Tecnologia desenvolvida por pesquisador brasileiro, transforma lixo em BIO ENERGIA petróleo e gás com alto valor para a indústria petroquímica mundial

Este sistema apresenta solução que reverte os atuais lixões e aterros sanitários em energia limpa por meio de tecnologia única no mundo, ambientalmente amigável e com excelente viabilidade econômica e atender a crescente demando do mercado mundial por biocombustíveis.

      O consumo gera lixo e não é de hoje que o resíduo produzido pela população e pelas indústrias é considerado um problema no país e no mundo. O descarte inadequado é prejudicial à saúde pública e danoso ao meio ambiente.

“Atualmente, 41,6% de todo o lixo produzido no Brasil ainda tem destinação incorreta. Estima-se que 59% dos municípios brasileiros ainda dispõem seus resíduos em lixões ou aterros controlados. E o problema aumenta ainda mais ao imaginarmos que nos últimos dez anos a população do Brasil aumentou 9,65%, enquanto, no mesmo período, o volume de lixo cresceu mais do que o dobro disso, 21%, “comenta o pesquisador Jonny Kurtz.

Mas todo esse cenário não é composto apenas de más notícias. Pensando em contribuir com a sustentabilidade do país e em criar uma solução definitiva para o problema gerado pelo lixo produzido pela população, Kurtz desenvolveu um sistema que faz em minutos o que a natureza leva milhões de anos para realizar. 

O método, denominado Craqueamento Térmico Contínuo, inicia com o lixo sendo triturado. Após esta etapa, os resíduos são direcionados ao reator, que em condições de pressão e temperatura específicas, permite que os rejeitos sejam transformados em petróleo, gás e coque.

A quantidade de matéria prima – lixo disponível nos aterros é enorme. Com 230 mil toneladas de rejeitos, quantidade aproximada de lixo produzido no Brasil diariamente em 2019,  é possível ter 103 milhões de metros cúbicos de gás de síntese;  361 mil barris, com uma qualidade superior e com custo inferior ao petróleo fóssil e ainda terremos 57.5 mil toneladas de coque, que atende à demanda diária da indústria siderúrgica; e finalizando, para cada tonelada de lixo retirada no meio ambiente e processada na usinas, geramos um credito de carbono, consequentemente sendo 230 mil créditos de carbono diariamente, que podem ser comercializados na BM & F Bovespa. “O Brasil importa coque da China e gasta para enterrar diariamente 50.000 toneladas deste produto. Estes números, comprovam que o brasileiro paga para jogar no lixo a produção de uma Itaipu por dia”, declara. 

Sedeada em Itajaí, SC, a usina laboratorial é ligada para demonstração e coleta dos produtos (petróleo, gás e coque) que já foram laudados pela UFRJ, FURB e Braskem, atestando altíssima qualidade. Recebemos com frequência a visita de estudiosos, empresários do ramo de energias renováveis e investidores, brasileiros e estrangeiros.

Os desafios

Para dispor somente rejeitos orgânicos em um aterro sanitário, um município deve possuir um bom sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo coleta seletiva e tratamento de resíduos orgânicos, o que não acontece no Brasil. As prefeituras assim como as empresas precisam dar o devido fim aos seus rejeitos, com o menor impacto possível para o meio ambiente, pois o modelo atual não é mais sustentável e temos a obrigação de dar o devido fim ao lixo municipal, da saúde e industrial.

           A fim de enfrentar as consequências sociais, econômicas e ambientais do manejo de resíduos sólidos sem planejamento técnico, a Lei nº 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada pelo Decreto 7.404/2010. Esta política propõe a prática de hábitos de consumo sustentáveis e incentiva a reciclagem e a reutilização dos resíduos sólidos (reciclagem e reaproveitamento), bem como a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

A lei foi sancionada em 2010. Já estamos em 2020 e pouca coisa foi feita. “Basicamente o que a legislação diz é que não devemos mais jogar nos aterros o que pode ser transformado de alguma forma. O problema é que as prefeituras estão empurrando o problema por uma razão simples: não têm recursos próprios para financiar soluções inovadoras”, revela o pesquisador.

Na prática, isso significa ir além da simples lição de casa (coleta seletiva de materiais, racionamento de energia e reuso de água) e passar a ter um entendimento completo de toda a cadeia de matérias-primas e insumos em que a empresa está envolvida. Alguns setores específicos, como os de pneus e embalagens, já contam com legislações próprias para regulamentar o ciclo de vida dos produtos. 

Se o lixo que produzimos é uma questão ambiental, como tal, não pode ser delegada a uma só entidade ou pessoa. O meio ambiente é direito de todos e de uso comum do povo, mas também é responsabilidade comum de todos. Assim, fabricantes, comerciantes, o Estado, o cidadão e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos são todos responsáveis pela minimização do volume de rejeitos gerados. “O desafio é colocar em prática, efetivamente, uma solução positiva e duradoura em prol da saúde das pessoas e do meio ambiente, mas uma coisa é certa: nenhuma empresa, seja de pequeno ou grande porte, poderá dar conta dos resíduos de forma isolada. Para que a lei funcione, é necessário desenvolver um processo articulado que envolve empresas, prefeituras, associações setoriais, fornecedores, clientes, cooperativas, recicladoras e, especialmente, investidores”, complementa.

 

A solução

Em vez de encarecer os custos de produção, a legislação proposta pela PNRS deve até gerar economia. Segundo Kurtz, o futuro da energia mundial deverá ser 100% sustentável, uma vez que poderemos abastecer nossos veículos com os biocombustíveis gerados do nosso próprio lixo e ter energia elétrica renovável de fontes mais seguras. O método de pirólise ainda pode ser utilizado para extrair energia da biomassa e de uma grande infinidade de rejeitos, hoje descartados sem utilidade, apenas causando problemas ambientais. Por meio do sistema desenvolvido pelo pesquisador, será possível reverter os atuais lixões e aterros em energia 100% limpa. Simples assim.

O grande mérito do projeto, que se adapta às metas da PNRS, de valorizar o resíduo em vez de simplesmente aterrar, é transformar resíduos sólidos em combustível, o sistema ainda pode reduzir em muito os custos atuais com aterros e lixões que destinarem seus resíduos à usina. “Por não terem mais passivo ambiental, os municípios passam a ter acesso a linhas de créditos especiais do Governo Federal e a fundos internacionais ligados às mudanças climáticas”, garante Kurtz.

 Ganhando dinheiro com a legislação

Com a PNRS, o mercado das empresas que trabalham com reciclagem de materiais, utilizando resíduos da produção industrial em seus produtos está se desenvolvendo muito. A oferta de matéria-prima reciclada deve aumentar exponencialmente, reduzindo os custos de produção e aumentando a demanda e a competitividade desse tipo de empreendimento, abrindo um sólido caminho para a consolidação da sustentabilidade.

E um novo mundo se abre, com esperança para boas práticas e a sustentabilidade do planeta.


Marina Winkler

Diretora - RCP- Recuperadora de Crédito Padrão

1 a

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