A Tecnologia e a humanidade

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Vivemos a passos largos a modernização, um dos efeitos da pandemia é justamente a pressa com que algumas tecnologias invadiram nossas vidas, lares e campos profissionais. O avanço, sem dúvidas, foi significativo, mas será que toda esta tecnologia não nos fez números em uma planilha?

Entendam, sou um entusiasta de novas tecnologias, por exemplo quando nem se falava em PJE (Sistema que virtualizou o Judiciário e processos) eu já havia comprado o TOKEN, que colegas compraram anos depois. Acho importante utilizarmos os avanços tecnológicos e entendo que a tecnologia nos serve, ela está aí para melhorar nossas vidas. Através dela podemos observar a melhoria da produtividade, melhor utilização do tempo, diminuição de desperdício e aproveitarmos tudo que nos é mais valioso (no meu caso, minha família).

Infelizmente, os avanços tecnológicos mostram uma faceta diferente, tornamo-nos escravos do trabalho. O que ocorre hoje é uma maior quantidade de serviço, por exemplo um professor que em uma sala de aula clássica atenderia até 50 alunos, em razão das melhorias tecnológicas passou a atender uma turma com 150 alunos. Para quem tem compromisso com seus alunos e o ensino isto é frustrante; são 150 vozes que querem perguntar, praticar, responder e entender ensinamentos.

Nos rincões dos serviços educacionais viramos números em uma planilha. Fala-se muito de Sala de Aula Invertida, método construtivista e como as novas tecnologias ajudam a formação, pois o aluno fará sua trilha de aprendizagem. Respeito a opinião dos doutos que assim entendem, mas não posso concordar. Esta forma de massificar terá um custo muito alto para a formação técnica.

É necessário um meio termo, esta forma de “linha de montagem intelectual” está desmerecendo o uso de tecnologia no ensino. Veja que o ponto mais importante do uso de novas tecnologias é o acesso proporcionado. Pessoas que não teriam como obter formação profissional podem agora fazê-lo sem sair de casa. Mas como seres humanos, somos indivíduos com características, sentimentos e interesses individualizados. ISSO A TECNOLOGICA, NESTE MOMENTO, NÃO LEVA EM CONTA.

O acesso a todos é importantíssimo, mas e a qualidade? E a necessidade de uma formação profissional capaz de garantir um espaço no mercado profissional?

Ao que parece, os “donos da caneta” já haviam concluído que os alunos eram números em uma planilha e agora, após nova análise desta planilha (de suporte apenas econômico), chegaram à conclusão que professores são dispensáveis ante todo o suporte e avanço tecnológico.