Suicídio visão geral
O suicídio populacional tem aumentado a prevalência de transtornos, especialmente o transtorno depressivo. A depressão representa um distúrbio mental persistente ou perda de interesse em atividades, prejudicando o dia a dia, pelas suas características e pela sua freqüência, uma das maiores causas de na população adolescente, causando impacto familiar e a falta de informações sobre a situação prisional e o tempo da pena, a violência física e emocional e o abandono familiar e amigos são alguns fatores associados à ausência de sentimentos de pertença, sentimento de inferioridade, rejeição, negligência, maus-tratos, abuso, violência, inadequação, inadaptação, sentimento de incapacidade, solidão, isolamento social. E, ainda, não aceitação de identidade racial, sexual e afetiva, de gênero e de classe social. O suicídio é um ato singular, individual, o mais pessoal dos atos e, ao mesmo tempo, é um novelo de relações
O termo suicídio foi usado pela primeira vez em 1642, unindo dois termos originários do latim: sui (de si) e caedes (crime). Pouco a pouco, esse novo termo passou a ser utilizado e até hoje o é, substituindo antigas expressões existentes para se referir ao ato de tirar a própria vida voluntariamente. (Táki Cordás, 2020. pág. 13).
Durkheim (2019) define o suicídio como todo o caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima que sabia que produziria esse resultado.
O conceito de intenção suicida também é central para nossa definição de tentativa de suicídio, que é um comportamento não fatal, auto infligido, potencialmente danoso, com qualquer intenção de morrer como seu resultado (Crosby, 2007), apud Kovacs, Beck e Weissman, 2010.
O suicídio é um problema de saúde pública de grande significância na população de adolescentes e adultos jovens de 15 a 29 anos. Apesar de, na infância e adolescência, a maior parte dos suicídios ocorrerem após os 14 anos, observa-se um aumento assustador dessas ocorrências em menores de 15 anos (Táki Cordás, et.al., pág.55).
Refletir sobre Suicídio é também analisar por que este fenômeno tem sido silenciado ao longo dos anos pela sociedade, autoridades responsáveis, profissionais de saúde e familiares, camuflando assim um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo (Botega, 2002).
A literatura mostra que a associação entre suicídio e transtornos mentais é de mais de 90%.Entre os transtornos mentais associados ao suicídio, a Depressão Maior se destaca (McGirr, A. et al, 2007). Os outros transtornos mentais que aparecem na literatura associados ao suicídio são os transtornos bipolares do humor, abuso de álcool, esquizofrenia e transtornos de personalidade (Meleiro, 2004).
Segundo a cartilha da OMS “Prevenção do suicídio, um recurso para conselheiros”, de 2006, “aos indivíduos suicidas sofrem freqüentemente com maiores problemas ambientais que seus colegas não suicidas, incluindo historias de abuso, problemas familiares, questões culturais, dificuldades de relações interpessoais e exposição a estresse extremo ou crônico. Em conjunto com o humor depressivo, esta carga ambiental aumenta a probabilidade de suicídio. Na verdade, o sentimento de desesperança decorrente das circunstâncias da vida constitui um indicador ainda mais potente de risco de suicídio que a depressão por si mesma”(Mariana Tavares,CRP-MG).
Um estudo posterior de G. K.Brown, Beck, Steer e Grisham (2000) do segundo agrupamento identificaram 49 mortes por suicídio. Análises de sobrevivência com apenas uma variável revelaram que a severidade da desesperança, ideação suicida e depressão eram fatores de risco significativos para o eventual suicídio.
O suicídio entra na Classificação Internacional das Doenças (CID 10- F98) Outros transtornos comportamentais e emocionais com início habitualmente durante a infância ou a adolescência.
O número de mortes por suicídio reflete apenas uma porção limitada do efeito de atos suicidas na sociedade. Ainda que não haja um banco de dados nacional sobre as tentativas de suicídio, estudos de levantamento epidemiológico indicaram que aproximadamente 2,7% da população dos Estados Unidos já realizaram uma tentativa de suicídio com a intenção de morrer (Nock e Kesssler, 2006), e aproximadamente 13,5% da população dos Estados Unidos já experimentou pensamentos ou desejos suicidas em algum ponto de suas vidas (Kessler, Borges e Walters, 1999).
Em crise, indivíduos apresentam segundo Freeman (2000), desconforto, disfunção, descontrole e desorganização. Desconforto refere-se à experiência subjetiva de angústia diante da percepção, real ou não, de insolubilidade da situação. Disfunção refere-se à limitação dos recursos de enfrentamento com os quais os indivíduos normalmente contam. Descontrole refere-se à experiência, subjetiva e objetiva, de incapacidade em determinar ou alterar o curso da situação.
Segundo (Kovacs, Beck e Weissman) a metade do século passado, as abordagens de prevenção do suicídio baseavam-se largamente na experiência clinica. Contudo, as abordagens mais recentes à prevenção do suicídio são baseadas em sólidas evidencias cientificas empíricas.
O suicídio é sensível a estratégias de prevenção, especialmente quando se encontram ouvidos atentos, corações generosos, profissionais capacitados e qualificados em serviços de saúde, vínculos afetivos, decisão política e políticas públicas acolhedoras e inclusivas, dentre outras medidas, (Mariana Tavares, revista CRP-MG).
Uma abordagem para avaliar a intenção é inferi-la a partir das circunstancias acerca da execução do ato suicida, como tentar o suicídio de uma forma que torne mais difícil ser resgatado ou descoberto (por exemplo, completar um testamento ou comprar armas), ou deixar um bilhete de suicídio (A.T.Beck, Renisk et al.1974).
A.T. Beck e colaboradores (1972) indicam que o método da tentativa deveria ser documentado, pois alguns métodos de tentativa são associados a diferentes graus de letalidade, intenção e circunstancia atenuantes.
Suicídio e doença mental
Táki Cordás(2020 pag.40) as doenças psiquiátricas mais comuns entre os indivíduos que tentam ou efetivamente comentem suicídio são: depressão, transtorno afetivo bipolar, dependência química (principalmente alcoolismo), esquizofrenia, transtornos de personalidade, transtorno de estresse pós-traumático, anorexia nervosa e transtornos de ansiedade (por exemplo) transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada e fobia social).
Suicídio na infância e na adolescência.
Sendo o suicídio um problema da saúde pública, estima-se que seja a segunda principal causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos. Apesar de, na infância e adolescência, a maior parte dos suicídios ocorrer após 14 anos, e um aumento assustador dessas ocorrências em menores de 15 anos. Táki Cordás (2020 pag.55).
Ideação suicida e atos suicidas em idosos
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Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população de idosos (acima 60 anos) está em crescimento. Em 2017, o país tinha 28 milhões de idosos, representando 13,5% do total da população. Em dez anos, a projeção é que os idosos cheguem a 38,5 milhões (17,4% do total de habitantes). Táki Cordás e colaboradoras (2020 pag.38).
Segundo Beck e colaboradores (2010) dados altas taxas de suicídio entre idosos existem uma forte necessidade de identificar os fatores de riscos associados aos atos suicidas nessa população. Entretanto, há poucos estudos epidemiológicos com idosos, em contraste com o grande numero de estudo de fatores de riscos para o suicídio em populações mais jovens.
Dependência de drogas
O diagnóstico de dependência de substancias aumenta consideravelmente o risco de uma pessoal para um eventual suicídio. Entretanto, a quantidade precisa de risco conferida pela dependência a determinada droga depende da substancia em particular que esta sendo usada (Beck e colaboradores (2010).
De acordo com a metanálise de Harris e Barracloug (1997) apud Wenzel, Brown & Beck (2010 pag.241), o risco de suicídio associado ao abuso de dependência de opioides é 14 vezes acima esperado; a dependência e o abuso de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos, 20 vezes; e a dependência e o abuso de cannabis, 4 vezes.
Dentro do contexto relatado, pode-se concluir que a Terapia Cognitiva Comportamental pode ser especialmente indicada, podendo ajudar os pacientes a desenvolverem estratégicas para avaliar informações, auxiliando os pacientes a identificar os processos cognitivos que são exclusivos aos indivíduos suicidas.
Assim, são necessários estudos mais específicos, um olhar interdisciplinar para o transtorno suicida, sendo essencial uma visão geral do psiquiatra de outras profissionais.
A crise pode ser utilizada como uma arena, onde o paciente e o terapeuta poderão colaborativamente, desenvolver novos recursos, mobilizar recursos existentes de maneira concertada e criativa, assegurar o paciente das escolhas que lhe estão abertas, e aproveitar-se das estratégias de resolução utilizadas no sentido de formular novas formas de resolução de problemas, de neutralização de estressores e de adaptação e enfrentamento das dificuldades inerentes à vida.
REFERÊNCIAS
ABP Associação Brasileira de Psiquiatria- Conselho Federal de Medicina- Setembro Amarelo.
.BECK, A.T.; WENZEL, A. BROWN G. K. Terapia Cognitiva Comportamental, Para Pacientes Suicidas- 2010 -São Paulo: Artmed.
BECK, A.T.; RUSH, A.J.; SHAW, B.F.; EMERY, G.(1997) Terapia Cognitiva da Depressão, Porto Alegre: Artmed.
Conselho Federal de Psicologia O Suicídio e os Desafios para a Psicologia / Conselho Federal de Psicologia. - Brasilia: CFP, 2013. 152p. ISBN: 978-85-89208-70-3 1. Suicídio 2. Psicologia 3. Saúde publica.
DATTILIO, F. M.; FREEMAN, A. (Eds.) (2004) Estratégias Cognitivo-Comportamentais de Intervenção em Situações de Crise, Porto Alegre: ArtMed.
MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS – DSM5 -5º edição – Artmed 2014.
REVISTA CRP – Conselho Regional Psicologia 2020- Mariana Tavares.
SKIS, P.M. (Ed.) (2004) Fronteiras da Terapia Cognitiva, São Paulo: Casa do Psicólogo.
TAKI Athanássios Cordás, [et al.]. COMO LIDAR COM O RISCO DE SUICÍDIO. Guia prático para pacientes. 1ª Ed. São Paulo: Hogrefe, 2020.
Coach I Desenvolvimento Humano I Remuneração e Benefícios I Tech Recruiter I Psicologia Organizacional e do Trabalho
8 mMuito bom! 👏
Gerente de RH | Consultoria | Business Partner | DHO | Relações Trabalhistas | Change Management | Coach | Professora Universitária
8 mMuito bom! Algo tão importante e ao mesmo tempo tão silenciado. Por mais abordagens semelhantes! São tantos atravessamentos que podem afetar a saúde mental levando o sujeito desistir de si mesmo! Muito muito relevante! Parabéns pelo conteúdo!
Assistente Administração Pessoal na Unimed Federacao Minas
8 mExcelente publicação.
Gerente comercial
8 mExcelente Zezé! Tema de extrema importância. Que diz de tantas questões a serem trabalhadas, que você abordou tão bem!
Analista de Comunicação e Marketing Sênior
8 mFicou ótimo, Zezé. Tema difícil e delicado, mas você conseguiu dar leveza a ele. Parabéns!