Tecnologia Assistiva: a tecnologia a favor da inclusão

Tecnologia Assistiva: a tecnologia a favor da inclusão

Atualmente é muito comum vermos ferramentas que ajudam na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Os responsáveis por isso são as chamadas tecnologias assistivas, que são ferramentas criadas com o intuito de permitir que uma pessoa com deficiência possa realizar determinada ação.

Dados divulgados pelo IBGE no censo de 2010, mostram que cerca de 24% da população brasileira se reconhece como pessoa com deficiência. Ou seja, em torno de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, seja física ou mental/intelectual. Porém, mesmo com dados mostrando a realidade, existe um grave problema na sociedade conhecido como capacitismo, que é a dificuldade em enxergar a importância da inclusão de pessoas com deficiência, e muitas vezes os considerando como inferiores.

A solução criada para incluir esses indivíduos na sociedade foi criar ferramentas que os auxiliem a executar determinadas tarefas. Foi onde nasceu a Tecnologia Assistiva (TA). O termo foi criado oficialmente em 1988, nos Estados Unidos. Já no Brasil, foi instituído em 16 de novembro de 2016 pela portaria nº 142 do CAT - Comitê de Ajudas Técnicas, da Secretaria de Direitos Humanos da República.

As Tecnologias Assistivas são divididas em categorias de acordo com a sua funcionalidade e natureza. Alguns exemplos de categorias são:

Imagem das categorias de tecnologias assistivas, numeradas de 1 a 10, com cores em azul, branco e amarelo.
Categorias de tecnologias assistivas

Hoje em dia é comum vermos cada vez mais dispositivos que fazem uso de tecnologias assistivas. No mês de novembro de 2022, o STJ recebeu três unidades de um dispositivo de visão artificial para auxiliar servidores, advogados e visitantes com qualquer grau de deficiência visual. O dispositivo chamado de OrCam, tem o tamanho de um pen drive e, acoplado aos óculos, capta as imagens e repassa as informações em áudio para o usuário.

No mês de setembro, a Prefeitura de São Sebastião firmou contrato com a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para o fornecimento de equipamentos de tecnologia assistiva (TA), como cadeira de rodas e banho, órteses, próteses, adequações posturais e auxiliares que irão atender pessoas com deficiência em todo o município pelo Programa de Tecnologia Assistiva da SEPEDI.

Em agosto, a B3, em parceria com a Buildbox, lançou o site do Bora Investir, feito para auxiliar na jornada financeira de antigos e novos investidores. O site foi desenvolvido com opções de acessibilidade, como a navegação por teclado que atua juntamente com o leitor de tela para pessoas com deficiência visual. Além disso, também foi implementada a opção de navegação acessível em libras, com o auxílio da ferramenta VLibras, que traduz conteúdos digitais (texto, áudio e vídeo) em uma tradução automática de Português para Libras.

Outro grande exemplo foi o desenvolvimento do site do Instituto de Computação da UNICAMP, realizado em parceria com a Buildbox, que conta com opções de acessibilidade para deficientes visuais, onde foram implementados ícones de alteração de tamanho de fonte e mudança da cor da página. 

A Inteligência Artificial também tem se mostrado uma grande aliada para beneficiar a todas as pessoas com deficiência. Um bom exemplo disso são alguns aplicativos como o Hand Talk, que ajuda a realizar a tradução instantânea de textos e áudios para Libras. Também o aplicativo Guia de Rodas é um grande auxílio para quem tem deficiência motora, já que ele avalia a acessibilidade arquitetônica dos lugares e direciona essas pessoas para rotas acessíveis.

É claro perceber que, de acordo com o passar dos anos, se tornou muito mais discutida a inclusão de pessoas com deficiência na nossa sociedade, principalmente nas escolas, onde a transformação digital tornou esse processo muito mais fácil. Porém, fazer com que todos tenham acesso às mesmas oportunidades e ferramentas é um desafio imenso.

É importante fornecer a mesma atenção que se dá na criação de uma tecnologia comum para o desenvolvimento de uma tecnologia assistiva, pois um grande problema encontrado, é que na maioria das vezes, a ferramenta criada não é capaz de atender ao usuário, por não se adaptar ao tipo de corpo ou deficiência, por exemplo, pois são padronizados.

Olhando para trás, conseguimos enxergar o quanto já foi avançado na criação de novas tecnologias que possam atender as necessidades de pessoas com deficiência. Porém, olhando do ponto de vista prospectivo, ainda há sérios problemas a serem solucionados, como a criação de tecnologias assistivas que sejam acessíveis a todos e a luta para inclusão dessas pessoas na sociedade.

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