolhem os seus produtos e se dirigem ao caixa. É a partir deste instante que presenciei uma cena, que poderia ter sido totalmente evitada, caso os dois tivessem o mínimo de conhecimento de Pronúncia, Fonética e Fonologia.

Na hora de pagar com o cartão de crédito, a atendente pergunta a um deles o sobrenome. Ele ensaia falar em português. Ela faz cara de quem absolutamente nada entende. E, como já era de se esperar, a funcionária faz a pergunta clássica para a situação: “How do you spell it, please?”.

Na tradução literal, ela pediu a ele para soletrar o sobrenome. E aquele executivo, com quem pude conversar depois, simplesmente empacou. E a cena se repetiu com o colega dele.

À esta altura, a atendente já começava a perder a paciência pois os dois não conseguiam soletrar os seus próprios nomes. Foi aí que decidi entrar em cena até por uma questão humana e solidária.

Aproximei-me discretamente em bom português, e ofereci ajuda. Os olhos da dupla reluziam como farol em alto-mar. Ajudei-os com o inglês e logo conversamos sobre futebol. Jamais me esquecerei que naquele domingo, além de ser o dia da final do Campeonato Brasileiro, o mundo da bola perdia o magistral doutor Sócrates.

Alguns pensamentos povoaram a minha mente de imediato:

  • Como uma empresa multinacional se presta a um papel de bancar dois de seus executivos, que nem os próprios nomes são capazes de soletrar; o que dirá entender o que se diz numa conferência internacional?
  • Soletrar é algo básico do básico. E trata-se de um artifício extremamente comum na América e no exterior de uma forma geral. Agora seja bastante sincero consigo mesmo (a): Você é capaz de não apenas soletrar o seu nome completo como também todo o alfabeto em inglês?

Pela minha experiência, raríssimos são aqueles capazes de executar esta tarefa com sucesso.

Sugiro a todos uma reciclagem de pronúncia abordando aspectos não revelados pelos cursos tradicionais com a profundidade que o assunto merece como: fonemas, acento da frase e da palavra, intonação crescente e decrescente, conexão entre palavras, palavras de conteúdo e de função dentre outros.

Seus ouvidos e seu inglês vão melhorar sensivelmente. Vamos destravar esta língua de uma vez por todas?

Marcelo Almeida é professor e consultor de inglês há 23 anos. Viveu nos Estados Unidos onde estudou e lecionou, no Texas e na Flórida.

Possui certificação CELTA da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

É especializado em Fonética, Fonologia e Pronúncia da língua inglesa.

Também é graduado em Jornalismo - é correspodente no Brasil para um jornal no Texas -, além de apresentador e intérprete de eventos esportivos como, nas Olimpíadas e Paralimpíadas, no Rio de Janeiro, em 2016.

Alexandre Campbell de Mendonça

Gerente de Responsabilidade Social e Comunicação na Veracel Celulose S/A | ESG | Sustentabilidade | Relações Institucionais | Direitos Humanos | Comunicação

7 a

Marcelo, não dá pra defender os executivos que não souberam soletrar o nome, mas eu percebo que uma coisa que acontece as vezes com quem tem um nível bom de inglês, mas não tem uma vivência prática com a língua, que é uma certa dificuldade para virar a chavinha dos idiomas. Eu viajei duas vezes para os Estados Unidos, não tive dificuldades com o idioma, mas percebi que nas primeiras vezes que tive que falar inglês no meu trabalho, aqui no Brasil, eu travei um pouquinho algumas vezes. Você tá tocando sua vida, falando em português e de repente entra um gringo falando em Inglês (às vezes com qualidade de som da ligação ruim, outras pessoas conversando alto no seu escritório, etc). Eu desenvolvi algumas estratégias para superar essas questões e conferir se eu estava entendendo corretamente. Outra coisa que eu me policio sempre que estou falando em inglês é tentar falar um pouco mais devagar. Eu sou uma pessoa que normalmente fala rápido em Português (acima da média), mas o ritmo e a sonoridade do inglês são diferentes. Além de não ser minha língua nativa. Então, o que tento fazer é pausar um pouco, para tentar produzir os sons de forma mais eficiente em inglês. Boas dicas, vou ficar acompanhando sua experiência por aqui. Abs,

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