A tal da paciência...
Bom lá vai…
Há um tempo estou pensando em escrever, mas me pego sempre estagnada buscando um super tema, algo que realmente vá fazer diferença na vida das pessoas e por fim, acabo não escrevendo.
Então decidi que hoje não iria ser assim, vou começar a escrever e se o que sair não for tão útil assim (ou inútil mesmo), pelo menos para mim já vai ser de grande valor, visto que será o texto que me tirará da inércia. [Acredite, isso é grande coisa]
A tal da paciência…
Tenho escutado com uma certa frequência nos últimos anos que preciso ser mais paciente, que as coisas na vida se constroem com o tempo e que “quando eu era mais jovem era igual a você, mas com o tempo aprendi a ter mais paciência”.
Eis aí a questão, se quando você era mais jovem, você tinha esse sentimento de ansiedade [no bom sentido], esse impulso de querer resultados o mais rápido possível, de sonhar vôos altos, construir algo novo, buscar crescer constantemente e isso te levou até onde você está hoje, por que hoje eu deveria ‘boicotar’ essa disposição e energia de construir coisas novas?
Eu entendo que com o tempo, a tendência é que se tenha mais experiência e portanto, a gente se torne mais paciente. Mas com o tempo também, temos menos energia, o corpo já não responde tão bem ao que a mente quer.
“Ah! Mas o importante é ter um espírito jovem”. Ok.
No entanto, o que então fazer com toda a energia e disposição que tenho hoje, aos 26 anos, de crescer, trabalhar, construir, arriscar [e muito], empreender e almejar coisas maiores?
Diariamente eu penso como posso ser melhor no meu trabalho, como ser mais produtiva, qual o caminho para que eu atinja resultados mais eficazes e nessa busca, uma avalanche de ideias me vêm à mente e quero colocá-las em prática, sem medo de errar, para que rapidamente eu veja as que funcionam, as que não são tão boas, ou até mesmo as que são péssimas.
“Ah Anna, mas é isso que o mercado quer”. Pois é, foi exatamente isso que escutei minha vida inteira. Mas será mesmo?
Conversando com vários jovens, percebo que a realidade com a qual se deparam é bem diferente. De repente se vêm diante do status quo das empresas já consolidadas, processos e mais processos, uma burocracia que não acaba mais e quando propõem mudanças, são os que “querem aparecer” ou os “jovens agitados e ansiosos”.
Muitas vezes, chegam com inúmeras ideias e isso é interpretado como “inocência”, por ainda não terem entendido “o esquema” do fluxo [de passividade] do local de trabalho.
Claro, eu entendo que nem tudo dá [e nem deve] para ser aplicado de uma hora para outra e todas as coisas possuem um tempo certo de acontecer (ou de não acontecer), mas a sensação que dá é que há cortes por todos os lados. Quase que uma força para nos moldar a uma forma pré-existente.
Então me pergunto novamente, será que o mercado quer profissionais realmente pensantes, criativos e “fora da caixa” como me falaram a vida toda?
Pois então, não sei. Talvez até queiram na teoria, mas na prática, talvez seja mais fácil permanecer do jeito que está.
Claro que existem empresas que prezam por esse perfil, mas a sensação que dá é que ainda são minoria. Enquanto isso inúmeros jovens que foram criados para “transformar o mundo”, ficam frustrados atrás de computadores, pois não conseguem nem mesmo mudar a forma como se escreve um e-mail dentro da empresa onde trabalham.
Enfim, estou com 26 anos, muita energia para trabalhar, para aprender, para dar ideias (boas e ruins), para inovar, para errar (e muito) e principalmente para crescer e conquistar grandes coisas. E tenho certeza que existem muitos e muitos jovens com esse mesmo perfil.
Enfim, também quero muito essa paciência que me falam, mas hoje, enquanto ela não chega, existe algum lugar, função ou momento em que essa inquietude é uma virtude?
Essa é a resposta que eu estou tentando encontrar. =)
Key Account Manager at Sotreq S/A
8 aParabéns pelo texto, Anna Martins Barbosa! Excelente. Adorei a parte do "será que o mercado quer profissionais realmente pensantes, criativos e “fora da caixa”? "