Tecnologia da Informação é das Humanidades

Tecnologia da Informação é das Humanidades

A computação é exata. A informação, não.

Os mecanismos de processamento de dados são apenas um dos elementos componentes do espectro de abrangência da TI. No fim das contas, o objeto de trabalho é a informação, a qual se constitui por meio da linguagem.

Enquanto linguagem, algum nível de subjetividade é inerente. Aquilo que se quer comunicar, quase nunca é compreendido com a precisão hipotética, supostamente pretendida pelo emissor. Isto ocorre pois embora a linguagem, enquanto objeto puro, carregue consigo algum nível de exatidão em seu significado, a interpretação final sempre será dada por meio da fusão entre o significado do emissor, o significado puro da linguagem codificada, e da bagagem cultural e linguística do receptor.

A construção de um produto do universo da tecnologia da informação, busca por meio dos códigos (comandos exatos), modelar a informação e a linguagem (fala e escrita humana).

Para muitos profissionais, esta é considerada uma área estressante e imprevisível. Essa frustração ocorre pois crescemos crendo que ela era algo que nunca foi, e deixamos de desenvolver habilidades essenciais, por consequência.

Construir aquilo que é resultado de uma criatividade coletiva (produto intelectual), ao contrário do que pode parecer, exige método. Sem ele, o que temos é um amontoado de visões destoantes, empacotadas num produto complexo, inchado, custoso e pouco funcional (sem mencionar as brechas de segurança e os riscos).

Uma vez absorvido o choque de realidade, o que pode ser feito de diferente?

Podemos começar reconhecendo das coisas pelo que elas realmente são. Gosta de programar, e acredita programação é exata? Errado mais uma vez.

Programar significa transcrever a subjetividade humana, por meio dos códigos computacionais e da lógica. Nos tornaremos profissionais melhores, não quando dominarmos a linguagem de programação mais avançada, mas quando dominarmos a habilidade de correlacionar aquilo que é vontade, com aquilo que é necessidade.

A clareza do objetivo é inversamente proporcional à dissipação da energia. Em outras palavras, quanto mais se sabe o que é preciso fazer, menor é o desperdício de trabalho.

A vontade é individual (ou pertencente a um grupo de pessoas), e a necessidade, é moldada pela nossa realidade individual (ou de um grupo de pessoas). Em tudo isso, temos sempre imprecisão.

Reforço que a vontade precisa estar atrelada à necessidade. Atender vontades isoladas, significa empregar energia em favor da vaidade, e não do desenvolvimento objetivo de soluções.

Um bom segundo passo, pode ser começar a desenvolver as habilidades que disseram não ser necessárias, pois eramos profissionais "de exatas".

Insira a literatura como mecanismo para afiar o seu machado. Continuar desenvolvendo habilidades técnicas será importante, mas elas não gerarão grandes impactos se, em paralelo, não melhorarmos nossa habilidade de comunicação.

Por fim, um ótimo terceiro passo, pode ser reconhecer que ser metódico é uma virtude.

A atitude metódica preza pelas delimitações necessárias, que proporcionarão eficiência a comunicação. Uma postura metódica se confunde com uma personalidade inflexível, entretanto esta relação não é necessariamente verdadeira.

É bastante comum termos indivíduos avessos ao método. Se escondem sob o pretexto do repúdio à inflexibilidade, embora na verdade, ou não compreendem o valor do método, ou não estão dispostos a empregar a energia adicional necessária para colocá-lo em prática. São adeptos da inércia, e suas investidas para influenciar devem ser neutralizadas.

Este seria um post, que se transformou num breve artigo. Compartilhar novas perspectivas colaboram para o fomento do trabalho, como insumo para conversão de valor, ao invés de prejuízo e frutração.

Mais importante do que esgotar um tema, é aguçar o interesse pela reflexão ao seu respeito. Essa foi a intenção.

Bem-vindo às humanidades.



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