"​Take time to hire, be quick to fire"​

"Take time to hire, be quick to fire"

Uma estratégia válida para análise e solução de problemas é tomar a situação e reduzi-la a um universo menos complexo, mas ainda assim, comparável. Tenho por hábito, portanto, comparar os grandes problemas da administração do nosso país com os desafios de gestão de uma fábrica, por exemplo. Assim como para resolver situações de relacionamento humano em uma organização, tento imaginar como seria a minha atitude em uma situação similar, mas dentro do meu ambiente familiar.

Estamos diante da escolha de um novo ministro do STF. Trazendo esse fato para a gestão de uma planta, imaginemos seu gestor tendo que contratar um novo gerente de qualidade, o antigo se aposentou. O que faz o bom gestor? Respeita a política de contratação de sua empresa, assegura se que tenha formulado uma descrição do cargo condizente ao que a fábrica, e não ele, necessita,  aciona o RH para um filtro inicial dos postulantes, organiza entrevistas onde certamente irá avaliar as habilidades necessárias ao cargo e não características não relacionadas como por exemplo sua religião ou sua preferência por coca cola ou tubaína. Siga o processo, obtenha o resultado.

Em nosso país há sim um processo de escolha para STF. Sólido, racional e previsto pela constituição. Há um perfil descrito para o cargo – “pessoa de notável saber jurídico e ilibada reputação pessoal” – a comunidade jurídica do pais faz o papel de RH, apresentando candidatos previamente filtrados, está prevista a etapa das entrevistas – a sabatina. Enfim, as regras são claras, mas a aplicação das mesmas, vergonhosa. A preferência de perfil do indicado é por alinhamento ao gestor, e não às necessidades, do país. Eventuais checagens da ilibada reputação são ignoradas e, por fim, a etapa de entrevistas, neste caso com os senadores, um festival de horror. Em qual processo de contratação que seja decente o entrevistado oferece jantar para os entrevistadores na noite anterior? O que acontece se o contratante suspeita de alguma informação falsa no currículo do candidato?

É realmente uma pena que a lógica do mundo político não seja a mesma do mundo corporativo, do mundo real. Princípios de gestão com ampla confirmação de sua eficiência, como a frase título deste texto, são completamente negligenciados. Resultado: ministros habbeas corpus, traficante solto, processos engavetados até prescreverem.....ah! E sobre a eventual necessidade de demissão rápida? Conversamos daqui a 30 anos.

Benedito José Silva - Bene

Aposentado - Inspetor de qualidade na Tetra Pak

4 a

Vc está certo, seria o correto, porém na política as regras não são claras, nem mesmo o VAR ajuda.

Excelente colocação Bosio!

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