Talvez essa seja a emoção que você está sentindo ultimamente
Estamos cansades, fato! Diariamente nos esforçamos para fazer o possível da forma como podemos, mas não está sendo fácil.
Adam Grant, psicólogo organizacional, publicou recentemente um artigo no The New York Times abordando uma possível emoção que descreve o que estamos sentindo atualmente e poderá ser predominante em 2021. “Languishing” seria uma sensação de estagnação e vazio, como se estivéssemos olhando para nossa vida em meio à névoa.
O dicionário de Cambridge define a palavra como "existir em uma situação desagradável ou indesejada por muito tempo". Grant segue dizendo que, enquanto cientistas e profissionais de saúde trabalham para tratar a covid, nós lutamos emocionalmente com o tempo prolongado da pandemia, tendo a angústia aguda do início substituída por um sentimento crônico de estarmos sendo consumidos.
Isso não está acontecendo apenas na nossa cabeça, é compartilhado e está ligado às circunstâncias em que estamos vivendo hoje. Ele defende que uma compreensão mais consciente sobre a complexidade das nossas emoções pode ajudar neste processo, por exemplo: saber que não estar deprimido não significa que não estamos lutando; não ter uma estafa não significa que estamos entusiasmados.
Estamos todos sofrendo, de formas diferentes, em níveis diferentes, mas todos estamos sofrendo.
Languishing não caracteriza depressão, mas também não indica bem-estar, ele afeta nossa motivação, diminui nossa concentração e aumenta as chances de termos nosso trabalho prejudicado. Embora não seja considerado uma doença mental, pode ser fator de risco para o desenvolvimento de uma.
O perigo deste estado é não termos consciência sobre ele: quando não percebemos que estamos ficando mais solitários, ficando indiferentes a nossa indiferença; quando não enxergamos nosso próprio sofrimento. Isso faz com que não busquemos ajuda e também não tentemos nada para ajudar a nós mesmes.
Reconhecer que não está tudo bem pode ser o início de um caminho. Cultivar momentos de bem-estar, estabelecer mini metas, resgatar um projeto interessante que te cause bem-estar, nutrir conversas significativas também.
Na dúvida sobre como tem se sentido, procure orientação de um profissional da psicologia. Você se identifica com esta emoção?
Conheci esta matéria por meio desta postagem aqui no Linkedin, gratidão por compartilhar, Fernanda!
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Thayanne Lima é psicóloga de formação, apaixonada pela educação, e trabalha com produção de conteúdo e formação na área de habilidades socioemocionais. Possui um blog para disseminar conteúdos relacionados a emoções baseados em evidências e pesquisas.
Histórias bem contadas para quem faz a diferença • Ghostwriter • Pessoa altamente sensível (PAS) 🌿
3 aThayanne, eu vi essa notícia aqui no LinkedIn e fiquei bem impactada com a tradução para "definhamento". Talvez por considerar essa uma palavra muito forte, ou por ter me visto nesse estado emocional, além do quadro depressivo que enfrento. Tá difícil, viu. Difícil demais. Eu ando sentindo bastante no meu próprio trabalho, e um cansaço excessivo rondando, mesmo fazendo o possível pra ficar bem. Tem horas que meu corpo não responde, que a mente não aguente mais, mesmo fazendo exercício, comendo bem, saindo das redes, fazendo terapia, tomando antidepressivo, rezando, botando o pé na grama, esmagando minha gata, lendo livros... mas sigo fazendo, porque tem dias que isso tudo dá resultado. Mas hoje tô um tanto desesperançosa, ainda com a sensação de luto coletivo, diante de tantas mortes e do descaso político. Quem trabalha com as emoções e a psicologia tem trabalho garantido até o fim dos tempos, né? Realmente não vejo a gente sair dessa sem apoio. Na real, você acha que vamos nos recuperar, algum dia, de todos os baques emocionais que sofremos desde que a pandemia começou? Seria legal ouvir seu ponto :)