SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL - PARTE II - Dimensão social e econômica da sustentabilidade
Dimensão social e econômica da sustentabilidade
A dimensão social da sustentabilidade refere-se às pessoas individualmente consideradas e também inseridas em comunidades/sociedades.
Dessa forma, a empresa sustentável socialmente combate a prática de condutas indevidas por parte de seus integrantes, com base em um código de ética previamente estabelecido, no qual se fundam a missão e os valores da sociedade.
Além disso, cuida-se com a devida cautela, das relações de trabalho (saúde, segurança, desenvolvimento e igualdade) a fim de que as mesmas se estabeleçam e se mantenham de forma plenamente legal e saudável.
Sem prejuízo dessas medidas a empresa sustentável, no contexto social, interage com a comunidade local onde está inserida, oferecendo oportunidades de emprego, promovendo o serviço comunitário, e cultivando a prosperidade local.
Em uma visão ainda mais abrangente, em benefício da sociedade no geral, a empresa, por meio de conhecimentos específicos do segmento em que atua, apoia a educação, a pesquisa e o patrocínio de projetos.
Portanto, a empresa sustentável na sua dimensão social valoriza e cultiva a prosperidade dos cidadãos e da sociedade em geral.
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A dimensão econômica da sustentabilidade tem a ver com a obtenção de lucro pela empresa, considerando-se que a gestão eficiente da sustentabilidade contribui para a criação de valor econômico do produto, sendo que tal eficiência exige visão estratégica, implementação de políticas, principios e procedimentos, bem como um programa de sustentabilidade com metas tangíveis.
Dessa forma, a sustentabilidade na sua abordagem econômica revela uma relação entre complexidade e custo em diferentes níveis de qualidade das empresas, de maneira que aquelas que investem mais em qualidade sustentável são capazes de lidar melhor com a complexidade na produção de seus bens, a um custo mais baixo. Como? Por que?
Utilizando-se de designs / projetos do produto mais simples (trataremos, em breve do tema “ecodesign”) que otimizem o ciclo de vida do produto, de sua carga ambiental desde a fabricação até o descarte, gerando uma quantidade menor de rejeitos, menos devoluções e reclamações dos consumidores, etc.
Assim, as empresas sustentáveis economicamente apostam no valor de seus produtos, e valor é mais que dinheiro/preço.
Isso porque o valor de um produto possui quatro dimensões:
1. Funcionalidade fisica: o produto não deve oferecer quantidade supérfula, que demanda a utilização de mais recursos, mais energia e maior custo de produção.
2. Funcionalidade econômica: tem a ver com o preço, custo de posse do produto. Se sua arquitetura/ design é sustentável isso signifca que é produzido com menos materiais, portanto, menos recursos naturais são demandados, menos energia, menor custo de produção, resultando em um custo de posse mais barato.
3. Funcionalidade emocional: relaciona-se com o design agradável do produto, que gera bem estar para o consumidor. Tal funcionalidade empresta à empresa um perfil responsável, cuidadoso e sustentável.
4. Funcionalidade imaterial: relaciona-se com saúde, segurança, conveniência, diversão. Vedação de produtos tóxicos ou potencialmente tóxicos.
Portanto, nos processos de compra, a empresa sustentável considera todas essas funcionalidades referentes ao valor do seu produto, o que vai ao encontro do mercado consumidor que tem a tendência atual de priorizar o valor dos produtos e serviços que consome, além do preço. Exemplo: consumidores que não adquirem produtos que sabem ser oriundos de trabalho infantil ou escravo (produtos que não atendem a uma funcionalidade/valor emocional).
Nesse sentido, é importante que as empresas não visem somente à tecnologia e à obtenção de dinheiro/ retorno financeiro, negligenciando o valor do produto e/ou serviço oferecido. É preciso que o capital investido por essas sociedades em suas atividades, seus programas, visem além do retorno finanaceiro, um retorno sustentável.